Mostrando postagens com marcador Marionetes. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Marionetes. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Marionetes

     Bem... Parece deprimente falar assim, mas eu me sinto isolado. Eu me sinto como se, de alguma maneira, fosse um nada e um incomodo para algumas pessoas, gente que diz fazer algo por todos nós, mas não faz.
     Há um sentimento que me faz imaginar que adiante teremos tempos sombrios para o povo brasileiro. Um tempo difícil, perigoso e dramático. Onde a verdade deturpada de alguns dos nossos lideres baterá de frente aos direitos básicos da maioria da sociedade, como acontece atualmente no Chile e Bolívia. Por interesses espúrios da maioria da classe política são criados a cada dia mais mecanismos para encobrir suas falcatruas e inocenta-los – como sempre.


     A falência da república está a caminho e maquiada por uma grave chantagem emocional chamada de golpe, através de mensagens subliminares ou explícitas, repetidas até a exaustão nos meios de comunicação subservientes a todos os que estão no poder - logo aparecerão no rádio e TV discursos com justificativas para falsear a verdade e ludibriar novamente o povo menos instruído, sob o risco do país ficar ingovernável e brasileiros serem jogados contra brasileiros através do autoritarismo. 

     Lamento que a maioria do povo tenha perdido totalmente a medida de suas obrigações cívicas e até a memória e o conhecimento dos anos de chumbo – um povo desmemoriado é um povo vulnerável e sem voz - muito conveniente aos que estão lá em cima hoje.
     Enquanto isso, nós presenciamos a representatividade de um estado moralmente falido, que só sabe agir através de ameaças de mobilizar a força policial para reprimir todo o inconformismo por uma sociedade melhor e com responsabilidade.
     Nunca vimos a presença do estado nas comunidades carentes com disposição, ou em desocupações, que não seja através dessa mesma força de repressão violenta. Não! O que de tempos em tempos assistimos na TV é a presença do gás lacrimogêneo, dos cacetes, da espada em riste e da bala de borracha. O que logo acontecerá novamente ao povo comum que lutará por ideais de governabilidade democrática e equilíbrio se um basta não for dado agora. É uma tarefa urgente.


     Justamente por esse tipo de ação opressora de reprimir e ameaçar toda a nação, os menos favorecidos se deixam pouco a pouco a dominar por outro processo social e criam seus próprios lideres, os quais lhes dão proteção e facilidades pagando um pequeno pedágio; são as milícias que dominam o Rio de Janeiro, enquanto ao mesmo tempo o  crime cria e oficia seu próprio partido em São Paulo, se espalha pelo Brasil, o poder paralelo cresce através da omissão total do estado e governantes - atuais e de décadas passadas. As leis do submundo emergem para toda a sociedade com seus tentáculos; são elas que determinam regras de comportamento e punição onde a polícia não vai. Os julgamentos se dão via tecnologia moderna: Smartfones, vídeo conferências; diretamente de presídios com TVs de LED, aparelhos de som potentes e freezer novinho. Chic isso! E essas leis não foram criadas pelo bandidinho pé de chinelo que apodrece lá na cadeia tentando liderar meia dúzia de comparsas para uma fuga no dia de visitas. Essas leis nasceram das mais perigosas e engenhosas mentes que oprimem a sociedade - independentemente da vontade de mudança da maioria: o poder legislativo com a aprovação do poder judiciário; poderes legítimos instituídos pelo povo, para o povo e contra ele mesmo. E esses poderes se unem em seu intuito de dominação, assassinatos de rivais e oponentes políticos.


     Vou dizer: eu me sinto isolado, perdido. Estou rodeado por quadrilheiros e leis vindas de cima e de baixo, sendo impostas à revelia por todos os ângulos da minha existência.
Eu me sinto totalmente vilipendiado e torturado, estou numa fronteira entre a violência e a inércia – tudo muito conveniente ao estado.Não consigo mais transmitir algo de bom para alguém ou para mim mesmo. Perdi a voz em meio a tantas vozes que acabam gerando apenas um som de balburdia, onde ninguém se ouve e nem se entende. Eu quero um outro mundo. Não quero este que está aí. Quero um mundo mais justo com regras claras; com justiça igual para todos, educação, saúde acessível e qualidade de vida. Não quero uma revolução com as pessoas saindo às ruas aos gritos, ateando fogo em ônibus, quebrando tudo o que vier pela frente e dando tiros. Não! Isso é vandalismo que não leva a nada. Revolução é transformação. É um ato social organizado que desmonta a estrutura vigente e cria outra sociedade mais igualitária. Repudiando o autoritarismo, a repressão e ditadura tipo republiqueta de bananas.    


     O silêncio subserviente termina em subserviência eterna, por isso sou colocado como suspeito, criminoso e vítima; como alguém que deveria simplesmente se calar e abaixar a cabeça. O povo brasileiro não merece ser governado por um clã do mal, uma estirpe sinistra que a todo instante incita a criação da ditadura e faz ode à tortura e torturador. 

    Desta forma está difícil ao povo não sofrer mal algum de qualquer lado; e eu também, alguém que sofre de um ímpeto que confunde certo e errado; alto e baixo; direita e esquerda. E que no final de tudo relembra do termo “dívida interna”, que descreve bem o que os políticos devem à população, com suas sistemáticas ações de afronta à constituição e à democracia. Eles devem aos ricos, aos pobres; aos sem-teto; aos desmemoriados; aos desencaminhados; aos índios, brancos, pardos, mestiços e negros. Devem aos parques públicos, ruas, becos, vielas e avenidas. Devem aos cristãos, espíritas, judeus, budistas e muçulmanos. Devem à saúde, ao transporte público e à educação. Devem água, comida e lazer. Devem aos sãos, aos loucos, enfermos e curados. Devem aos héteros, gays, lésbicas e também aos indecisos. Devem ao cinema, ao teatro e ao circo. Devem principalmente aos marionetes, com os quais se divertem todos os dias puxando as cordas amarradas em milhões de pescoços.      


Cansado e Velho

Minha história gira em torno de mim mesmo, — uma vida quase nas portas do delírio na mente de muitos —, com o intuito único de conti...