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sábado, 26 de março de 2022

Pensando em marcianos...

       
        Estava aqui imaginando como a vida é estranha. O quanto somos injustos ou indiferentes às nossas próprias reações diante da modernidade.
A principal e mais antiga forma de expressão e comunicação é a palavra, a fala. Em seguida vem o contato físico, o olho no olho, o toque e o aperto de mãos. Essas são relações de afeto que cumprem uma função muito importante para o convívio do ser humano.
Na palavra escrita muitas vezes nos cobrimos de máscaras e dissimulações e nos tornamos personagens.
Infelizmente por mais sinceros que sejamos sempre caímos no mesmo erro de esconder os sentimentos ou abrir demais chegando praticamente ao limite do chamado "sincerocídio". Talvez sejam estas ações as piores farsas ou verdades sem filtro usadas pelo ser humano. Agir assim não parece exceção, pois afeta a todos os tipos de personalidade; desde os apaixonados até os covardes quando erguem escudos e apontam lanças para se defenderem antes de serem atacados. Também afeta os sem senso de iniciativa e os traumatizados emocionais; que geralmente acabam relegados a um quarto, isolado-se do mundo ou vivendo uma vida de farsa na internet.
     Ás vezes eu não entendo a razão de tanto isolamento influenciado pelas mudanças no estilo moderno de vida, com a escolha de algumas pessoas em viverem trancafiadas e seguras no próprio mundinho. Discordo desta atitude, pois somos seres sociais de presença física. 
     As minhas idéias são baseadas nessa vivência coletiva e em atitudes de divisão, colaboração e confraternização. Eu acho muito saudável essa socialização real.
      Agora... Na vida virtual é onde mais dispomos de tempo, fica praticamente impossível tratar assuntos sérios com profundidade falando dos mesmos prazeres e hábitos e desejos. A vida virtual parece inconstante, frágil e relegada sempre a uma realidade oposta ao “EU’ real de todos nós.
      O "isolamento" no mundo virtual parece uma decorrência da imposição social, dos novos costumes e dos temores da família ao mundo lá fora. São hábitos que acabam sendo impostos como regra de comportamento quando o celular é tão urgente e indispensável que torna-se praticamente um pedaço do corpo físico do indivíduo.
      Claro... É muito mais fácil teclar digitando carinhas, emogis e mãozinhas de positivo, tal qual outros recursos que anulam as palavras escritas, apenas para transmitir mensagens e sensações dúbias à interpretação. É óbvio, tudo será entendido de acordo com o nível de humor de quem as recebe. Falar tudo diretamente com a pessoa, demonstrando o que sente por ela, ao vivo e a cores, é coisa rara de se ver hoje em dia. Também por que, ao teclar / digitar, raramente você demonstrará sua emoção verdadeira. 
    A internet favorece muito o aspecto da individualidade, sempre em contraste com a cumplicidade e participação pessoal.
     Houve um tempo em que se poderia ir à casa de alguém, nem era necessário avisar, muito menos marcar hora, ia chegando, sendo muito bem recebido com um sorriso e um convite espontâneo: “Entra, senta aí no sofá, fique a vontade”. Hoje tudo tem de ser marcado, tem que consultar o outro antes, confirmar se não tem compromisso, tem que ver a previsão do tempo, - se for mulher, namorada ou amiga - melhor saber com antecedência os dias da TPM para não levar uma porta na cara ou outro ato de hostilidade, tipo: “Quem é você? Não te convidei para vir aqui hoje.".
 Tem gente que é mesmo muito mal educada, mas isso é assunto para outro texto.
    Nós mudamos ou o mundo mudou? 
     A educação e a cultura da informatização mudaram as pessoas? O excesso de informações colocou todos em um confinamento eterno? Viramos bonecos numa cadeira giratória criando pneuzinhos na cintura provocados pela auto-escravidão virtual? 
      Humm... Acredito que, em boa medida, muito disso influencia na falta de atitude com a dita socialização, pois sabemos que é muito cômodo "teclar / digitar" com alguém sem precisar se expor. É melhor que ir até a casa da pessoa, afinal você terá de escolher uma roupa, tirar o carro da garagem, chamar Uber ou pegar ônibus. Numa cidade grande perderá tempo no deslocamento de ida e na volta, correrá risco de ser assaltado ou de ficar preso num congestionamento ou enchente. É muito mais fácil "teclar / digitar" com uma latinha de coca-cola ou um copo de chá ao lado e, mais, o biscoitinho ao alcance das mãos com os farelos se espalhando na poltrona. É claro que, depois de um tempo, chega a dor nas pernas de tanto ficar sentado,  mas é melhor doer por isso do que por uma caminhada cansativa ao ar livre debaixo de Sol só para ficar em forma. 
         E, finalmente, assim vamos ficando cada vez mais trancafiados em nosso mundinho, vendo a vida passar pela tela do celular ou notebook, achando com toda convicção que vivemos uma vida de qualidade.
Tem gente por aí que nem se lembra do quanto é gostoso sentir os raios do Sol na pele ou então nem lembra mais que flores aparecem na primavera.
         Reconheço e faço aqui o “mea-culpa”, pois também tenho alguns destes hábitos. Estou procurando mudar, mas a vida só muda quando a própria pessoa muda - estou tentando o máximo para que isso aconteça. Porém, sabemos que ainda não é o melhor, mas o pior é quando a “ficha cai" e vem o pensamento: Será que vale mesmo a pena mudar agora nessa idade que estou? 
      Geralmente já será tarde demais e, então, entrará na conta 10 quilos a mais de gordura na barriga e 10 anos a menos da vida social. Sinal dos tempos!
     Bem... Percebo que a minha vida quase 100% virtual continua sem interação física - mas hoje, mexendo nos apps de streaming, encontrei um filme muito antigo onde marcianos andavam juntos. Imaginei positivamente que jamais ficarei sozinho, pois, pelo menos, podem aparecer por aqui esses tais marcianos...

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