Continuo caminhando... Parece tão difícil de retornar a casa quanto seguir em frente. A
impressão que o visual me passa é de não estar mais numa cidade brasileira. Uma
parte do Brasil onde nasci; lugar que tenho direitos e obrigações e onde sempre
me senti livre e seguro. Essa sensação me revela que ela ficou para trás e
começa a se tornar apenas uma imagem em pequenos flashes amarelos desbotados
que não se ligam uns aos outros. Tenho a suspeita que alguém me observa e
aponta uma arma para minha cabeça o tempo todo. Continuo a caminhada e isso é
tudo o que pareço sentir nessa angustia de um poço de loucura, no qual, do lado
de dentro, não existe mais algo gentil a ser resgatado.
Se alguém me
chama procuro não ouvir e apresso o passo. Finjo que não estou interessado em
conversas sobre a situação política do meu país, a luta nas ruas do Chile, ou
as manchas de óleo no litoral, muito menos a necessidade dos desvalidos. Se eu diminuo
a marcha, muitos me olham - homens, mulheres, crianças, bichos da rua, brancos,
negros, índios e pardos - observam-me demoradamente como se eu tivesse a
solução mágica e objetiva do problema da hora.
Eu converso
comigo mesmo, sabendo que ainda preciso caminhar muitos quilômetros, como se
acaso eu tivesse um propósito definido e realmente fosse a algum lugar que não
existisse nada disso que presencio aqui. No entanto, nessa caminhada, preciso
demonstrar agradecimento por ainda não ter sido assaltado, recebido um
mata-leão, uma facada, tiro ou sido levado preso por desobediência civil. Pensar e agir assim me torna
triste, mas logo vem um estímulo para apressar o passo. Sou uma pessoa marcada
com um alvo nas costas, mas, por enquanto, ninguém ainda mirou nesse alvo e
deixam-me caminhar livremente em meio ao mundo de degradação e podridão de cada
esquina, esperando que eu me entregue naturalmente.
Passo a
passo chego à Praça da Sé. Vejo uma aglomeração; é uma feirinha chamada “feira
do rolo”, onde se vende o que foi roubado, desde celular a cordão de ouro. Mais
adiante passo por dois policiais fazendo a ronda em sentido oposto o da
feirinha, mais perto da entrada do metrô. Desço pela escada rolante até o vão,
tipo um corredor, onde do lado esquerdo ficam as catracas de acesso. Existem
filas do embarque e um tumulto do lado de dentro. Pergunto a um homem da fila o
que está acontecendo: “- Não é nada demais, senhor. Uma senhora com duas
crianças tentou passar com os filhos num único giro da catraca. Os seguranças
de preto viram e foram para cima dela. Ela se revoltou argumentando que as
crianças são pequenas e não pagam passagem, então um deles puxou-a pelos
cabelos, torceu o braço para trás e a colocou de cara contra a parede. Os
outros seguranças apenas ficaram olhando e fazendo roda, protegendo a situação,
enquanto o companheiro dizia absurdos no ouvido daquela pobre mãe que gritava o
nome dos filhos. Mas, foi rápido. Já acabou. Depois do show eles liberam a
mulher e as crianças.”. Resolvi sair da fila e me encaminhei para a escada rolante que sobe para saída dos fundos da estação. Há o aviso “Equipamento
em manutenção”. Encaro a longa subida no esforço de passo a passo, de degrau em
degrau, praticamente exausto e ficando encolhido, arqueado pelo que acabei de testemunhar. Do meio da longa
jornada em diante levanto a cabeça e consigo enxergar uma luz azul iluminando o
topo, como se estivesse me chamando para me inundar com suas energias
renovadoras e tranquilizadoras. Ando mais um pouco e me deparo com a escadaria
da catedral da Sé lotada de gente com marmitas de isopor nas mãos. Receberam a
xepa do pessoal da entidade de caridade que toda noite estaciona o carro
naquele local para servir os famintos sem-teto.
Vivo essa experiência
perturbadora e única quando percebo que dentro do plano geral não há lugar para
eles. Foram abandonados pela família, pela sociedade e pelo governo. O que
posso fazer para mudar isso? Nada! Pois assim são as coisas.
Após terem
passado anos eu me sinto saturado da humanidade, de experiências malfadas e do senso generoso, pretensamente humanitário, que pouco ou nada resolve. Em anos
que tive momentos de lucidez fiz anotações que pretendia utilizar mais tarde,
isso se tivesse oportunidade de que alguém as lesse e compartilhasse aquilo que
vi e vivi. Durante muitos desses anos estive a ponto de fazer essa descoberta,
mas de um modo ou outro, sempre consegui fugir da questão ao perceber que tudo
o que acontece nessa vida tem a natureza de uma contradição. Sei que para
alguns que nunca viram ou viveram isso, tudo pareça invenção e me perguntam se
falo da minha vida. O que posso dizer é que tudo que imagino eu vi acontecer e,
o que aconteceu pela história escrita na visão dos bem-nascidos, tudo poderá
ser negado, pois eu mesmo não desempenho papel algum de destaque que possa ser usado como propaganda. Mas, mesmo que tudo que seja errado, odioso, maldoso
e esteja fora do padrão social aceitável, mesmo que eu pareça um mentiroso e
alarmista, ainda assim é a única verdade perante os olhos de todos. Porque no
fundo há destruição e uma cidade com almas destruídas de alto a baixo, que
acabam arrastadas pela loucura e pelo espírito de vingança e de rebelião que nunca
irá acontecer, pois não serão capazes de erguer suas vozes e expressar seu ódio
através da revolta e da legítima sede por sangue. Porque não são os miseráveis
que se organizam para uma revindicação política, eles são o nada, não existem;
são os da classe intermediária que o fazem quando perdem o emprego e não podem
mais pagar a mensalidade do carro ou a escola do filho.
Olha... São
tantas pancadas da vida, com descobertas absurdas e situações subjetivas, que
fica praticamente impossível diferenciar o mundo da alucinação do mundo real. É
uma mescla do que vem de dentro com o que está fora, ela é tão bem equilibrada e
arquitetada que tenho sempre a impressão de pesadelo. Aquele tipo de pesadelo
que não se consegue acordar, que vem com uma dor no peito e suor escorrendo
pela testa numa agonia infinita. Nesse pesadelo procuro algo em que me apegar,
faço um esforço para me agarrar e nada encontro. Mas ao continuar procurando, num
último esforço, encontro uma coisa que nunca busquei – eu mesmo. Descubro que
aquilo que desejei toda a minha vida não era apenas viver – falo daquilo que os
outros simplesmente chamam de vida comum – eu queria mesmo era me expressar. Com
o passar do tempo percebi que realmente não tinha o menor interesse em viver,
queria apenas fazer o que estou fazendo agora, algo que anda lado a lado com a
vida, que faz parte dela e ao mesmo tempo vai além dela. Não me apego mais ao
que é a verdade de uns ou de outros, ou o que é real. O que me interessa é aquilo
que sufoquei durante toda a minha vida a fim de viver. Tudo mais que resta, ou
vai além, se torna uma mentira.
Olho para
frente e para trás e vou caminhando, experimentando novamente as sensações de
uma cidade cruel e selvagem, a qual se move por drogas, prostitutas, ladrões e
corruptos de toda espécie. Aí me sinto esgotado, espremido, consumido, comido
por fora e por dentro, sentindo o nascedouro da insanidade que escorre por todo
meu cérebro e explode em atitudes de inconsequência furiosa e reprimida que toma conta do meu ímpeto. Isso me faz rir de pânico, de tensão, do medo
dentro de mim que me arrebata e me alicia. Um riso rouco, rangente, retumbante
como um machado pesado que pudesse abrir caminho através da carne e dos ossos daqueles
que culpo por todo esse drama. É muito complicado acompanhar e entender
sensações estranhas projetadas em tantas visões de miséria sufocante. Eu estou
administrando o medo de mim mesmo, a caricatura de um homem que acaba de levar
um murro na boca do estômago e mergulha na insanidade. Em minha cabeça surgem
sons isolados e dissonantes que vão aumentando, mexendo com meu inconsciente, me tornando catatônico ao ponto de nem piscar os olhos. É esse som triste que faz de mim uma pessoa soturna, uma pessoa que sofre, mas tem que demonstrar
alegria e bom humor. É proibido demonstrar falta de coragem ou depressão, tem
que se divertir com o sofrimento alheio, com a podridão e com a inércia de quem
poderia fazer e não faz. Estou forçado a viver assim, dentro de tudo isso de
mãos atadas, e sentir prazer com o sofrimento interno e externo ao parecer um
individuo feliz e sem frustrações.
Quando
relato toda a dor que sinto é porque vejo o mundo liquidado com o rompimento da
estrutura familiar e todo o transtorno social. A dor do sofrimento que homens e
mulheres sentem por dentro quando se movem feito zumbis desnutridos para debaixo
de suas cobertas, no refúgio do chão frio enganosamente protegido por papelão.
Esses corpos fracos caminham pelas sombras nas ruas do centro, esgueiram-se
pelos cantos como fantoches conduzidos por cordéis invisíveis. Usam os mesmos
calçados há meses ou até anos, os mesmos trapos jogados nas costas em tons
pastéis ou cinza e a mesma pantomima sob a chuva, frio ou noite quente de luar.
Movem-se aparentemente com liberdade, mas sem ter para onde ir. Só num lugar
serão livres de verdade, mas ainda não tiveram coragem de realizar aquilo que
pensam todas as noites antes do primeiro sono. Aqueles que (com melhor sorte
encontram um semi-abrigo) ficam encostados e protegidos sob as marquises, todos
esses, sem exceção, um dia foram explorados e estão vazios, inclusive de alma e
espírito. O que resta deles são apenas ossos, pele e sombras que ninguém
enxerga. Vão se esgueirando pelos cantos a procura do que comer no lixo
empilhado nas portas cerradas dos bares e restaurantes. O sustento vem das
enormes pilhas de lixo podre nas esquinas, compartilhado com ratos que saem dos
bueiros e rondam os restos humanos e as baratas que voam e pulam umas sobre as
outras nas ruas abandonadas de fachadas pichadas e dizeres em códigos.
Tudo está
acontecendo, fervilhando, mas parece que ninguém está sabendo.
Ando mais
um pouco e sigo pela Rua Direita totalmente tomada por gente deitada em cada cantinho
disponível, ao lado de suas carroças e cachorros. A rua fede. Um cheiro característico
de mendigos e urina. A iluminação pública da rua é escura, desgastada, os tons
em vermelho e amarelo são dos poucos letreiros das lojas que acabaram de
abaixar as portas. Cruzo o viaduto do Chá. A paisagem do vale do Anhangabaú é
de destruição: montes de terra, entulhos, concretos despedaçados; como se ali
fosse uma praça bombardeada – imaginei a paisagem de Londres na segunda guerra
mundial. Diante dos meus olhos cruzam no céu raios de luzes em cores vivas;
amarelo, laranja, vermelho e azul. A fachada do teatro municipal está
enfeitada. Há três enormes banners que cobrem toda a estrutura do topo ao chão
anunciando o show de balé. A praça está limpa, não existe um único pedaço de
papel no chão. Holofotes estrategicamente colocados na porta do teatro iluminam
a chegada dos espectadores. Há fotógrafos e cinegrafistas de prontidão em busca
da melhor tomada de cena. O tapete vermelho foi estendido sobre a escadaria que
conduz diretamente ao hall interno. Alguns manobristas de Vallet estão
enfileirados recebendo as chaves dos carros e saindo rapidamente para que a
fila ande. Alguns carros mais luxuosos, dirigidos por chofer particular, param
numa segunda fila exclusiva para autoridades, celebridades, empresários e
patrocinadores. Os mendigos foram retirados do largo em frente e encaminhados
para barracas improvisadas e um abrigo feito de contêiner enferrujado, ao lado
de todo aquele entulho no vale do Anhangabaú, assim como as barracas dos
camelôs também foram retiradas por fiscais da prefeitura e levadas para um Beco
da Rua Barão de Itapetininga. Poucas horas antes vieram dois caminhões, um estilo
pipa e outro de obras, o esguicho pipa lavou e higienizou todo o asfalto, as
calçadas e os cantos de cada lado do teatro, o de obras pintou as guias de
branco e tapou alguns bueiros e buracos na via. Foi feito um bloqueio com
enormes cones e fitas em amarelo e vermelho que isolava o acesso de pedestres. Um
contingente de policiais, com fardas impecáveis e armas reluzentes, postados de
costas para o teatro, em todo o percurso da fita, deixando apenas uma pequena
abertura para os convidados passarem. Ao me aproximar para observar mais de
perto um policial me abordou, disse que eu não poderia ficar parado ali e
indicou o caminho para longe, sentido ao metrô Anhangabaú. Obedeci e caminhei.
Entrei no metrô e esperei na plataforma. O trem chegou, encontrei um lugar
vazio no canto, encostei minha cabeça no vidro da janela e me pus a pensar tudo
o que tinha visto e passado nessa noite.
Diante disso
não é mais necessário fantasiar nada. Tudo está aí. Caso eu me apegasse às
regras ninguém jamais teria acesso a esse relato. No entanto, ainda há milhares
de detalhes para se estudar, ou julgar, sobre toda essa cena, a fim de que se
possa absorvê-la, ou não. O sistema está errado do começo ao fim, mas nem é minha
função criticar o sistema do qual eu também faço parte. Minha função é relatar.
Pois estou no centro de um disco giratório que gira tão depressa a ponto de
ninguém conseguir ficar parado por muito tempo em cima dele. Na lógica dos lá
de cima não há nada de errado no mecanismo, tudo é excelente e magnífico. Para
eles as coisas estão temporariamente desarranjadas para alguns. O desarranjo
temporário pode causar roubos, injustiças, perversão e vandalismo. Ou, até greves
e lamentos dos pobres idiotas que sofrem de ilusão por dias melhores, pregados com
suas bundas magras nas latrinas, vertendo vermes e imaginando o túmulo de suas
memórias que nunca serão escritas. Mas logo passa. É só um inconformismo barato
e infantil.
Se eu
ousasse relatar tudo o que penso deste mundo, não restaria um só lugar onde
pudesse me esconder. Pois, quando olho de dentro para fora, vejo um mundo
vacilante que desmorona em suas falsas virtudes, um mundo desgastado e forjado
em aço frio resistente a sensações. Um mundo que quando desmorona sobre nossas
cabeças nos quebra a espinha e nos remete ao flagelo.
Se às vezes nos deparamos
com palavras cruas que ferem, que nos explode por dentro e nos levam às
lágrimas, sabemos que provém da nossa inércia, do puro ato de insensibilidade
que só se inverte com essas palavras duras. Porém, nem sempre as palavras são
mais fortes que o peso mentiroso e esmagador da falta de ação dos covardes com
suas justificativas revoltantes. A verdade é que tudo está contido num olhar,
no segundo em que tudo é visto, registrado e interpretado, mas nem tudo é
possível de se descobrir sob a luz fraca da falta de significação de alguns,
principalmente para quem nunca retira a venda dos olhos. Pois essa é a lógica
da miséria e seu fruto é a incerteza. E, no fundo, pouco importa como alguém chega à
verdade, desde que a agarre e viva por ela.
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Por favor, deixe um comentário, pois essa ação fortalece o blog nos mecanismos de busca do Google. Isso fará com esse texto chegue para mais pessoas, algumas que talvez precisem dessas palavras.
Se você gosta e valoriza esse tipo de trabalho poderá contribuir com qualquer quantia via Pix.
Essa é também uma forma de incentivar o escritor a dedicar tempo e horas trabalho na produção de novos textos. Agradeço a todos que lêem, incluindo os possam ou não contribuir com esse humilde servo da escrita. Novamente muito obrigado por ter chegado até aqui.
Chave Pix: 11994029570
Muito bom 😍😍😘
ResponderExcluirÉ triste essa verdade.
ResponderExcluirMais como vc mesmo disse nos fazemos parte de um jeito as vezes sem querer, contribuímos para isso tudo.
É triste saber que as coisas não mudam ou se mudam é para pior. Entra político sai político e nada muda o caos que é essa cidade.
ResponderExcluirFiquei 4 anos longe de SPaulo e lendo seu texto me pareceu que tinha ido embora ontem...tudo continua igual. Pessoas jogadas ao léu, esperando o prato de comida da noite para não dormir de estômago vazio, sem esperanças, sem perspectivas, só perambulando, vendo os dias passarem.
Do outro lado o teatro municipal, magestoso e cuidado quando tem espetáculo, para que as pessoas "chiques" que vão assisitir... não vejam o espetáculo de horror, decadente e triste que fica em volta dele todos os dias.p
Nós estamos tão individualizados e medrosos que já não nos importamos mais com a miséria à nossa volta e falta a garra, a força para levantar e lutar contra isso...lemos o seu texto aplaudimos mas não fazemos nada além disso.
ResponderExcluirAcho que esse texto e a explicação do anterior...porque nos isolamos confortáveis em nossas 4 paredes atrás de uma telinha...é para não sentir medo, não ter vergonha de ver essa podridão toda e não lutar contra ela.
"O que os olhos não vêem, o coração não sente"!
Márcia .
Como viver numa cidade de pedra!
ResponderExcluirComo ter sentimentos nobres com nossos irmãos, se não saimos do nosso conforto.
A cidade amanhece e anoitece e pessoas como nós, andam perambulando nas ruas sem nenhum objetivo.
Não acreditam no amanhã! Você acredita?
Para poder "viver" eles se drogam, bebem e fi gem estar sozinhos, mas nós continuamos a passar ao lado deles, fingindo não perceber a dor alheia , ou se notamos, o que fazer,isso é problema das autoridades, não somos nós que estamos ali.!!!!!
Muitas pessoas ainda dizem SÓ são uns bêbados!
Onde está o amor ao próximo, onde está a sua solidariedade, onde está você, que não nota que seu irmão tem fome, tem sede, e a grande maioria não faz nada.!!!!
O q são meia dúzias de pessoas a entregar comida?
Por acaso você senta e ouve a história deles.
Igual a nossa!
Com sonhos de um dia poder encontrar a família, ter dignidade, que o mundo roubou!
Mas...lá estamos nós estagnados!
Passamos reto ou até atravessamos a rua para não olharmos dentro dos olhos desse irmão, que pede SOCORRO. ..Sonia!!!!
Abismo social. Estamos colhendo o que sempre plantamos, Não é minha culpa, nem sua, mas tudo vem acontecendo há muito tempo e ninguém se importa com a má distribuição, cada um olha seu próprio umbigo. Somos um povo ignorante, sem memória, que não sabe a própria história, esperando um salvador da pátria, egoístas e acomodados que somos, só queremos que alguém lute nossa guerra, pois nem nossa independência foi conquistada com luta e sim " proclamada " de acordo com interesses de alguns na época. É desolador andar pelo centro de São Paulo, um cenário tão rico, repleto de histórias, arquitetura, riquezas, tudo destruído, abandonado, descaso das autoridades, descaso do próprio povo, só a miséria e criminalidade, prevalecem. Eu sinto muito medo, insegurança, todos sentimos.Tive oportunidade de estar no Chile semana passada e vi o início das manifestações, que estouraram essa semana por lá. Vi muitas faixas, tanques d guerra na rua para reprimir manifestações de estudantes, passeatas ( que quase entrei junto só pra não perder o costume rss). Reforma da previdência lá está levando os idosos à miséria, até ao suicídio, custo de vida altíssimo, terceirização de todos oa serviços públicos, privatizações, salários baixos, ricos cada vez mais ricos. Olhamos isso e ficamos horrorizados assistindo o que acontece no quintal do vizinho mas na nossa cegueira não enxergamos nosso próprio quintal. Mesmo o chileno sendo um povo que lutou pela sua independência, tem orgulho disso, passou por uma terrível ditadura, conhece sua história, ainda,assim se calou por muito tempo diante de tantas mudanças e retirada de direitos. Mas agora estão acordados e cansados de tanta coisa errada. Vão à luta.E aqui? Sem perspectiva, tudo vai piorar, sou bem pessimista, pois só vejo expectadores, uma platéia que assiste o drama de seu país sem ter consciência, há ainda os que aplaudem. Realmente dá vontade de sumir. Terra de ninguém, o que importa pra maioria é ser melhor, que o outro, não aceitam igualdade, equilíbrio. Quem luta por direitos para todos e diminuição da museria e desdesigualdade é taxado de comunista, coisa que nem sabem o significado. Triste constatação. Boa noite Cláudia
ResponderExcluirUm texto complexo uma realidade dura e crua. Complementar seu texto ou comentar seu texto ? Nao sei, sinceramente. Por anos fiz um trabalho de acompanhar pessoaz em situação de pobreza extrema, pessoas vulneráveis a situação social deste país, país esse muito rico, tão rico que nao éramos pra pintar esse cenário real,visível,chocante,vergonhoso e choroso, éramos pra ser exemplo. Voz embargada vontade de gritar simmmmmmm temos Mas Quand O parte o faz nao faz por causa de um todo faz por si só. Nao posso me exclui como diz o professor Karnal eu nasci neste país e só tenho aqui não tenho dupla cidadania se aqui afundar eu afundo junto.
ResponderExcluirEntão não posso torcer contra tenho sempre que acreditar que pode melhorar que podemos melhorar.
Por anos trabalhei com pessoas com vulnerabilidade social, nada fácil, depois parti pra trabalhar com crianças e adolescentes, que tb nao é facil. Hj trabalho ainda com crianças e adolescentes mais crianças de inclusão. Bem nada é facil me sentia muitas vezes uma formiguinha mas acredito na transformação a longo prazo pois acredito nas formigas e ontem eu era uma hj temos mais, isdo é muito importante.
ResponderExcluirO prof. Karnal disse uma vez que nasceu nesta terra chamada Brasil aqui é sua terra, nasceu cresceu vive e que diante do colapso que vemos esse nosso país atravessar sem perspectiva nenhuma ele não t plano B não t dupla cidadania entao se esse barco chamado Brasil afundar ele afundava junto. E eu tb .... Eu tb não tenho plano B ,mas, temho esperança e acredito num futuro não muito distante
Encarar a nossa realidade dessa forma é realmente assustadora.
ResponderExcluirMas infelizmente é a pura verdade.
Quantas e quantas vezes passamos pelo centro e nos deparamos com vários mendigos sentados na frente do teatro Municipal.Sabemos que o Centro é lotado de pessoas nessas condições. Pensar que os nossos governantes não fazem nada para melhorar isso, me dá nojo sabia?Como eles podem fechar os olhos ao que acontece lá e fingir para os outros que tudo é lindo e maravilhoso!? É realmente muito triste. E o pior de tudo é que nós somos coniventes com tudo isso, pois não fazemos nada para melhorar essa situação. Eu sei que a quantidade de pessoas que vivem nas ruas é muito grande, mas tudo isso é reflexo da situação do nosso país.
Realmente encarar isso é muito vergonhoso! Parabéns autor, mais uma vez vc nos fez refletir sobre a nossa triste realidade. Bjs Lilian
É extremamente triste e angustiante andar pelo centro de São Paulo. Um lugar abandonado,repleto de lixo que se misturam a seres humanos...o cheiro ruim é forte e mais forte ainda é a nossa impotência diante de tamanho absurdo. As pessoas passam apressadamente desviando daqueles seres quase desfalecidos, inertes, vivendo total situação de
ResponderExcluirabandono e descaso por parte dos nossos governantes. É uma situação degradante,triste que a cada dia se torna mais grave, pois vão se aglomerando cada vez mais pessoas vivendo nas ruas procurando um momento de "alívio" nas drogas. Triste retrato de um Estado tão rico e ao mesmo tempo
tão pobre, de governo,de acolhimento decente, de Humanidade.
¹
Enqto lia seu txt, a imagem do q está escrito ia passando pela minha mente e tive a sensação de q era exatamente a msm q passou pela sua ao escrevê-lo. A agonia foi tnt q tentei desviar o pensamento, fazendo uma viagem no tempo, procurando retroceder até uma época em q td era mais fácil e bonito, ou pelo menos parecia através da visão de jovem q vê o mundo em cores vibrantes sem atentar para o verdadeiro acinzentado q se agiganta a sua frente cd vez mais... Até consegui chegar naquele mundo colorido em q a única preocupação q havia era garantir um boletim com boas notas ao final do bimestre!
ResponderExcluirMas confesso q, por mais q tentasse, não conseguiria encontrar o portal divisor dos tempos! E, por um momento, senti sdds daquela época... (q pareceu tão distante!) Onde foi q td mudou?
Hj, qdo olharmos a nossa volta, vem aquele nó na garganta e a vontade de gritar "pare o mundo q eu quero descer!"
Mtos fazem vista grossa pra não encarar a realidd; outros nem por perto passam pra não encarar a responsabilidd; outros ainda tentam acalentar estas pobres almas suprindo-lhes alguma necessidade momentânea do jeito q podem, mas sabendo q no dia seguinte a história se repetirá... E tal situação se repete de maneira q chega a ser encarada cm uma normalidade do dia a dia, uma rotina pra quem vive e pra quem vê!... Difícil entender tnt discrepância social e sentir-se de mãos atadas diante de misérias e incertezas!
Seu txt é chocante e realista!
Muito triste, estos vivendo tudo isso, presenciando em cada esquina que andamos no centro da cidades, eu costumo dizer que a cidade está uma podridão, porque as pessoas se encontram desta forma, moradores de ruas, tudo fedendo e coisas podres , isso é culpa do governo, pois veja o que virou essa cidade e ela está tão podre quantô a política do nosso pais cada vez crescendo mais na podridão e sim as pessoas são seres humanos e precisam ser cuidado e amei seu texto a colocação que foi feito por você
ResponderExcluir