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segunda-feira, 15 de junho de 2020

Dear Miss C Capítulo 13

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- Re! Toma cuidado – recomenda Nanda meio chorosa num abraço apertado falando ao pé do ouvido.
- Pode deixar, farei isso. Não se preocupe.
- Meu véio, leve um pouco desse “doce”, é para o caso se precisar mais energias que liberam o pensamento. Guarde bem protegido porque derrete fácil. Tem dois nesse pacotinho; um para você e outro para Nina. Aparta Zé Louco.
- Não, Zé, obrigado. Não vou precisar desta vez, eu estou bem e quero permanecer assim, quero viver apenas na realidade. Talvez outro dia, em outro Camping... Hoje não mais...
- Caralho, meu véio! Parece que você se tornou outra pessoa de ontem para cá. Está mais consciente e objetivo no que deseja, isso é muito bom!
- Eu me sinto livre e disposto. Sinto que a busca está chegando ao fim, e desse fim haverá o recomeçar. Eu sei que hoje as minhas respostas estão mais próximas de onde o meu pensamento leva o meu corpo. O meu destino já traçado é a caverna e de lá uma nova vida me espera, tenho certeza.
- Você tem razão meu véio. Siga o seu caminho e seus instintos, mas nunca se esqueça dos amigos e daqueles que o querem bem. Todos nós torcemos por você desejando que refaça a sua vida.
- Eu sei. Vocês foram as melhores pessoas que já encontrei em todos os tempos. Nunca esquecerei do que vivemos antes e, principalmente, o que passamos nesses dois dias. A gente se tromba por aí em outro Camping ou em algum lugar que nem imaginamos, afinal de contas, o mundo gira e as pedras um dia se chocam quando menos esperamos, não é mesmo, Zé?
- Meu véio, o mundo está cheio de forças ocultas que desconhecemos. Essa é apenas uma delas. Às vezes parece uma armadilha do destino, outras vezes uma benção. Lembre-se que logo estará diante de uma grande provação e pouco importa se a sua busca termina ou começa na caverna, pois, de qualquer modo, a sua verdadeira experiência é a que está sendo vívida nesse exato momento.Saiba que por esses caminhos encontrará mestres do bem e tentações... Lembre-se que as tentações também são nossas mestras. São as tais situações desafiadoras com que nos deparamos que criam o objetivo de crescer. O Zé dessa vida sou, mas o "louco" é você! E está se tornando um homem com coragem e cheio de sabedoria, só assim poderá bancar o "louco" que sai em busca de um destino só seu. Siga o rumo que quiser e encontre o seu ponto!
     Os amigos vão se despedindo com abraços e desejos de boa sorte. Alguns num abraço mais apertado e demorado. Nota-se no olhar de todos uma certa tristeza e preocupação. Mas nada podem fazer contra o que já está gravado nas linhas do tempo. Nina demonstra ser a parceira que preciso nesse momento. O caminho até a caverna dos morcegos é de oito quilômetros de rodovia e depois trilhas no meio da serra. A nossa caminhada é debaixo de sol que arde a pele. A astúcia de Nina alivia o incomodo. Ela dá um verdadeiro testemunho de alegria e leveza na beira da estrada sinuosa. As nossas conversas fluem tão soltas que nem sentimos a distância percorrida. Poucos carros passam por nós. Somos os únicos passageiros dessa viagem insólita. Mas, em um dado momento tudo mudou. Um carro passou em alta velocidade, foi lá longe e manobrou voltando e nossa direção e parando aos poucos no acostamento do lado oposto. De dentro desceu um homem. Um rosto conhecido para mim. Nina silenciou e se agarrou forte em meu braço quando percebeu o homem vindo em nossa direção. E ele imediatamente exclamou:
- Finalmente encontrei você! O pessoal está muito preocupado com o seu desaparecimento. Precisamos voltar, entre no carro!
- Não vou entrar em carro nenhum! Estou numa missão e tenho que continuar a minha caminhada.
- É melhor você voltar comigo, a sua mãe o espera em Mogi das Cruzes. Eu passei ontem e hoje procurando em todas estradas que dão acesso a Salesópolis. Da outra vez que você fugiu foi bem mais fácil localiza-lo, mas a cada escada você procura lugares mais distantes. Que susto você dá nos amigos e parentes, heim! Ainda tem a fixação na procura da caverna dos morcegos?
- Olha... Não interessa o que estou procurando. Eu sei que você é muito próximo da família, mas não vou retornar antes de completar a minha missão. Volte e diga a minha mãe que daqui alguns dias estarei em casa.
- Não posso fazer isso.
- Pode sim! Aliás, você nem cumprimentou a minha amiga. Você não tem educação? Fale com ela! O nome dela é Nina.
- Quem?
- Nina. Não está vendo ela agarrada em mim?
- Ahhh... Sim, claro, estou vendo. Oi Nina, tudo bom?
- --------------------------- (Nina se manteve em silêncio, apenas olhando debaixo para cima).
O homem pega o celular e imediatamente faz uma ligação:
- Alô. Oi. Encontrei o Re na beira da estrada em Salesópolis sentido Rodovia dos Tamoios. Ele não quer voltar. O que eu faço?
- ------------------------------------------ (Não ouço a resposta do outro lado)
- Pode pedir para vir alguém dar reforço? Estamos uns dois quilômetros depois do acesso à cachoeira porteira preta. A senhora quer falar com ele?
------------------------------------------------ (Resposta do outro lado)
O homem desliga o telefone.
Recebi instruções da sua mãe para ficarmos aqui. Ela virá buscá-lo daqui a pouco.
- Não adianta insistir que eu não vou voltar - retruquei
- Vamos aguardar. Quando ela chegar você explica seus motivos.
- Não vou esperar. Tchau. – segui na caminhada ás pressas com Nina praticamente pendurada no meu braço e meio quase que se arrastando .
- Aonde você for eu vou junto até eles chegarem, nem adianta tentar fugir. - O homem insiste.
- Então venha caminhar com a gente. Vou adorar quando as bolhas estourarem nos seus pés. Os seus sapatos de grife vão derreter nesse chão de asfalto pelando.
- Por favor, não dificulte as coisas, em menos de uma hora ela estará aqui e tudo será resolvido. Vamos sentar naquela sombra da árvore enquanto esperamos.
- Nada disso, se quiser seguir a gente, siga. Mas saiba que já já vou entrar numa trilha no meio do mato que tem vegetação alta e espinhenta.
    Minha musa; naquele instante apressei o passo, mas não adiantou... O homem continuou nos seguindo por quilômetros. Só que ele foi bem esperto e prosseguiu devagarzinho dentro do carro. Naquele ponto da estrada não havia como nos embrenharmos no meio do mato ou fugirmos correndo - a saída para a trilha ainda estava longe. O único remédio seria ir em frente. 
Bem... Depois de quase uma hora sendo seguido de perto pelas curvas, subidas e descidas do meio da serra; um outro carro chegou, diminuiu e parou um pouco adiante, dele desceram dois homens, um de mãos vazias e outro com uma seringa na mão direita. Fui dominado, picado no braço e arrastado para o carro enquanto Nina correu para embrenhar no matagal. Então eu apaguei.


Hoje fico por aqui minha adorável Miss C.
Desejo que os seus caminhos estejam sempre iluminados.


                                              Re


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Minha história gira em torno de mim mesmo, — uma vida quase nas portas do delírio na mente de muitos —, com o intuito único de conti...