Eu vi ontem o que se passa no Equador. São cenas completamente assustadoras e inacreditáveis. O vírus não escolhe classe social ou religião, nem ideologia política. Então, o modo como ele se propaga é indiferente, porque os mais afetados são os mais pobres dos países mais pobres ou os pobres dos países mais ricos.
Se há uma ironia nisso tudo, seria que o vírus não é tão letal, que a taxa de mortalidade pelo número de contágios não é tão grande assim, o problema é que ele é altamente contagioso e se propaga muito rapidamente, por isso pode saturar o sistema de saúde. Então, se, de repente, num hospital chegando duas, três, quatro mil pessoas juntas com problemas respiratórios, isso satura o sistema, esgota os médicos e enfermeiros. Não será possível qualquer sistema de saúde do mundo atender tantas pessoas assim. Às vezes, uma outra doença, que poderia ser tratada e não é tão grave, se complica. Há a falta de atendimento e a pessoa morre devido o sistema estar enroscado - e isso vale não apenas para outras doenças, mas também por acidente de trânsito ou doméstico. Então, doenças, ou casos comuns que seriam curáveis, levam à morte sem a estrutura adequada para lidar com a situação.
Falando sobre a Europa: Espanha e Itália, que são os dois países mais afetados, o que se tem visto por lá ainda não chegou a um colapso, mas sim a saturação do Sistema de Saúde. Eles ainda estão atendendo as pessoas, ainda têm material, têm um bom número de profissionais e estão conseguindo lidar com boa parte dos casos, aos trancos e barrancos, é claro! Mas estão! Embora ainda, lamentavelmente, fazendo a triagem da escolha pelo atendimento entre quem vai viver e quem não vai.
Bem... Estamos falando de dois sistemas de saúde que são exemplares, tanto a Itália como a Espanha, é por isso que ficar em casa, mantendo-se isolado, é o melhor a fazer nesse momento. O isolamento social é importante porque reduz o contágio, com isso reduz o número de pessoas contaminadas ao mesmo tempo numa mesma localidade.
Quando o vírus chegar com força em países mais pobres, que não têm estrutura sanitária que têm os países ricos, veremos o que está acontecendo no Equador. As notícias que estão chegando são terríveis. Olha... Eu nem sei se recomendo que assistam os links que vou deixar ao final desse post. Se vocês estiverem com o emocional abalado, não assistam. Não vejam as cenas nem que seja por alguma curiosidade mórbida, pois, o negócio lá está complicadíssimo. Tudo acontece na segunda maior cidade do país, Guayaquil; sendo foco da pandemia no Equador. O sistema de lá não está saturado, ele entrou em colapso total, ou seja, hospitais e funcionários não conseguem atender as pessoas. Entrou em colapso também de materiais, não têm mais respiradores, máscaras e luvas. É o pior dos cenários quando hospitais não conseguem mais atender a demanda.
Então, o que se tem visto lá durante essa semana toda, são cenas chocantes de corpos sendo jogados na rua; são das pessoas que morrem em casa. Os familiares ligam para assistência sanitária ou para a prefeitura vir recolher e ninguém vem, não vem porque está saturado e em colapso. São tantas mortes que eles não dão conta, não conseguem lidar com o que está acontecendo nesse momento, dia 2 de Abril de 2020. O corpo do equatoriano que morre em casa ou na rua, seja por qualquer outro motivo, fica de 3 a 5 dias no local em que caiu morto, até que o serviço público venha buscar. Olha, eu estou chocado. Não sei se vocês conseguem imaginar a situação. Você consegue se colocar no lugar de uma pessoa que tem que ficar de 3 a 5 dias com o corpo de um ente querido em casa ou caído diante do próprio portão? O que muitos têm feito é simplesmente pôr o corpo na calçada e, em alguns casos, tacar fogo ali mesmo. São cenas pavorosas e muito chocantes de algo inacreditável a quem precisa de atendimento médico e não consegue mais. Algo assim poderá nos alcançar em breve, de acordo com o rumo torto que as autoridades brasileiras estão tomando. O meu grande receio é quando o vírus chegar de fato aqui.
Uma coisa é atingir Holanda, Alemanha, Noruega, Itália, Espanha, França, Reino unido, Estados Unidos, outra coisa é atingir Bolívia, Venezuela, Peru, Equador, Brasil e a África negra. Por exemplo, a capital da Nigéria, Lagos, tem 3/4 dos seus habitantes morando em favelas, - traga esse cenário para nossas cidades - nessa condição não há distanciamento social que resolva.
Ouço todos os dias os governos estaduais nos orientando para ficar em casa, mas nem todos têm essa opção. Muita gente se não estiver trabalhando não tem comida na mesa. A falta de dinheiro no bolso faz as pessoas irem para as ruas e se contaminarem. Aquele que pode ficar em quarentena é um privilegiado, pois nem todos podem abrir mão de 15, 20 ou mais dias sem ganhar nada. Na verdade em muitos países do mundo as pessoas não têm essa opção. Sem o isolamento o que virá para nós é o que acontece agora no Equador. É um prenúncio do que poderá ocorrer não apenas aqui, mas em muitos países do mundo, os sem recursos para testar as pessoas.
Foi noticiado, hoje, nos Estados Unidos, os bairros mais pobres de Nova Iorque são os mais afetados, se você olhar o mapa da contagem deles poderá tirar a prova. Uma coisa é certa, os políticos governantes, que minimizaram os impactos dizendo que era um resfriadinho, como fez o nosso Excrementíssimo Presidente Bolsonaro, terão o sangue nas mãos. Porque, quando a curva atingir o alto do gráfico, chegando com toda força em nossa vizinhança, disparando os casos como está acontecendo agora no Equador, eles serão os culpados, pois o discurso deles estimulou as pessoas voltarem ao trabalho, e isso irá contribuir rapidamente para o rastro de contágio.
Estou assistindo na televisão pessoas indo trabalhar ou indo às compras como se fosse um tempo normal. Filas imensas na porta do banco Caixa, em casas lotéricas, ônibus e trens com dezenas de pessoas em pé. E, mais uma vez, o que acontecerá será uma reação em cadeia, porque o nosso sistema de saúde entrará em colapso, consequentemente, elevando enormemente o número de mortes, - que, segundo dizem, já está sendo sub-notificado - fará com que cemitérios e funerárias não consigam dar conta da situação. E talvez vejamos no nosso bairro, na nossa rua, o mesmo que acontece nesse exato momento no Equador.
Tivemos ontem a notícia, pelo nosso Ministro da Saúde, que os Estados Unidos compraram todos os insumos médicos da China, pulando na frente da fila de espera com o poder do dinheiro. Já enviaram para lá 23 aviões Boeings cargueiros em busca dos suprimentos médicos, que, uma grande parte, seria destinada ao Brasil - a potência com muita grana e muito, mas muito poder pode furar a fila com a conivência e silêncio de Presidentes de outras nações subservientes. Diante do ocorrido o Brasil terá de rebolar para conseguir suplementos básicos para atender nosso povo.
Como dito anteriormente, eu não recomendo que assistam as cenas do link que vou deixar aqui no final, isso se você não estiver bem ou com preparo para cenas fortes e reais. Encerro dizendo que, como sempre, quem vai pagar essa conta são os mais pobres, aqueles que terão suas vidas afetadas pela doença, fome ou algo pior. Espero que consigamos lidar com o que ainda não vivemos, espero que tenhamos condições de sobreviver a tudo isso.
Por favor, deixe seu comentário.
Se há uma ironia nisso tudo, seria que o vírus não é tão letal, que a taxa de mortalidade pelo número de contágios não é tão grande assim, o problema é que ele é altamente contagioso e se propaga muito rapidamente, por isso pode saturar o sistema de saúde. Então, se, de repente, num hospital chegando duas, três, quatro mil pessoas juntas com problemas respiratórios, isso satura o sistema, esgota os médicos e enfermeiros. Não será possível qualquer sistema de saúde do mundo atender tantas pessoas assim. Às vezes, uma outra doença, que poderia ser tratada e não é tão grave, se complica. Há a falta de atendimento e a pessoa morre devido o sistema estar enroscado - e isso vale não apenas para outras doenças, mas também por acidente de trânsito ou doméstico. Então, doenças, ou casos comuns que seriam curáveis, levam à morte sem a estrutura adequada para lidar com a situação.
Falando sobre a Europa: Espanha e Itália, que são os dois países mais afetados, o que se tem visto por lá ainda não chegou a um colapso, mas sim a saturação do Sistema de Saúde. Eles ainda estão atendendo as pessoas, ainda têm material, têm um bom número de profissionais e estão conseguindo lidar com boa parte dos casos, aos trancos e barrancos, é claro! Mas estão! Embora ainda, lamentavelmente, fazendo a triagem da escolha pelo atendimento entre quem vai viver e quem não vai.
Bem... Estamos falando de dois sistemas de saúde que são exemplares, tanto a Itália como a Espanha, é por isso que ficar em casa, mantendo-se isolado, é o melhor a fazer nesse momento. O isolamento social é importante porque reduz o contágio, com isso reduz o número de pessoas contaminadas ao mesmo tempo numa mesma localidade.
Quando o vírus chegar com força em países mais pobres, que não têm estrutura sanitária que têm os países ricos, veremos o que está acontecendo no Equador. As notícias que estão chegando são terríveis. Olha... Eu nem sei se recomendo que assistam os links que vou deixar ao final desse post. Se vocês estiverem com o emocional abalado, não assistam. Não vejam as cenas nem que seja por alguma curiosidade mórbida, pois, o negócio lá está complicadíssimo. Tudo acontece na segunda maior cidade do país, Guayaquil; sendo foco da pandemia no Equador. O sistema de lá não está saturado, ele entrou em colapso total, ou seja, hospitais e funcionários não conseguem atender as pessoas. Entrou em colapso também de materiais, não têm mais respiradores, máscaras e luvas. É o pior dos cenários quando hospitais não conseguem mais atender a demanda.
Então, o que se tem visto lá durante essa semana toda, são cenas chocantes de corpos sendo jogados na rua; são das pessoas que morrem em casa. Os familiares ligam para assistência sanitária ou para a prefeitura vir recolher e ninguém vem, não vem porque está saturado e em colapso. São tantas mortes que eles não dão conta, não conseguem lidar com o que está acontecendo nesse momento, dia 2 de Abril de 2020. O corpo do equatoriano que morre em casa ou na rua, seja por qualquer outro motivo, fica de 3 a 5 dias no local em que caiu morto, até que o serviço público venha buscar. Olha, eu estou chocado. Não sei se vocês conseguem imaginar a situação. Você consegue se colocar no lugar de uma pessoa que tem que ficar de 3 a 5 dias com o corpo de um ente querido em casa ou caído diante do próprio portão? O que muitos têm feito é simplesmente pôr o corpo na calçada e, em alguns casos, tacar fogo ali mesmo. São cenas pavorosas e muito chocantes de algo inacreditável a quem precisa de atendimento médico e não consegue mais. Algo assim poderá nos alcançar em breve, de acordo com o rumo torto que as autoridades brasileiras estão tomando. O meu grande receio é quando o vírus chegar de fato aqui.
Uma coisa é atingir Holanda, Alemanha, Noruega, Itália, Espanha, França, Reino unido, Estados Unidos, outra coisa é atingir Bolívia, Venezuela, Peru, Equador, Brasil e a África negra. Por exemplo, a capital da Nigéria, Lagos, tem 3/4 dos seus habitantes morando em favelas, - traga esse cenário para nossas cidades - nessa condição não há distanciamento social que resolva.
Ouço todos os dias os governos estaduais nos orientando para ficar em casa, mas nem todos têm essa opção. Muita gente se não estiver trabalhando não tem comida na mesa. A falta de dinheiro no bolso faz as pessoas irem para as ruas e se contaminarem. Aquele que pode ficar em quarentena é um privilegiado, pois nem todos podem abrir mão de 15, 20 ou mais dias sem ganhar nada. Na verdade em muitos países do mundo as pessoas não têm essa opção. Sem o isolamento o que virá para nós é o que acontece agora no Equador. É um prenúncio do que poderá ocorrer não apenas aqui, mas em muitos países do mundo, os sem recursos para testar as pessoas.
Foi noticiado, hoje, nos Estados Unidos, os bairros mais pobres de Nova Iorque são os mais afetados, se você olhar o mapa da contagem deles poderá tirar a prova. Uma coisa é certa, os políticos governantes, que minimizaram os impactos dizendo que era um resfriadinho, como fez o nosso Excrementíssimo Presidente Bolsonaro, terão o sangue nas mãos. Porque, quando a curva atingir o alto do gráfico, chegando com toda força em nossa vizinhança, disparando os casos como está acontecendo agora no Equador, eles serão os culpados, pois o discurso deles estimulou as pessoas voltarem ao trabalho, e isso irá contribuir rapidamente para o rastro de contágio.
Estou assistindo na televisão pessoas indo trabalhar ou indo às compras como se fosse um tempo normal. Filas imensas na porta do banco Caixa, em casas lotéricas, ônibus e trens com dezenas de pessoas em pé. E, mais uma vez, o que acontecerá será uma reação em cadeia, porque o nosso sistema de saúde entrará em colapso, consequentemente, elevando enormemente o número de mortes, - que, segundo dizem, já está sendo sub-notificado - fará com que cemitérios e funerárias não consigam dar conta da situação. E talvez vejamos no nosso bairro, na nossa rua, o mesmo que acontece nesse exato momento no Equador.
Tivemos ontem a notícia, pelo nosso Ministro da Saúde, que os Estados Unidos compraram todos os insumos médicos da China, pulando na frente da fila de espera com o poder do dinheiro. Já enviaram para lá 23 aviões Boeings cargueiros em busca dos suprimentos médicos, que, uma grande parte, seria destinada ao Brasil - a potência com muita grana e muito, mas muito poder pode furar a fila com a conivência e silêncio de Presidentes de outras nações subservientes. Diante do ocorrido o Brasil terá de rebolar para conseguir suplementos básicos para atender nosso povo.
Como dito anteriormente, eu não recomendo que assistam as cenas do link que vou deixar aqui no final, isso se você não estiver bem ou com preparo para cenas fortes e reais. Encerro dizendo que, como sempre, quem vai pagar essa conta são os mais pobres, aqueles que terão suas vidas afetadas pela doença, fome ou algo pior. Espero que consigamos lidar com o que ainda não vivemos, espero que tenhamos condições de sobreviver a tudo isso.
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