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sexta-feira, 27 de março de 2020

Isolamento

     Você se lembra dos beijos, toques e carinhos? 
     Você se lembra da caminhada ao ar livre? 
     Você se lembra do chafariz e da bica de água cristalina no parque?

      Eu acredito que a nossa energia está em cada toque, em cada olhar e em cada expressão que permanece para sempre na lembrança. Por isso cá estou novamente tentando exprimir alguns sentimentos para cair na real durante a tempestade. E se acaso durante essa explicação eu tiver a necessidade de deixar de ser nostálgico e passar a ser duro com as palavras, espero, sinceramente, que não se entristeça. Pois, posso dizer, acima de qualquer outra coisa, a lembrança de dias recentes ainda está muito presente em todos nós. 
      No entanto, a minha necessidade interior de expor tudo assim, deve ser entendida da mesma forma quando há a vontade de dizer um palavrão depois de uma martelada no dedo. 
      Fiquei imaginando o quanto seria importante conversar sobre os acontecimentos atuais, apesar que reconheço, o quanto será difícil superar. Mas, por favor, apenas entenda, sei que você também gosta de refletir sobre tudo e viver as sensações de contato físico, e tem dificuldade para lidar ou entender o distanciamento necessário. Sei que, ainda assim, procura enxergar um lado melhor para as coisas no futuro.
     Olhando lá atrás, aqueles belos e espontâneos momentos, que jamais imaginamos que pudessem se transformar nisso, não lhe parecem um deja-vu? Depois de pensar e repensar acredita que pode mudar sua opinião, pela orientação de um inconsequente, ou que deve se proteger do que vem pela frente? Um  cantinho mais profundo do seu ser não se acautela cada vez mais enquanto está triste e solitária? Poxa vida.... Vê agora no que nos tornamos com essa ameaça potencial e contradição permanente? É uma doença que também fere a nossa alma nos desejos mais primitivos, enquanto lideres nos confundem como se fossemos nada. Cria-se uma confusão em tudo que julgamos correto, traz uma sensação que não podemos entender e nos faz perder o melhor dessa vida aos poucos, quase que imperceptivelmente. Ahhh, se fosse possível enxergar além dos curtos limites dos velhos conceitos do passado, talvez um novo saber indicasse o caminho certo vindo dos pressentimentos e, com isso, haveria mais confiança para suportar tais medos e tristezas. Do nada, algo novo poderia surgir, algo que fosse completamente desconhecido: onde os bons sentimentos fizessem todos ao redor recuar de suas vaidades e egoísmos e um enorme ato de sabedoria reinasse de cima para baixo em nome da sanidade. 
    Agora sim, chega a consciência que as tristezas e alegrias do passado foram momentos a serem valorizados. Hoje há momentos que às vezes são doloridos e às vezes de superação, mas são apenas novos aprendizados, ainda que sejam um desastre causador de paralisia. Mesmo assim ainda é possível sair sem se machucar demais. O meu mais sincero desejo é que a dor e a paralisia não estivessem aqui ou no mundo - que já tivessem sido diluídas nas memórias daquele tempo que se foi e faz parte dos livros de história. A certeza é que é difícil saber o que exatamente há de verdadeiro nas motivações de desorientação vindas de cima. Facilmente alguém poderia crer que nada mais aconteça além de esperar diante da TV, no entanto, existem as notícias que mostram a cada dia tudo em que foi transformado o mundo e o que está ficando estranho dentro de cada um de nós por causa disso. Muitas vezes a visão do que tem adiante chega rapidamente e assim novamente tudo se sucede como um grande acontecimento que renova os medos. Quanto mais se puder olhar com um viés de prudência e paciência, mais rápido será o retorno ao destino tão desejado anteriormente. E quando ele vier, – isto é, quando a porta se abrir para chegar à normalidade – com toda certeza estará tão próximo e familiar que nem haverá conta do quanto tempo demorou a chegar. Eu acredito nisso. É preciso! Trata-se de evolução da fé, aquilo que aos poucos desenvolve o sentido lógico de uma vida; sensações de recompensa esperadas há muito tempo. Você poderá reconhecer com isso que a vida certa ou errada novamente está em nós, no isolamento que praticamos. Muitas pessoas não percebem que agir assim é algo simples se feito com naturalidade e parcimônia. Porém, ao darem de cara com um momento estranho e confuso, com aquela vontade de voltar ao que era, sem seguir as orientações cientificas, pode ser tarde demais para recuar. Por isso o fim pode ser trágico quando não se observa a precaução. É cada qual por cada qual, mesmo que possamos ser enganados o tempo todo, confirmando a cada instante que somos orientados por um idiota, o melhor seria admitir que fomos deixados sós, e que todos os pontos que considerávamos apoios e orientações governamentais foram retirados. Nossas escolhas se tornaram particulares. E a partir de então ficamos entregues ao insólito, como se estivéssemos sendo arrastados pelos ares e caindo como uma pedra despedaçada. É claro que nesse momento de reclusão a cabecinha criativa inventa uma mentira enorme para acalentar o estado dos sentidos, fazendo com que todas as medidas, distâncias e transformações se alterem na conveniência de quem está solitário e abandonado. Renova-se a esperança de que tudo logo irá passar. Para isso é preciso força. No fundo, mas bem lá no fundinho mesmo, a única força que se dispõe é a de aceitar e fazer de tudo pela própria existência, juntamente com a de quem se ama, para que o que está adiante passe rápido e vire esperança de vida nova. Essa ação é exigida em momentos difíceis, porque não é só o distanciamento que faz a vida se repetir numa infindável monotonia, em muitos casos é a incerteza e o cansaço em imaginar soluções para sobrevivência que faz isso. Diante da situação, ao nos sentirmos fortes mas sem voz ativa, apenas olhamos tudo acontecer dia após dia esperando a primavera chegar.
      Somente quem se sente preparado, quem não exclui nada com antecipação, poderá sobreviver e admirar as flores com leveza.  
        Pense alto! 
        Sabe de uma coisa? Muitas vezes um fato desconhecido como esse, uma praga, juntamente com uma orientação errada, provocada por alguém que consideramos imprestável e que se tornou indesejável para a maioria, veio de um destino que não tivemos como evitar. Esse momento atual está sendo acolhido pela vida como um aprendizado dolorido, no entanto, a nossa vida não se tornou limitada pela pessoa de caráter maligno e destrutivo que só fala bobagens e deseja o nosso mal e dos nossos entes queridos, mas por um inimigo invisível do qual podemos tentar nos previnir. Mas logo em seguida a esse pensamento é possível retornar ao ponto inicial da própria consciência e assumir que as escolhas da nossa sociedade foram feitas livremente, já com a opção de risco ou desastre iminente por qualquer circunstância. 
      Se você considera que a sua vida está agora repleta de tristeza e medos, pela inconsequência e falta de inteligência do escolhido, - falo daquele que está no topo da nação - eu posso dizer o mesmo da minha. Mas se fosse diferente, jamais poderia ter encontrado palavras certas para exprimir os sentimentos contraditórios pelos quais todos agora passamos, e nem como ainda permanecem bem vivos na minha lembrança os dias de liberdade, beijos, abraços e carinhos de outrora. 

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