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segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Obaaaa!!! Bon Jovi Novamente.

     Até parece uma piada meio sem graça. Mas não é. 
     Na verdade, - quero deixar bem claro que se trata da minha opinião e gosto pessoal, - assim sendo, adoro o ato de  poder sacanear os amigos que têm um gosto musical simplesmente patético e idolatram o Bon Jovi. Quando encontro esses amigos me divirto fazendo algumas piadas bem humoradas e muito espirituosas (no bom sentido) a respeito do gosto musical deles. Esses meus amigos, já bem crescidos, com barba branca na cara, barrigudos, pais de família, falastrões e já feitos na vida em suas carreiras profissionais, compartilham o mesmo gosto musical das esposas e cunhadas que adoram o Bon Jovi - esses casais durante anos mantiveram em suas coleções, de rock chumbrega, os discos em vinil mais popularescos da banda, tipo: New Jersey, Slippery When Wet, These days... 
     Algumas pessoas ainda ousam chamar o Bon Jovi de Heavy Metal, Glam Rock, Hair rock, hard rock, o que, na verdade, não se encaixa, já que seu apelo pop é simplesmente vergonhoso, basicamente calcado no mainstream de empresários ambiciosos em conluio com a gravadora, - que busca sair do buraco - fazendo de tudo para acertar um sucesso no rádio para as mais variadas camadas da população mundial; claramente se baseado em letras horríveis, que exaltam a dor de corno ou o amor não correspondido - algumas letras fariam Zezé de Camargo ou Amado Batista morrerem de raiva por ainda não terem escrito ou cantado tais lamúrias. 
     O Bon Jovi vem de uma onda de bandas de rock que preferiram no começo se mostrar com visual tipicamente feminino, onde praticamente todos os músicos eram muito parecidos em seus badulaques e adornos, tipo: brincos, pulseiras, correntinhas e lantejoulas, - diga-se de passagem, ridiculamente grotesco, - e cabelos, lotados de fixador; em permanentes tão duradouras que nem o último furacão Dorian seria capaz de tirar um cacho ou um fio do lugar. 
     No quesito cabelo variava um pouco; poderiam ser cacheados ou lisos, motivo de inveja em todas as moças da época. Ahhh, tinha também as roupas de couro apertadas e calças de oncinha. 
    Poxa vida... Infelizmente as pessoas vivem de saudosismos, estão lotadas de carência, e necessitam urgentemente que a memória afetiva seja exercitada através de um show ao vivo em sua cidade. Aí essas pessoas correm na internet, ficam de madrugada esperando a liberação dos ingressos, via esses sites que cobram caro pela conveniência e, bem diante dos seus smartphones, notebooks ou pcs, voltam por um instante lá  no passado, nos anos 80, quando eram pessoas magras, sem rugas, sem cabelos brancos, sem problemas da vida adulta,  lembram que um dia já tiveram a estética fininha e cabelos esvoaçantes. Na sequência vem a ansiedade, contando meses, semanas e dias, pela tal data do show que as fará felizes, desejando urgentemente esquecer a própria realidade por 120 minutos. 
     É fácil notar que, muitas vezes, não medindo esforços, se lamentam daquilo que foram ou do que poderiam ter sido. 
     No caso dos fãs do Bon Jovi, existe aí a oportunidade de assistir um show de um banda tão acéfala tanto quanto seus fãs, que poderão dizer aos seus filhos e netos que isso sim é música boa; música chata eram aquelas dos anos 50, 60 e 70, que seus pais ouviam numa vitrolinha, ou num 3x1, lá nos anos 80 quando o Bon Jovi dava seus primeiros passos na carreira.
     Todos concordam que a música do Bon Jovi sempre foi o resumo daquele rock feito para meninas cheias de hormônios, que viam neles seus príncipes encantados. Foi um tempo em que as pessoas foram tomadas por uma febre de video-clips na TV, principalmente com o surgimento da MTV com vários programas diários, e em outros canais comuns, exemplo: Som pop, Clip Trip, TV2 Pop show. Logicamente a banda se aproveitou muito desse fenômeno, assim como outras bandas horrorosas da mesma época, a começar pelo "Poison", "Warrant", "Dokken", "Europe", "Winger", "Firehouse", "Cinderella"...  Bandas simplesmente ridículas em que a estética e a beleza de seus integrantes, em todas elas meio afeminadas, eram mais importantes que a música. Esse sucesso do estilo permaneceu por um tempo, desde meados dos 80, entrando nos anos 90, mas, a partir da segunda metade dos 90, com lançamento daquele disco horrível do Bon Jovi, "These Days", dizer no meio roqueiro que era fã desse tipo de música era como passar o atestado de patricinha metida a roqueira ou de meninos afeminados. 
     Hoje, grande parte do público da banda, são aquelas mesmas fãs da época. Um tipo de gente saudosista com seus cabelos tingidos para esconder os fios grisalhos ou de senhores que chegam ao local do espetáculo conduzidos por motoristas particulares em suas BMW ou Mercedes, - rodeados por seguranças que também vão ao show por ossos do ofício para proteger os filhos do patrão - filhos que curtem K-pop ou Justin Bieber. Esse tipo de gente não se importa em pagar 800 ou mais de 1200 reais por cada ingresso e lota os shows, mas raramente consome os discos que a banda lançou após os anos 90, e sequer conhece as músicas lançadas nesse período. Esse negócio do "vamos cantar juntos" só vale para uma meia dúzia de músicas bem antigas, e olhe lá! São sempre as mesmas músicas que essa turma adora cantar nos shows, isso é importante frisar! Tem aquelas baladas de verter lágrimas de sangue de tanta raiva, como por exemplo: "always", "bed of roses", "I´ll be there for you". Claro que também tem aqueles roquinhos fajutos com letrinhas infanto-juvenis: "You give love a bad name", "bad medicine", "living on a prayer", "lay on hands on me"; e o hit mais recente da banda "It´s my life" que é do ano de 2001, e saiu de um disco péssimo chamado "Crush". Olha... De repente você pode até achar que minha relação de ojeriza com os álbuns e músicas do Bon Jovi seja uma mera perseguição, mas não é não. Garanto a você que não é. Você que está lendo isso e já vai formando opinião a meu respeito lhe digo o seguinte: - Nos últimos dias ouvi com a maior resignação possível alguns álbuns inteiros do Bon Jovi, principalmente o "New Jersey", que é um dos mais festejados. Reparei que o impacto que me causa hoje é bem diferente do tempo em que foi lançado, um impacto para pior. O mais triste disso tudo é que de lá para cá a música do grupo decaiu de maneira espantosa com a falta de criatividade, a qual, sabemos, já era bem pobrezinha. Uma outra coisa deprimente é a voz atual do cantor, Jon Bon Jovi, que não consegue mais alcançar nem os tons médios das músicas, com apresentações constrangedoras pela falta de afinação - só procurar os videos no youtube de shows recentes. Na verdade a banda Bon Jovi é um arremedo do que foi nos anos 80, pois o único que sobrou para fazer companhia ao Jon é o baterista Tico Torres. O resto da banda é de músicos contratados que recebem cachê por apresentação e muitas vezes sem o direito de ter a imagem mostrada nas filmagens dos shows, como aconteceu na última apresentação da banda no Rock In Rio, quando a câmera fixava apenas o Jon, e alguns relances da mão do guitarrista nas cordas do instrumento, sem nunca filmar o rosto, e, o baterista, que substituiu Tico Torres de última hora, no fundo do palco na escuridão total. 
     Então... Como os shows do Bon Jovi lotam e acontecem em grandes arenas ou estádios, por que tem essa legião de fãs que adoram reviver o passado, esses shows acabam sendo feitos com uma produção muito grande e espetaculosa, que serve para disfarçar o quanto a banda está tocando sem ânimo e as músicas extremamente caretas e insossas. Esses grandes espetáculos demonstram a enorme vontade de Jon Bon Jovi ser um Bruce Springsteen. As posturas de Jon são idênticas, com menos energia, logicamente, mas com trejeitos que lembram o Bruce antigamente e também na fase atual - ao mais atento observador é nítida essa impressão. Logicamente que ele não consegue e nem chega perto! O máximo que o Jon Bon Jovi faz, com a bandinha descaracterizada, é soar como um Bryan Adams com a garganta entupida de Trident ou com miolo de pão amanhecido. Obviamente que essa postura dele é mais um detalhe que se encontra facilmente em sua falta de originalidade. 
     O show, como os anteriores será praticamente um convite à irritação a quem tem senso crítico e de observação para perceber o que acontece no palco. 
     Ressaltando, na minha opinião, a banda Bon Jovi virou protagonista de uma carreira musical que sempre foi, continua sendo e vai ser, uma comédia muito sem graça em termos de postura visual e musical. Com fãs, em sua maioria, de titias e vovós que sairão do show reclamando de dor nas costas, nos joelhos e nas juntas dos cotovelos.        

Cansado e Velho

Minha história gira em torno de mim mesmo, — uma vida quase nas portas do delírio na mente de muitos —, com o intuito único de conti...