terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

ABC Da Vida

    Pois é, gente. Cá estou novamente com o velho papinho de sempre – momento que considero muito interessante para compreendermos, ou analisarmos com maior propriedade, os mecanismos de abordagem tentando enxergar a vida de outra forma.
     Cito, logo de início, a frase de Bertolt Brecht da peça teatral “Aquele que diz sim”: “O importante de tudo é aprender e estar de acordo”. Creio que esta citação ilustra bem o tema de hoje.
   Vamos lá então...
   Vejo que todo mundo quer acertar e ir em frente; e assim conhecer alguma outra nuance da vida e os seus mistérios. Não é mesmo?
   Porém, nem sempre dizer sim significa estar plenamente de acordo com determinadas situações, ainda mais quando existe o conflito moral atrelado aos costumes desde quando nos conhecemos por gente. E nesse caso a moral está praticamente fadada a falhar quando se entra num conflito em busca da melhor solução quando nos sentimos inseguros.
   Dentro dessa coisa de tentar acertar, quebrando paradigmas impostos, é preciso entender motivações para saber onde está a causa dos problemas que tornam mais difícil uma decisão.
   Às vezes o palpite, ou a opinião de alguém em forma de crítica, pode ajudar nessa parte. E tudo depende muito de como se escuta a mensagem que foi passada.
   Por mais que uma crítica tenha o sentido da maldade, muitas vezes ela está detectando uma coisa significativa que não percebemos em nós.
   Uma pessoa que desabafa numa situação de transtorno pode falar muitas coisas que não falaria em outros momentos. E aí a gente pensa: “Nossa! Essa pessoa me viu de um jeito que eu não sou. “Imágina, eu não sou assim!”
   Uma pessoa transtornada fala (pra gente) muitas verdades; o que, na maioria dos casos, nos deixa ofendidos e indignados.
    Essa pessoa pode fazer uso da sinceridade em praticamente 100% de suas afirmações, mas fora desse momento pode ser muito hipócrita; por uma questão óbvia de sobrevivência ao meio social ou familiar, é claro.
    Sabe por que isso acontece?
    Porque quase sempre não temos noção de como é a gente com a gente mesmo, ou como funcionamos e nos posicionamos diante de circunstâncias delicadas. A gente acha que sabe tudo, mas, no fundo, temos uma visão errada em como as pessoas nos vêem verdadeiramente – vivemos durante anos num modelo de ilusão para o conforto do próprio ego.
   Quando se está envolvido de verdade consigo mesmo, tentando acertar primeiro lá dentro e depois com o mundo, acaba-se vivendo num observar-se e compreender-se bem melhor - não desmoronamos diante de qualquer manifestação de crítica; e apenas pensamos naquele feito como um aprendizado.
    O ponto de vista muda quando a honestidade com a gente mesmo prevalece - apesar de ser uma coisa muito difícil de ser praticada.
     Por oisdo mesmo que no decorrer da vida tem-se sempre a tendência a ser cruel com a gente mesmo, com uma série de auto-sabotagens. Aprendemos a desenvolver culpas e castigos como autopunição por ter feito algo assim ou assado, coisas das quais sempre nos arrependemos depois.
     Fala-se muito da desonestidade dos outros porque é bem mais fácil enxergar os defeitos alheios. Isso é bastante terrível, porém ninguém é desonesto com outros se não for consigo mesmo primeiro. O caráter das nossas ações se baseia no modo como a gente se trata e isso reflete nas outras pessoas através de atos bem previsíveis.
     A causa mais aparente está sempre na questão da ideologia do ideal.
     Existe em nós a ideia fixa do “tem que ser”. Um pensamento desenvolvido através daqueles tempos de aprendizado na infância, e que chega forte à fase adulta. Juntando-se a essa ideia do “tem que ser” vem outra mais forte, e o seu nome é “deveria”. Aí dizemos a nós mesmos, ou aos outros: “Deveria” ser de outro jeito, “deveria” pensar o contrário, “deveria” se adaptar, “deveria” aceitar as coisas como elas são. “Deveria, deveria, deveria”.
     As pessoas vivem nesse mundo de ideologia e pensamentos moralmente perfeitos e se iludem que os outros “deveriam” seguir essas regras.
      Eu, por exemplo, levei vários pitos na vida que eu, obviamente, considerei sem a menor justificativa, justamente por que os outros achavam que eu “deveria” ou “tinha que ser”.
      Tinha gente que vivia me dizendo assim: “Ah Renato, você é um ótimo contador de estórias, um cara tão inteligente... Eu aprendo muito com a sua forma de relatar a vida através dos seus posicionamentos nos textos. Mas eu acho que você “deveria” mudar um pouco seu jeito de ser”.
      Pois é... Engraçado isso. Como a vida é incoerente, não é mesmo? Temos essa mania de sempre idealizar os outros, ditando regras do que “deveriam” ser.
     Eu sou aquilo que dá para ser. E afirmo com todas as letras: Não! Eu não deveria nada. Você é que está se iludindo em pensar que o outro tem que ser o seu idealizado. Eu só posso dar os meus passos de acordo com o que sou e com os meus conhecimentos.
    Claro que fingir todo mundo finge, mas ninguém é o “deveria”. Isso é uma invenção do instinto de dominação do Ser humano, que anda lado a lado com a ideia de subjugar o outro com esse tal “tem que ser”.
   É certo que a gente tem um tipo de crescimento e aperfeiçoamento das qualidades da natureza humana, que vão surgindo com todas as experiências acumuladas. Mas ninguém pode ser o “deveria” dos outros.
   Essas mesmas pessoas ainda hoje me dizem: “Ah Renato, você “deveria” ser mais paciente e tratar a todos com o respeito que cada um merece”. Ou então: “Não adianta, não tem jeito, você não muda mesmo!”
  Olha... Respondendo a quem pensa isso de mim, eu digo: eu tenho muita paciência com certas coisas ou pessoas. Mas, com gente autoritária e pretensiosa fazendo afirmações descabidas, não dá para ter paciência. Não tenho nada que ter paciência com essas coisas. Nessa hora eu resolvo logo a questão e largo para lá e fico cá no meu canto numa boa. E vou sempre dizendo: Chega disso! Eu não ando muito a fim em ter paciência.
   Eu sei que nem todo mundo gosta de mim, assim como eu não gosto de todo mundo. Com gente que não existe afinidade não adianta insistir. Se algo não me agrada, eu não pratico e pronto!
    Pedem que eu tenha respeito. Eu não trato a todos com respeito. Respeito quem merece ser respeitado ou quem me respeita. Será que você é respeitável? Hein? Responde! Está pensando sobre isso, não é?
    Olha... Eu sei ser educado, sim! Conheço muito bem as regras de comportamento e bons costumes. Mas existem pessoas e pessoas. Tem gente que faz por onde não receber o bom tratamento ou respeito.
    É... Diga. Não seria esse o seu caso, por tudo aquilo que um dia já praticou pelas costas dos outros? Ora bolas, faça-me um favor! Caía na real, criatura!
    Imagino que muitos gostariam de dizer esse trecho acima para alguém que passou, ou que ainda está presente em suas vidas. Pois é...  Um dia descobrimos que o Ser que idealizamos é aquele que nos frustra amargamente e a gente se entristece por causa disso.
    Vou dar outro exemplo: você por acaso conhece alguém com aquela mania de perfeccionismo? Uma pessoa que se mete a colocar tudo no lugar numa ordem perfeita, e que de vez em quando aparece com o TOC exagerado daquele personagem de Jack Nicholson no filme “Melhor é impossível”?
    Por acaso essa pessoa (assim como o personagem) não pisa nas riscas da calçada e não suporta que esbarrem nela? Até o cachorro pula as riscas da calçada?
     Já sei que você conhece e dirá se defendendo: “Eu não sou como ele, mas sei que sou só um pouco perfeccionista. Admito que seja sim. Mas é só porque eu gosto de organização”.
   Ai, ai, ai, ai, ai. Você sabe que estou falando com você, não sabe? É com você sim! E não adianta largar a leitura com a desculpinha que alguém está lhe chamando no whatsapp.
   Não resolve nada torcer o nariz por causa dessas palavras que tocam lá no seu fundinho. Você sabe muito bem que tem mesmo essa mania de tudo certinho e idealizado. Olha... Pare com isso! Não me venha com essa cara, não!
   Os seus problemas são gerados por sua postura e você ainda não parou para pensar o quanto isso custa na relação com os outros. Viu o quanto lhe custou no decorrer dos anos essa arrogância e prepotência do tudo certinho? O curioso é que você se vê o contrário disso e até se acha injustiçada.
    Nunca ninguém lhe chamou de arrogante e pretensiosa como eu faço aqui? Puxa vida.... Sempre tem que aparecer um para abrir os olhos da gente, não é mesmo?
    Ah tá certo, pode me xingar que eu não ligo... Eu a chamo assim mesmo e ainda explico que a pessoa arrogante é aquela que vive na fantasia do ideal e não no mundo real.
    Uma pessoa que sabe a sua própria verdade não precisa de um juiz arrogante e perfeccionista lá dentro da cabecinha condenando qualquer ação feita ou recebida.
    Uso o meu próprio exemplo: ninguém é meu juiz porque eu não sento mais no banco dos réus. Parei com isso faz tempo. Eu acabei com esse juiz arrogante dentro da minha cabeça às duras penas. Mas você.... Ah... Você ainda está com ele ai ditando regras e jogando culpa, não apenas em você, mas também nos outros. Você persegue a si mesma com esse modo arrogante de ser; esse juiz funciona dia e noite. Ele não lhe dá paz e nem sossego, a voz dele está aí dentro, é uma voz contínua que a faz sofrer com os seus problemas e os problemas dos outros.
    Venha cá!  Aproxime-se mais. Chega mais perto. Assim. Mais um pouco. Isso! Assim ficou bom. Não saia de fininho, não. Presta atenção no que vou dizer agora.
    Veja bem uma coisa - senta direitinho e ajeita esse bundão na cadeira que agora eu vou falar com o verbo bem rasgado: se você não parar com essa postura de combater a si mesma, a vida não vai parar de lhe trazer problemas! Tá entendendo? Você está sempre sofrendo com aquilo que considera os seus problemas, como também com os problemas dos outros. Você sofre dessa doença e carrega isso todo dia. É por isso que tudo que você faz nunca é bom, nunca é suficiente. Você faz coisas maravilhosas e com muito zelo na sua casa, no seu trabalho ou em qualquer outro lugar, mas nunca está feliz e satisfeita. Por que será? Eu acho que você considera que nunca é boa o quanto poderia ser. Você não é sua amiga. Aí, por causa disso, as pessoas nunca vêem o que foi feito com tanto capricho e dedicação, ou o quanto você se empenhou naquilo. Então você reclama, esbraveja e se lamenta pelos cantos por essa falta de reconhecimento.
    Entenda uma coisa: as pessoas são o que elas são, sejam elas bonitas ou feias. Elas são reais e você ainda não aprendeu a lidar com essa realidade, porque idealiza um mundo que só existe na sua cabeça. Você vive o ideal.
    Você tem algo que chamo de síndrome de falta de adaptação à realidade; justamente por que fica aí, feito uma tonta, desenhando na sua mente o ideal das pessoas.
    Tem mais: quando você se coloca numa posição, em determinado ambiente, é gerada uma energia que gera circunstâncias contra ou a favor de si.
    Então, se você olhar para trás enxergará, em muitos pontos, o que foi feito da sua vida. Ou o que você fez a si mesma por andar o tempo todo de olhos fechados para o real.
    Parece que você nunca entendeu que as pessoas te tratam como você se trata.  Isso é uma lei, uma constante. Uma verdade que não dá para fugir.
     Você é o seu obstáculo. É a pedra no próprio caminho que atravanca tudo.
      Então, minha filha, não adianta nada aparecer por aí com todos os seus cursos e diplomas, e continuar eternamente mantendo essa cara de cocô.
    Então... O Ser humano só vive satisfeito quando está feliz. E a felicidade está sempre no real e não no ideal. Isso exige uma capacidade de olhar a vida de outro modo.
     Alguém me disse outro dia: “Ah, Renato, eu tenho seus textos guardados no meu arquivo. Você desceu o cacete em mim, me espinafrou até não querer mais. Falou um montão de coisas do meu modo de ser. Eu percebi que falava de mim e aquilo me atingiu. Fiquei tão magoada que nem quero mais nenhum contato com você seu blog!”.     
      Quanta pretensão! Acha mesmo que tudo é dirigido? Todas essas cenas podem acontecer na vida de qualquer pessoa e não apenas na sua. Isto é, se já não aconteceu com muita gente que anda batendo cabeça por aí, sem saber direito o que fazer. Acho muito legal quando esse povo se identifica imediatamente com esses relatos. Fico muito feliz em ajudar as pessoas, ou em ser um ponto de orientação a fim de dar uma pequena ajuda no equilíbrio necessário.
     Olha, vou lhe dizer uma coisa: você está muito enganada ao afirmar essas barbaridades. Eu nunca desci o cacete em ninguém. Você que é muito negativa e insatisfeita com a vida e vê tudo assim. O que tem sido dito é a verdade das minhas observações do mundo. Qual é o problema em ter a verdade revelada? A verdade se tornou o que? Na sua concepção seria um palavrão ou alguma coisa a ser escondida? Lembre-se sempre: a verdade liberta!
     Você acha mesmo que a forma de ajudar uma pessoa é viver mentindo para ela? Não! Não, mesmo!
      Se eu tiver que repetir mil vezes que você é arrogante e pretensiosa, que não se aceita por que é uma criatura esnobe, eu repetirei sim!
      Essa insistência é para que tenha positividade e vá para frente, que deslanche na vida pelos caminhos certos.  
      Você está tão presa dentro de si que é incapaz de perceber que existem pessoas nesse mundão de Deus lutando por você. Você nunca percebeu isso?
     Quando eu uso essas palavras, vou fundo e faço o que faço, é por que estou lutando por algo que nem você luta. Você nunca reparou que está presa aí dentro desse ideal que você mesma criou? Esse mundo de fantasia. Como é que você pensa que irá fazer diferença na vida deste jeito?
     Eu sei muito bem que não é da minha conta, mas eu dou as dicas porque tenho inteligência e senso de observação de algumas situações que já vi.
     Esse senso de observação me levou a entender que, além de você ter se tornado o seu próprio juiz, também se tornou o juiz dos outros.
Você escolheu essa faixa para viver. E vai ter que enfrentar a dor até aprender as coisas.
     Por isso tento transmitir boas palavras aqui, mas não sinto pena de você e nem de ninguém. A vida ensina a todo mundo. A lei do homem tem jeito de manobrar e escapar com vários argumentos, mas a lei da vida é irremediável.
    Que cada um tome a própria lição. O lema diz: “Quem não aprende pelo amor, aprende pela dor” e isso é mais velho que andar para frente.
    Então, voltando a Bertold Brecht, existem duas opções de escolha. Uma diz que aquele que está atrapalhando uma caminhada deve ser largado para trás ou deve ser jogado no abismo; a segunda: a regra de moral ou bom-senso nos ensina que, quando as coisas não dão muito certas, se deve retornar ao ponto de partida buscando novas alternativas práticas com condutas inteligentes para alcançar o objetivo.
    A escolha está a seu dispor. Escolha o seu caminho e seja feliz, pois, o mais importante de tudo é aprender e andar de acordo! 

Por favor, deixe um comentário, pois essa ação fortalece o blog nos mecanismos de busca do Google. Isso fará com esse texto chegue para mais pessoas, algumas que talvez precisem dessas palavras.

   Se você gosta e valoriza esse tipo de trabalho poderá contribuir com qualquer quantia via Pix. 
Essa é também uma forma de incentivar o escritor a dedicar tempo e horas trabalho na produção de novos textos. Agradeço a todos que lêem, incluindo os possam ou não contribuir com esse humilde servo da escrita. Novamente muito obrigado por ter chegado até aqui.

Chave Pix: 11994029570 

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

O Amor Possível

        Pois é gente, novamente estou aqui para conversar com vocês, trazendo um pouco das minhas observações a respeito da vida, das relações humanas, dos amores e das nossas frustrações. Porque, afinal de contas, a busca de respostas é uma coisa que acompanha a todos. E todo mundo quer respostas em busca da compreensão de como a vida funciona, ou de como a gente funciona nas várias situações quando somos colocados à prova. No fundo nós sempre queremos acertar de verdade, mas acertar na plenitude não é algo tão simples. A gente antes precisa entender os limites de como é e como fazer o que se pretende ou a quem queremos nos dirigir ou mesmo atingir. Então... sendo assim... Olha... É com você que estou falando... Eu vou falar uma frase, por favor, preste bem atenção e leia nas entrelinhas ou no sentido literal das palavras, isso se quiser e puder, só para ver se um pedacinho dela cabe na sua vida: "Não importa qual é a dor ou qual é o problema a causa é sempre o seu orgulho". Você acha que entendeu a profundidade disso e o recadinho que estou lhe passando? Hummm.... Eu acho que você não entendeu nada. Primeiro, porque tudo o que a gente aprendeu sobre o orgulho não é essa representação de coisa má que todo mundo apregoa por aí. Nós não enxergamos que orgulho é sempre ilusão dentro de um estado meio letárgico causado, unicamente, por algo que age na nossa mente como se fosse uma droga viciante. Aí, diante das situações ou de imagens que idealizamos a respeito de esperar atos corretos dos outros, tudo mediante a nossa medida do que isso possa ser, nós acabamos botando uma crença naquilo - com aquela famigerada ação de demonstrar orgulho mantendo sempre um pé atrás na tentativa de se resguardar de futuras frustrações. Então, nessa postura imponente, você pensa: "Ahhh, isso é uma maravilha. Estou me protegendo e, como vantagem, ainda dando umas pisadinhas no outro e armando uma confusão imensa na cabeça dele com a minha reação intempestiva...". Aham....A sua certeza é de que esteja voando a favor do vento, de uma maneira tão forte e com a mesma segurança dos pés no chão, mas você não percebe que na verdade você está voando contra o vento. Então, de repente, do nada, bate forte aquela ventania e vem a queda. A queda feita com a decepção consigo mesma parece ter sido a pior dor que já sentiu, e ela foi fatal para seus sentimentos e emoções, não foi?. Mas não pense que você facilitou a queda ao reconhecer que errou quando não prestou atenção nos sinais que enviava, digo, a respeito daquela sua postura sútil de transmitir um tipo de insegurança ao outro de  que iria partir para longe a qualquer momento. Nãããããooooo! Apesar de já estar esborrachada no chão você ainda não aceita a queda e nem reconhece que houve um engano seu, afinal, você quer ter sempre a sensação de estar segura e com o vento a favor para a total liberdade de voar e ter horizontes para alcançar, tudo planejadinho e de acordo com sua vontade e o pensamento absoluto das razões e motivos que nunca deverão ser confrontados. Mas agora você já está no chão duro. Ele é frio e inóspito. Não tem o aconchego do seu par que a ama de verdade e nem uma almofadinha para se apoiar. Porém, antes desse orgulho aflorar, você foi entorpecida pelo amor que você nunca acreditou que existiria, ou, será que é apenas por isso que você chama jocosamente de "gostar"? "...se eu te procuro e ofereço presentinhos é porque eu gosto muito de você...". Você está sempre nessa mesma linha de expressão, como se acaso dizer que ama alguém fosse uma enorme complicação, comprometimento ou uma imensa mentira. É... Tudo isso é mesmo muito curioso... Já estou até sentindo a sua reação quando ler esse texto com aquele ar de contestação. "Eu não sou nada disso e não acontece nada parecido comigo! Você é que ainda não entendeu nadinha. Chão? Ah tá bom... Vai pensando... Eu tô é muito de boa aqui e bem segura com o ventinho a meu favor...". Então... Você vive no seu ventinho a favor dentro de um sonho que tem o delírio de achar que o monstro é o outro. Entendeu?Ainda não? Vou explicar... Ele é o monstro porque ele a machucou, ele a feriu, ele não transmitia confiança, ele a excluía de outras partes da vida dele, ele isso, ele aquilo... Então você voou para longe dele. Será que ele é mesmo um monstro ou foi a sua própria ilusão que a machucou? Você diz e lamenta que se entregou como podia, mesmo com o peso do pensamento da incerteza a acompanhando em cada nova situação, achando sempre que as coisas "deveriam" ser diferentes ou "poderiam" mudar a qualquer momento, mas, se mantinha calada e com certo ar de contrariedade para não deixar transparecer totalmente a sua insegurança, a qual vinha sempre acompanhada de desilusão com a atitude dele que não mudava. Esse foi o primeiro ensaio para desenvolver aquela tal postura do orgulho e soberba - com a não aceitação que o erro seria seu e não do outro. E por isso continuou naquela escalada infinita de palavras, como se fosse uma competição de argumentações com a intenção de provar que só você tem razão, pois, afinal, só ele pode ser a causa de tudo, só ele é o culpado e pronto! E, após muitas acusações, ainda assim, dizendo que é romântica, sonhadora e acredita no amor, por isso e só por isso, merecia algo melhor. Essa coisa de usar a fantasia do orgulho para ficar se enganando a faz ficar de mal com a vida. O seu lado agressivo é testado e reprimido por você minuto a minuto e, principalmente, deixando também muito mal com aquele que a ama de paixão e nada tem a ver com essas inseguranças arraigadas em sua mente. Aí você esbraveja e grita: "Não quero mais! Nem quero saber dos seus argumentos, pois nenhum deles me convence". Saiba que tudo isso, de agir assim tão radicalmente e com agressividade, vai marcar a sua vida. Pode acabar abalando até a sua saúde e o seu psicológico. Será que é só por causa desse seu orgulho ferido que você não consegue se controlar ou existe alguma outra razão desconhecida? Mas, sendo uma coisa ou outra, será que você toma jeito? Não creio... De jeito nenhum, já que a culpa é sempre do outro. Eu sei muito bem que essa não é uma conversa fácil de ter com você, não mesmo. Mas, claro que eu sinto que se você está machucada, você não vai querer olhar as coisas que poderiam machucar mais, você quer apenas se livrar daquilo ou de quem você acha que machuca ou não atende os requisitos do que você considera justo. Olha.... Toma jeito heim.... Pare com essa alucinação. Com essa coisa de se colocar no lugar de vítima, só por ter essa ilusão de se achar uma pessoa boa que não é boba, pois se julga muito esperta e inteligente e tal... Isso não faz de você uma pessoa melhor para imaginar que suas falhas, se é que elas existem, não afeta os outros. Se alguém tentar mostrar como você realmente é não sei não se você aceitaria com naturalidade ou iria se ofender como sendo uma injusta agressão. Mas, mesmo assim, quando aparece alguém com coragem de mostrar seus erros, incluindo suas avaliações tortas de que o outro teria de gostar e se submeter ao que você acha certo, além de também pensar como você pensa a respeito de tudo, então você se indignaria, faria um escândalo, se sentiria humilhada e faria pose de vítima até nas palavras escritas. Caracas.... Como as pessoas dão desculpas quando a gente as pega no erro de avaliação que fazem de como é a gente, sendo que elas nem tem ideia de como é nossa vida na realidade, não é mesmo? No seu caso, tal ação não desmerece suas virtudes e suas qualidades, mas continuar agindo assim é errado. Você precisa se conscientizar que não sabe tudo e que ainda tem muita dificuldade de aprender, lembrar e memorizar, pois fica o tempo todo implicando com familiares, buscando defeitos no namorado e naquela gente do serviço, quando deveria apenas observar mais, analisar melhor e tolerar as diferenças de comportamento e pensamento dos outros... Pare de ser besta imaginando que as coisas têm que ser como você gosta ou deseja, e que se não forem, então, não vale a pena... Que coisa mais chata! Você não consegue viver o amor possível? Uma relação possível se faz reconhecendo que o outro também tem limitações, inseguranças e uma maneira própria de enxergar a vida que é um pouco diferente da sua. Isso é ofensa? Creio que não. Digo outra coisa para pensar e refletir: quando a pessoa desce do salto alto do orgulho nasce a relação humana verdadeira: o afeto, o bem-querer, a simpatia, aí, enfim, o amor possível chega tranquilo dentro das circunstâncias de vida de cada um. Eis então que nessa exata ocasião é a hora que se tem a chance da mente aberta e o coração leve para dessa forma aproveitar e, ao mesmo tempo, desfrutar com prazer os bons momentos com aquela pessoa especial. Até mesmo para pedir desculpas, dizer que aquilo que aconteceu foi chato, mas foi num momento de cabeça quente e não irá se repetir novamente... Aí sim, aproveitando essa bela oportunidade para falar uma série de coisas boas e dar boas risadas juntos da situação passada. Mas você não aceita nada disso, né? Como você é esnobe e tornou-se um ser delirante que deixa o orgulho ir corroendo por dentro o tempo todo no seu imaginário. Arffff.... Quem vai pagar o preço é só você, pois, como já sabe, todo ato de rejeição traz consigo consequências, principalmente quando não houve espaço para o diálogo e resolução do caso. Lembre-se que para ver a ilha é preciso se afastar um pouco dela e olhar de longe. Entenda isso como uma oportunidade de crescimento. Ninguém é certo e ninguém é errado, existem possibilidades e vários jeitos e ângulos de ver a mesma coisa. Então se movimente e dê um passo adiante sem ficar olhando para trás, apenas vá em busca da solução que o seu coração tanto pede e você se recusa a ouvir por orgulho. Eu entendo que você esteja P da vida porque acha que "se iludiu", ou, pior, deixou que alguém a iludisse por muito tempo, mas como dizem: "Só fazem com gente aquilo que a gente permite", mas no fundo, bem no fundinho mesmo, você reconhece que a realidade que você supunha existir não era bem assim e, diante do seu ledo engano, o sentimento de confiança deveria novamente ressurgir e prevalecer, já que cada qual tem uma individualidade e dentro dela existem diferenças para tudo que você se nega a enxergar; as diferenças devem ser aceitas e respeitadas. Mas, parece que o que você tem feito ultimamente se tornou mesmo uma fixação. Na verdade, nunca se esforçou em busca do diálogo para revolver as dificuldades de comunicação da melhor forma possível. Essa sim, a melhor solução para atender aos anseios e necessidades, sem orgulho ou preconceito, e sem ficar batendo na mesma tecla. Por essas e por outras dificultou viver intensamente o amor possível com tranquilidade. Bem... Nós já sabemos que o sofrimento vem da ignorância de quem ignora. Porém, quem presta atenção e aprende com o erro sempre faz a coisa melhor que antes. Nem todo erro de interpretação pode ser mantido por um longo tempo como sendo certo dentro de uma relação, principalmente quando existe o amor verdadeiro que deveria ser vivido pura e simplesmente como o amor possível e não um amor estilo corda-bamba.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx


Por favor, deixe um comentário, pois essa ação fortalece o blog nos mecanismos de busca do Google. Isso fará com esse texto chegue para mais pessoas, algumas que talvez precisem dessas palavras.

   Se você gosta e valoriza esse tipo de trabalho poderá contribuir com qualquer quantia via Pix. 
Essa  é uma forma de incentivar o escritor a dedicar tempo e horas de trabalho na produção de novos textos. Agradeço a todos que lêem, incluindo os que possam ou não contribuir com esse humilde servo da escrita. Novamente muito obrigado por ter chegado até aqui.

Chave Pix: 11994029570 



domingo, 2 de fevereiro de 2025

Domingo à Tarde

   Foi num domingo à tarde que pensei em você de um jeito carinhoso – a mente modelou a sua própria maneira o mapa dos meus sentidos. Ao olhar pela janela da sala notei que não havia uma nuvem sequer no céu. Então fiz desse momento um dia de mudança da alma e do ritmo antigo de sonhar com você.

     A franqueza e a força que havia nisso fez a vida me oferecer a oportunidade que eu jamais rejeitaria, justamente por perceber o quanto você se afastou de mim nos últimos anos. O pensar me trouxe uma sensação maravilhosa – e fiz de conta que nada de mais importante estivesse acontecendo.
     No momento em que o relógio da sala quase parou, eu nem sequer percebi que os ponteiros giraram ao contrário entre o sonho e a realidade em que tudo se divide com a mais fina linha – balancei, pelo temor de ser flagrado dizendo coisas que poderia me arrepender depois – proporções compreensíveis e tão intensas de rupturas e traumatismos característicos de uma pessoa imperfeita.
    Ufa! É tão difícil entender o valor que uma pessoa dá a sua própria vida...
    Ainda existe a mesma linha imaginária de antes que nos separou por tanto tempo quando estávamos tão próximos e, eu, em desespero, procurava tocar seu corpo à meia-luz. Quando eu chegava mais perto com o peso de todas as minhas culpas, você abria seus braços e me recebia com carinho, estremecendo um pouco, trincando os dentes e fazendo o filme da minha vida passar na tela gigante, o que me partia de cima a baixo. Logo em seguida eu ficava leve como uma pluma que plaina na brisa suave como num filme antigo hollywoodiano que, de um jeito ou outro, sempre deixa uma imagem mais forte.
    Alguns dizem que essas cenas têm um valor que pode ser determinado por aqueles que ficaram para trás, outros acreditam que sejam determinadas pela fé ou saudade ou, quem sabe, por um amor inesquecível. Outros dizem que a vida não tem nenhum significado e o importante é viver um dia após o outro sem muitas preocupações.
      Meus pensamentos passam assim.... Como se eu estivesse num oceano em fúria que leva tudo para longe, menos o que é essencial nesse instante para minha existência; a força.
      Se eu acredito? Eu acredito sim! Todo e qualquer valor pode ser determinado pelas pessoas que um dia tiveram proximidade e admiração uma pela outra no decorrer dos anos. Em determinados momentos reconhecendo que a diferença é a coisa mais fascinante do mundo. Ela não serve para cultivar inimigos ou estar a todo momento pronto para o combate. Ela serve sim para o entendimento próprio e respeito ao próximo.
     Voltado a nós: por algum tempo, poderíamos novamente deitar lado a lado como um presente dos céus. Pelo canto do olho eu teria a oportunidade de vislumbrar seus contornos perfeitos. Isso seria maravilhoso porque pareceria interminável. Então eu ainda poderia afirmar que nós aproveitamos nossos dias juntos de um jeito que a maioria das pessoas só consegue aproveitar durante uma vida inteira. Eu sei que quando tudo ameaçou acabar, seus olhos estavam fechados, mas seu coração ainda permanecia aberto para um novo mundo como nunca antes houvera imaginado.
     Pois é... assim se foram os nossos anos. Parece que tudo passou muito rápido: segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira, sexta-feira e cada final de semana nos unindo no mesmo sonho - o que nos fazia completamente calmos e totalmente loucos - uma união indivisível por horas a fio em que você tomava a minha mão e segurava firme para caminharmos em meio à multidão nos corredores dos shoppings ou numa praia deserta a noite. E lá dentro da gente as estrelas piscando no mesmo céu azul que avisto daqui. Mas com a diferença que nós podíamos desfrutar juntinhos. Parece-me que não há como negar a criatividade, a admiração, o amor e todo o restante das coisas que nos tornavam únicos numa só iniciativa de qualquer ação para o bem comum. Se houvesse uma seta nos indicando o caminho para enxergar com precisão, talvez tudo teria sido mais fácil sem ficarmos zangados ou ignorar que realmente éramos importantes um para o outro.
     Você percebe agora que nesse sonho real de caminhada em corredores, avenidas, areia, terra batida e estradas movimentadas que o nosso destino pertencia metade a nós e outra metade a Deus? Que se quiséssemos poderíamos submergir desse destino e depois sair flutuando enquanto os nossos corpos não mais nos pertenciam ou então apenas nos esconder afundando? Garanto que nessa hora nossos corpos teriam um peso antinatural, uma respiração quase parada, porém, tão profunda e uníssona que ambos chegaríamos ao limite de um ponto acima da linha do infinito. De lá nos ligaríamos a uma corrente magnética que poderia eternamente irradiar uma luz hipnótica que curaria nossas mentes e corpos sofridos de saudade - livrando da ira e louvando a paixão.
       Na imobilidade renovo minha energia enquanto a vida fica intacta na imaginação. Assim vem a musicalidade que profana o silêncio nesse ato puro de criação. Tudo isso é um estímulo enquanto tento me defender de alguma forma tendo a lembrança como recompensa por acreditar em tudo que vai além da simples observação.
      Sei que existem sentimentos que insistem no direito de continuar justificando o meu direito de estar aqui construindo narrativas convincentes, porque é bem mais fácil viver assim – é um alívio constante! Há um sentimento que se prende a mim e me leva por esses caminhos, tanto quanto você se agarrou a mim por um tempo quando tentávamos ser bons um com o outro, e algum medo se apresentava de forma sutil.
      No entanto, de um momento para outro, quando começou o processo de reconhecimento de sentimentos e ações indesejáveis, todas as sombras negras vieram à superfície num simples clique. Não houve a possibilidade de prosseguir no instante em que a vida se estendia momento a momento rumo ao estranho ao infinito de desacertos - isso parece mais real para mim do que aquilo que eu suponha que fosse para você naquele instante de insensatez.
     Tudo o que eu pensei e tudo o que desejei existe de outro jeito - e não poderá acontecer outra coisa fora desse contexto enquanto eu for o que sou e pensar em você assim - quando não pode ser mais real, mas parece estar sempre na imaginação...
      Em um mundo tão cheio de mágia envolvente eu vivo sob os frutos de uma simples ação, um simples chamado do seu nome que flutua pelo vento até chegar aos sentidos primordiais.
     O meu pensamento se torna a ação quase inerte na prática espiritual que desencadeia outra e assim sucessivamente. Tudo faz parte de um grande sistema de energia e dos meus desejos num mundo de alegria possível, - sem a dor anterior excessivamente comum - quando me fixo na realidade que permite trazer você até a mim nessa terna imaginação.
   Meu poderoso pensar flui e se transforma. Flutua pelo universo na busca a fim de reconhecer cada pequeno sentimento de tudo aquilo que (juntos) um dia julgamos errado ou até ruim.
     Tomei consciência do salto libertador a que isso levou. Agora sinto-me livre do mal que me assolou quando ambos desapareceram do espaço físico por um tempo. Eu pareço ter absoluta liberdade para fazer as pazes e romper esse ciclo sem julgamentos ou conotações negativas, para finalmente me libertar daquilo que manteve a ambos encurralados.
     Sentado na poltrona, olho pela janela e sonho que você também sonha meus sonhos e ainda segue meus passo enquanto vai recordando cada lição recompensadora ou dolorosa que aprendemos juntos. A cada dia o tempo passa mais depressa tomando conta da esperança última esperança que resta antes que se perca - ainda há uma pequena percepção dos detalhes que sonhamos naquele idealizado. 
     O Sol brilha no meu devaneio distante enquanto você está sentada nas pedras numa praia paradisíaca observando tartarugas marinhas emergindo e submergindo num domingo à tarde.
     Talvez nesse segundo de lembrança distante de ambos não exista mais fronteira entre nós, nem a linha imaginária. Assim, finalmente livres no pensamento, acho que podemos nos reconhecer em alguma imagem feliz que ainda não foi apagada. Ou, quem sabe, apenas aprender o significado de tudo isso no pensamento que mapeia os sentidos de cada um - o que talvez inclua a não realização dos anseios da alma e o aumento da decepção no ser idealizado totalmente falho, revelado na representação fiel de uma última conversa recheada de verdades sinceras num domingo à tarde.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx


Por favor, deixe um comentário, pois essa ação fortalece o blog nos mecanismos de busca do Google. Isso fará com esse texto chegue para mais pessoas, algumas que talvez precisem dessas palavras.

   Se você gosta e valoriza esse tipo de trabalho poderá contribuir com qualquer quantia via Pix. 
Essa  é uma forma de incentivar o escritor a dedicar tempo e horas de trabalho na produção de novos textos. Agradeço a todos que lêem, incluindo os que possam ou não contribuir com esse humilde servo da escrita. Novamente muito obrigado por ter chegado até aqui.

Chave Pix: 11994029570 



sábado, 1 de fevereiro de 2025

Quatro Passos


           
Existe um grande lema do conhecimento universal dividido em 4 passos “saber, querer, ousar e calar”. Quando você sabe o que quer, é o primeiro passo para que tudo comece a se manifestar; o segundo passo é o quanto você quer determinada coisa e está disposta a colocar foco naquilo abrindo mão de outras coisas importantes; ousar é trilhar com sabedoria o caminho, ainda que seja para travar os duros combates até a superação; calar é estar em vigilância dominando o mais que puder o cenário ao seu redor e depois se guardar em sua fé não aceitando a interferência dos outros.
      Uma coisa eu digo: quando se tem fé você tem certeza absoluta do “eu” que você é.
      Tudo na vida é treino. Ter fé é a absoluta concentração através dos 5 sentidos que fazem parte da essência de cada um e são sempre aliados prontos a nos servir. Viver o presente pleno de forma radiante e envolvente é como deveria ser para todo mundo. Bastaria aprender a observar, tocar e sentir os cheiros, e também ouvir com sabedoria qualquer palavra que se desse ou recebesse.
     Acompanhando esse raciocínio eu digo que dentro de cada pessoa deve existir um espaço vazio que precisa ser preenchido, pois quando esse vazio se apresenta existe a chance de ser envolvido com coisas boas. Enquanto o espaço permanecer lotado de preconceitos, dogmas, crenças e certezas absolutas sobre tudo, não haverá como colocar mais nada para dentro. Aprender a excluir, expurgando o que não serve parece uma boa ação. Desta forma se abrirá uma grande porta para que tudo comece a acontecer de forma satisfatória – talvez até com uma nova postura.
      Viver o presente sem pensamentos atormentadores e em estado de alerta, é importante para qualquer situação se transformar, é acima de tudo o caminho que leva ao amor. É bem obvio que a primeira coisa é aprender a amar a si próprio para amar ao próximo e saber respeitar. Quando você ama e respeita o próximo também será amada e respeitada. E por amar e ser amada tudo passará a acontecer de uma forma muito simples, sem sacrifícios, desavenças ou renúncias.
      Outra coisa: nunca é apropriado se remeter ao passado com comparações ou lamentações, muito menos se basear em experiências de vidas alheias em comparação ao que acontece com você agora. Viva o presente, pois, o futuro é incerto e quase uma profecia. Ou, dependendo de como enxerga a vida, pode ser uma energia jogada adiante para que ela se manifeste para você no tempo certo. Mas, na dúvida, do tipo de energia que está emanando, o ideal mesmo é viver o presente para chegar a algum lugar, só poderá fazer isso voltando toda a atenção para dentro de si. Quando se coloca essa atenção de forma interior tudo acontece, pois, o que se busca está dentro de nós, seja pelo lado sentimental, espiritual ou material.
     Quando se quer muito alguma coisa, mesmo que não a tenha, de tanto querer, um dia ela acontece. Então, se você deseja chegar a algum lugar, atraía essa energia para si. Tudo o que está buscando vem de dentro para fora. Quando ocorre o oposto a vida parece amarrada e chega uma frustração danada.
     Veja bem: logo que acontecerem algumas coisas chatas, ou alguém passar a depender de você, e isso for superior às suas forças, não imagine que o pior seria abandonar a luta, o pior seria esquecer que pode enfrentá-la. É muito triste quando uma pessoa começa a reclamar e se torna rabugenta, ou seja, quando não se dá conta que tem o dom do intelecto para infinitas possibilidades através de sua criatividade nata.
     Tudo o que se vive tem que ter foco e atenção definida, não se pode duvidar nunca daquilo que está buscando. Se por acaso a vida mudar e surgir um clima de tempestade não tem problema, não reclame, pois quando há o domínio daqueles 4 passos essenciais (saber, querer, ousar e calar), logo a tempestade passa. É importante sempre caminhar olhando adiante e em direção ao horizonte, e nunca, nunca mesmo, voltar para trás. Trabalhe apenas em cima dos seus sonhos e desejos mais profundos. Não olhe para os outros, olhe apenas para você. Entende o que eu quero dizer? Não é egoísmo. A vida dos outros não interessa, eles escolheram o próprio rumo, eles não têm a sua energia pessoal e não vivem a sua realidade, não estão na sua pele. Olha só: não importa como está a vida daqueles que contam que vivem bem ou dos que reclamam a todo instante, o mais importante é a sua vida que precisa crescer e ter uma base sólida onde manter o equilíbrio. Tem um momento na vida de todo mundo que se torna necessário entender uma série de coisas que passaram despercebidas. E se um dia alguém lhe prejudicou, e você se magoou por muito tempo com isso, e continua magoada, com certeza houve um por quê. Tudo tem uma motivação que vira um aprendizado quando nos damos conta do acontecido, e acabamos tirando novas energias não se sabe de onde para aguentar, ainda que possa ser muito dolorido.
   Pois é... Dominando aqueles 4 passos e entendendo melhor os 5 sentidos, tenho certeza que fará de você, ou quem quer que seja, uma pessoa melhor. Dê atenção a si mesma, não espere isso dos outros, não crie expectativas, tenha paciência com aqueles a quem considera diferentes de você – isso é uma grande virtude. Porém, nunca faça a alguém o que não deseja para si própria. Faça movimentos para enxergar a luz além da escuridão e nunca o inverso. Largue mão dessa visão turva ou de procurar por desespero crenças infundadas.
    Eu acredito que tudo na vida pode ser uma ilusão criada por nós mesmos, essa ilusão muitas vezes ultrapassa a realidade, e é nesse momento que a fé e o autodomínio são testados, pois parece muito difícil “se desiludir” ao abrir mão de tudo que já foi estabelecido – que foi ensinado. Principalmente na forma de encarar as pessoas; suas incoerências e contradições; os sentimentos alheios, as próprias ações, reações, orgulho ou arrependimento tardio diante do caminho escolhido. Sempre há tempo. E se você não pode controlá-lo, com certeza, poderá administrá-lo, basta querer e agradecer por existir nesse universo que lhe propicia experiências a respeito de tudo. Esse é o princípio da vida e o caminho que cada um tem para trilhar. Quando você sabe de verdade o que quer e sabe como tratar disso, abrem-se todos os caminhos. Tente, vá em frente, atravesse as fronteiras, quebre os bloqueios, não permaneça no deserto! E que a sua vontade sempre prevaleça para o bem.

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Por favor, deixe um comentário, pois essa ação fortalece o blog nos mecanismos de busca do Google. Isso fará com esse texto chegue para mais pessoas, algumas que talvez precisem dessas palavras.

   Se você gosta e valoriza esse tipo de trabalho poderá contribuir com qualquer quantia via Pix. 
Essa  é também uma forma de incentivar o escritor a dedicar tempo e horas trabalho na produção de novos textos. Agradeço a todos que lêem, incluindo os possam ou não contribuir com esse humilde servo da escrita. Novamente muito obrigado por ter chegado até aqui.

Chave Pix: 11994029570 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

O Toca-Discos

        Essa é uma história muito engraçada que aconteceu certa vez aqui em casa. Foi quando um amigo passou para me visitar e trouxe seus dois filhos - meninos curiosos na faixa dos 11 e 12 anos de idade. Meu amigo ficou super empolgado com meus CDS e os famosos LPs organizados na estante da sala. Naquele dia eu estava limpando alguns discos, então começamos a comentar da qualidade de gravação dos discos de vinil. Falamos da banda Grand Funk, Led Zeppelin e as capas dos discos do Yes. Enfim, um monte de som legal e capas artísticas sob-encomenda, com incríveis trabalhos de desenhistas muito conceituados nos anos 60 e 70.
     Peguei mais álbuns na prateleira e continuei a limpeza com uma espojinha macia e anti-estática para tirar manchas de dedos. Os garotinhos ficaram de olhos arregalados e muito atentos, não entendendo o motivo daquele ritual. Então fui explicando que aqueles "bolachões" tocavam música e deixei que segurassem pegando pelas bordas. Expliquei que estragavam fácil e deveriam ser tratados com carinho. Aquele ritual era o que gente do meu tempo passou a vida toda praticando. E o segredo era pegar os discos com muito cuidado, num verdadeiro malabarismo quando fosse virar de um lado para outro. Só assim durariam anos sem riscos ou chiados. 
      A maior surpresa veio a seguir, justamente quando levantei o pano que cobria o toca-discos e apareceu o equipamento GRADIENTE com cápsula Axxis, dotado de braço com contrapeso e controle de rotação com luz estroboscópica; aí os meninos piraram de verdade e os olhos saltaram um pouco mais. Nem piscavam de tanta surpresa pela novidade - eles nunca tinham visto algo parecido com aquilo e perguntavam tudo e um pouco mais de cada detalhe. 
     Mostrei a agulha delicada e expliquei como funcionava; conferiram o braço e os contrapesos e giraram o prato. Então coloquei um disco do DEEP PURPLE, e lá veio Burn...Tchamm! 
     Quando toda aquela sonzeira saiu das caixas Lando, eles ficaram espantadíssimos. Até então só conheciam cds, dvds e pendrives na vidinha deles. Tudo virou um show com uma experiência nova, que depois foi motivo de comentarem orgulhosamente com todos amiguinhos. Alguns dias se passaram e meu amigo me encontrou na rua por acaso; aproveitou a chance e perguntou se seus filhos podiam levar alguns amiguinhos deles à minha casa para conhecer um trambolho que tocava música. Eu dei muitas risadas com o pedido inusitado. E acabamos rindo juntos de como o tempo passou para nós. E, com certeza, teria dado mais risadas se eu tivesse ouvido a explicação que os filhos dele deram aos amiguinhos.

Se você gosta e valoriza esse tipo de trabalho poderá contribuir com qualquer quantia via Pix. 
Essa é uma forma de incentivar o escritor a dedicar tempo e horas de trabalho na produção de novos textos. Agradeço a todos que lêem, incluindo os que possam ou não contribuir com esse humilde servo da escrita. Novamente muito obrigado por ter chegado até aqui.

Chave Pix: 1199402 9570 

O Virtual e o Real

     Estou cá com meus botões imaginando como a vida é estranha. O quanto somos injustos e indiferentes com os outros, e a nós mesmos, com nossas reações diante das facilidades da modernidade.
     Fiquei horas pensando que a principal e mais antiga forma de expressão é a palavra através da fala. E que em seguida vem o contato físico, o olho no olho, o toque, o aperto de mãos, o abraço, o beijo...
     Essas são relações de afeto que cumprem uma função muito importante para o convívio do ser humano e seu bem-estar. Sendo uma forma original e verdadeira, pois, na palavra escrita, muitas vezes nos cobrimos de máscaras e dissimulações e nos tornamos personagens.
     Infelizmente por mais sinceros que sejamos sempre caímos no mesmo erro de esconder os sentimentos - talvez seja uma das piores fraquezas do ser humano. Essa ação afeta a todos os tipos de personalidade, desde apaixonados a covardes; dos sem senso de iniciativa aos traumatizados. E no final todos esses indivíduos acabam relegados a um quarto, isolados do mundo, vivendo uma vida de farsa e fantasia na internet.
     Ás vezes eu não entendo a razão de tanto isolamento e menos ainda as mudanças no que  se habituou chamar de estilo moderno de vida. Não compreendo a escolha de algumas pessoas que vivem trancafiadas, se achando seguras no próprio mundinho, já que minha tendência é de vivência coletiva, não de dividir mas de ajuntar, colaborar e confraternizar. Acho tão saudável a socialização real!
      Na vida virtual, na qual dispomos muito do nosso tempo, parece-me praticamente impossível tratar assuntos sérios e falar dos prazeres ou dos hábitos do dia a dia com alguma verdade - já que o que vemos são lindas fotos de passeios caros ou banquetes de reis em cima da mesa. Essa vida virtual parece inconstante, frágil e relegada sempre a uma realidade oposta ao “EU’ real.
     Esse isolamento passa a impressão de uma imposição social e de costumes, uma necessidade de se mostrar bonito, importante e realizado; fatos de causar imediata inveja e vontades. Inclusive naquelas fotos da família, reunida em confraternização, dando a falsa impressão de que não existe um escudo para as dificuldades do mundo aos filhos ou entes queridos porta afora. 
      É lógico que é muito mais fácil teclar com alguém do que falar diretamente com a pessoa, demonstrando o que sente por ela ao vivo e a cores. Também porque ao teclar raramente você demonstrará sua emoção verdadeira ou o que diria frente a frente, ainda que desfile desaforos ou faça elogios à beleza ou à personalidade desse alguém. 
      Para quem é mãe, mesmo tendo a maior parte do seu tempo preenchido com correrias e responsabilidades de todo o tipo, ainda é muito mais conveniente manter os filhos com a babá virtual do que correr atrás deles na rua ou passar mercúrio nos machucados dos joelhos e cotovelos. As crianças hoje não empinam pipas, nem jogam bolinha de gude, nem colecionam Barbie, elas praticam e são experts em jogos virtuais. Desde muito cedo desenvolvem a mentalidade de que cada pessoa deve estar focada em seus interesses particulares e prazeres imediatos, nunca em preocupações comuns de um grupo, o qual proporcione interação ao modo antigo. Triste egoísmo e  individualidade! Câncer(es) da sociedade.
      É uma pena que a internet favoreça tanto esse aspecto da individualidade em contraste com a cumplicidade e participação pessoal. Houve um tempo em que vivi, no qual poderia ir à casa de alguém e nem era necessário avisar, muito menos marcar hora, ia chegando e sendo muito bem recebido com um sorriso e um convite espontâneo: “Entra, senta, fique à vontade. Quer uma água ou suco?”. 
     Hoje tudo tem que ser marcado, tem que consultar o outro antes, confirmar se não tem compromisso, tem que ver a previsão do tempo, - se for mulher, namorada ou amiga - tem que saber com antecedência os dias da TPM, o que evita levar uma porta na cara ou algum ato de hostilidade do tipo: “Quem é você? Não lembro de ter feito convite para vir aqui!” Radicalizações à parte. Tem gente que é mesmo muito mal educada no trato com quem diz gostar, mas isso é assunto para outro post, rsrsrsrs.
    Cabe aqui uma pergunta: Nós mudamos ou o mundo mudou? A educação, a cultura, a evolução dos meios tecnológicos e de informação instantânea mudaram as pessoas e seus interesses? Talvez eu não tenha uma boa resposta para parte do enigma. Observando melhor parece que esse excesso de informações e tecnologia colocou todos em um confinamento eterno, como bonecos em uma cadeira giratória criando pneuzinhos na cintura que são provocados pela auto-escravidão virtual. Aí sim, posso acreditar que um pouco de tudo isso contribui para a falta de atitude e socialização. 
     E assim vamos ficando cada vez mais trancafiados em nosso mundinho, vendo a vida passar pela tela do Smartphone, notebook ou PC. E o pior que ainda achamos que vivemos uma vida segura e de qualidade.
         Tem gente por ai que nem se lembra do quanto é gostoso sentir os raios do sol na pele num passeio no parque, ou então que as flores aparecem na primavera e são lindas de se ver e tocar.
       Reconheço que também tenho alguns desses maus hábitos, estou procurando mudar e a vida só muda quando você muda. Estou tentando o máximo para que isso aconteça.O pior é que quando a “ficha cai” vem o pensamento:" Será que vale a pena mudar agora? Talvez seja tarde demais após 10 quilos de gordura em excesso e 10 anos a menos para viver".
       Com esse pensamento reconheço que a idade reforça algumas manias e alguns medos, tornando-as mais evidentes. Hoje minha tendência ao isolamento ficou mais clara, às vezes tenho a impressão que sou alguém rodeado por tranqueiras e tralhas obsoletas, e nunca por amigos. O que tenho de mais moderno e boa companhia são o celular e o notebook. 
     No celular converso no Whatsapp  e ouço música, ambas atividades solitárias. Observo o mesmo em outras pessoas quando estou em transportes públicos ou nas ruas. Pessoas solitárias com o fone de ouvido conectados em seus celulares, vão se isolando cada vez mais.    
     Não existe mais paquera. Como paquerar alguém com fone de ouvido? Não existe mais pedido de informação. É quase uma ofensa pedir à pessoa que retire uma "perninha" do fone para você perguntar o nome de uma rua, já que você dispõe em seu dispositivo de Google Maps e Waze.
        É mesmo um fato melancólico se nos lembrarmos que poucos anos atrás as pessoas se juntavam para andar em grupos, conversar as novidades da vida de cada um, ir ao cinema da praça ou até mesmo para ouvir um disco.
       O que acontece hoje é sinal dos tempos. Tempo em que você pega tudo na internet, busca arquivos e baixa. Tem mp3, mp4 e o raio que o parta. Nunca se sabe a origem, se veio do seu vizinho ou de alguém lá no Japão. Você entra na grande teia, repassa arquivos, fotos, músicas e também nem imagina que caminhos aquilo fará até chegar ao destino, talvez até passe em Marte e volte à terra sem que você saiba. E a vida sem interação física continua. Eu vi num filme tosco dos anos 50 que até os marcianos andam juntos. 
      Imagino que esteja pensando que parece incoerente que eu fique aqui criticando a isolação que o mundo virtual provoca nas pessoas, porque é também a minha ferramenta. Claro! Em parte você tem razão. Graças a ela conheci gente que jamais conheceria de outra maneira. 
      Mas não posso deixar de ressaltar que atribuo grande parte de todo esse conflito ao que isso fez com as pessoas, tudo muito programado e óbvio, pessoas quase robotizadas e escravizadas pela máquina. Claramente existem outros fatores, como a vida profissional e demais conflitos da vida de cada um, mas, em minha opinião é essa preguiça por tudo na mão, por tudo mastigadinho, desde uma fórmula química complicada, até a imagem do cosmo com apenas um click na telinha, o que torna as pessoas pouco esforçadas em aprender a se relacionar eliminando a indiferença ao outro que pode estar tão perto fisicamente.
       Vejo algo bom nessa vida virtual, cultivo amizades e desenvolvo conhecimentos, estou conectado com o mundo e com o universo através de ondas eletromagnéticas que se espalham pelo céu. 
     Vendo por este ângulo jamais ficarei solitário, já que em algum momento alguém em Marte poderá receber alguma mensagem minha. Tenho quase certeza, esse alguém virá até mim para um bom papo sobre como é a vida fora do mundo ao qual pertenço. 


Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Por favor, deixe um comentário, pois essa ação fortalece o blog nos mecanismos de busca do Google. Isso fará com esse texto chegue para mais pessoas, algumas que talvez precisem dessas palavras.

   Se você gosta e valoriza esse tipo de trabalho poderá contribuir com qualquer quantia via Pix. 
Essa  é também uma forma de incentivar o escritor a dedicar tempo e horas trabalho na produção de novos textos. Agradeço a todos que lêem, incluindo os possam ou não contribuir com esse humilde servo da escrita. Novamente muito obrigado por ter chegado até aqui.

Chave Pix: 11994029570 



quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Bruxas Existem!

   

 Quem visse de perto aquela mulher, com os seus
 anos de estrada, dificilmente imaginaria que em outras épocas, - tempo de menos esclarecimento popular – ela teria sido queimada viva numa enorme fogueira em praça pública.
  Uma vez, há muito tempo, ela me disse: “Sou bruxa mesmo, mas e daí?” Garantia em tom jocoso os seus atributos pouco ortodoxos de sentir energias e receber algo parecido com premonições. No mesmo instante me lembrei daquelas bruxas que me faziam morrer de medo nos filmes de televisão, - ainda em preto e branco - isso já por volta dos meus sete ou oito anos de idade. Eram as bruxas pretensamente do mal, vestidas com roupas pretas, mais o chapéu pontiagudo e com uma ou duas verrugas no nariz comprido. Elas afirmavam aos quatro ventos que adoravam sexta-feira 13, especialmente em agosto, e a data 31 de outubro. Nunca esqueço aquela risada horrorosa e estridente que assustava os bichos da floresta (cruz credo!). Sempre no final de tarde tinha aquela bruxinha do bem que eu gostava de assistir, - por que achava muito engraçada e bonitinha - a Samantha, daquele seriado "A feiticeira". Lembram? Bom... De qualquer forma, naquele tempo ou hoje em dia, tudo parece historinha para criança. Acontece que depois cresci e aprendi a observar melhor as pessoas e acabei descobrindo que existem bruxas de verdade. Descobri que elas estão por aí em qualquer canto ou esquina da nossa vida. São muito mais numerosas do que qualquer ser normal poderia imaginar. Elas se parecem com qualquer um de nós e não voam em vassouras. Muito pelo contrário, elas viajam em carros, motocicletas ou barcos, lotam ônibus, metrô e até fazem uma longa caminhada no parque pela manhã. Podem ter curso universitário com várias especializações ou trabalham diariamente em escritórios, galerias de arte ou ateliês. Escrevem livros ou deixam suas opiniões em blogs. Fazem conferências e dão aulas de massoterapia ou se misturam como mestres e aprendizes nos cursos de artesanato e nutrição. Administram grandes ou pequenos negócios e, depois da jornada de trabalho, vão ao terapeuta holístico – onde desenvolvem técnicas de trabalhos naturais em busca do auto-equilíbrio corpóreo / psico / social. Trabalham a correção e a harmonização de seus próprios recursos físicos, emocionais e energéticos com o objetivo de transformar tudo em autoconhecimento.
    A grande diferença entre elas e os mortais comuns (nós) é que as bruxas têm hábitos um tanto esquisitos. Algumas até remexem caldeirões e fazem poções mágicas às escondidas - no melhor estilo de qualquer filme do Harry Potter. Conhecem a cabala e vivem murmurando palavras estranhas em noite de lua negra. São até capazes de inventar feitiços que curam os amados ou que amaldiçoam os desafetos. Usam palavras que transformam qualquer pequeno objeto num grande amuleto que atrai amor e dinheiro (putz... estou precisando de um desses!). Estes são os tipos de algumas bruxas que já conheci de pertinho. Eu disse de pertinho? Sim! Bem de pertinho mesmo! E garanto uma coisa: para os dois lados dessa vida - do bem e do mal.
   Essas pessoas demonstravam a sensibilidade desenvolvida, com o dom que os leigos chamam de “sexto sentido”. Foi assim que depois de muita pesquisa descobri que tive uma geração de bruxas em família.
    Minha mãe contava que durante a época da caça às bruxas, os objetos tradicionais usados pelas feiticeiras, como o bastão de pitonisa e as varetas mágicas, foram banidos para não despertar suspeitas - os quais foram substituídos por instrumentos de cozinha usados no cotidiano que não despertariam o olhar curioso, como, por exemplo, a colher de pau. Era apenas mais uma estória que a mãe contava para o filho pequeno, mesmo assim entendi por que bruxas adotam grandes colheres de pau para mexer no caldeirão. Ela, (a minha mãe) descendente de italianos misturados com um povo cigano que não sei falar o nome, aprendeu a feitiçaria com os requintes das mitologias grega e celta. Por uma dessas coincidências do destino, ela acabou sendo a caçula da dinastia das bruxas e não passou o “bastão” adiante por que não teve filhas e nem sobrinhas. Mas no fundo o seu desejo era ter 7 filhas. Ela me contou que logo aos 5 anos já era uma bruxinha muito malvada e sabia de cor as palavras para enfeitiçar. Foi crescendo e aprendeu entrar em sintonia com a natureza e seus elementos, – terra, fogo, ar e água – rapidamente conseguia transformar os frutos da terra em seus aliados – conversava dia e noite com as plantas e acariciava árvores. Aos 10 anos já sabia fazer um tipo de elixir contra inveja e dor de cabeça. Que maravilha! Uma bela surpresa com grande orgulho para a bruxa velha e caolha que só falava italiano; a minha avó. Ela ainda deu detalhes que na sua infância, dos 5 aos 10 anos, ouvia vozes estranhas, ruídos inexplicáveis pela casa e tinha visões de sombras passando pela parede. Foi assim que começou a se interessar pela bruxaria e outras coisas estranhas ao olhar comum. Afirmou durante anos todos os dias que bruxaria não é um privilégio das mulheres e eu, como seu único filho, deveria seguir os ensinamentos. Mas eu sempre fui muito dispersivo para certas coisas - achava bobagem aquelas alquimias estranhas feitas no fogão a lenha. Para ser bem sincero morria de dó dos gatos pretos presos nas gaiolas individuais lá no fundo do quintal. E fazia questão de passar bem longe dos livros de filosofia Rosa Cruz pendurados na velha estante da sala - alinhados e misturados com os de física Quântica que eu nem imagina o que deveria ser. Depois de anos descobri do que se tratava toda aquela literatura, bem diferente do tempo em que eu mal sabia o alfabeto e via aqueles livros como grandes volumes encostados um no outro. Era muito estranho quando eu pensava que eles voavam por serem livros de magia – mas a mudança de lugar era por conta de tantas consultas noturnas feitas por ela.
Os anos passaram e foram várias as noites que a via debruçada sobre a mesa tentando decifrar a cabala para desvendar o mistério das coisas que a perturbavam. Com base nesses conhecimentos ela preparava talismãs para algumas pessoas que começaram a pagar pelos serviços. As essências de florais viraram uma febre para alguns clientes especiais que pagavam caro por um frasquinho com meia dúzia de gotinhas. A conta bancária cresceu e a vida melhorou – até comprou um carro usado vermelho. Também tinha um tipo de reunião que ela fazia semanalmente com mais 12 bruxas em roupas de cerimônia. Eram organizadas gravuras do sol e da lua sobre a mesa comprida; traduções da energia masculina e feminina para o ritual. Enfileiradas apareciam adagas e, na sequência, vários pentagramas, um cálice, uma espada e pedras brilhantes; símbolos bem tradicionais da magia - que nada mais eram que os veículos da energia concentrada pela força do pensamento. No final faziam orações mentalizando soluções para os problemas individuais e exteriores – como os prejuízos causados pelo homem ao meio ambiente. Pareciam muito unidas e determinadas defensoras da natureza quando saiam juntas à rua. Odiavam, com olhos arregalados, quando algum leigo fazia chacota chamando cada uma de bruxa ou a todas de seguidoras de satã. Poucos passos à frente o infeliz camarada poderia dar uma topada ou cair num buraco enquanto elas se esbaldariam de tanto rir com o acontecimento. Mas se na queda ele quebrasse o pé ou a perna, imediatamente elas prestariam os primeiros socorros, como qualquer pessoa normal a acudir o coitado.
    A moral da história é que existem muitas bruxas que já flertaram com as práticas de satanismo antes de abraçar a bruxaria, a magia ou a crença Wicca - inclusive a minha mãe, mas não garanto que fosse nessa vida.
    Um dia as bruxas acabam ensinando aos incautos que tudo o que se faz de mal aos outros volta em dobro. Usam como filosofia de vida a forma cósmica da força do pensamento e orações transformadas numa energia que transcende o entendimento – e isso independentemente no que se crê.
    Para entender melhor acontecimentos como estes é preciso estudar mais, observar e vivenciar – de preferência por alguns anos. Assim se acaba tomando a Bruxaria como uma arte que é tão necessária à vida quanto outras com a mesma dedicação. No presente os hábitos danosos aos outros devem ser mudados e os pensamentos em constantes transmutações devem ser filtrados. Deve-se sempre estar disposto a enfrentar tempestades emocionais e sociais, ou mesmo – e as piores de todas – as tempestades internas. Eu sei que é difícil entregar-se totalmente quando não se conhece algo, porém, é necessário a entrega com árdua dedicação para vivenciar a magia na plenitude.       Minha mãe explicou que é muito comum a bruxa ter poucos amigos. Não por ser pessoa tímida ou algo assim, mas por gostar de apalpar durante muito tempo o terreno que pisa antes da plena confiança. E se você não for uma pessoa que respeita pontos de vista diferentes ou não sabe guardar segredos dificilmente conseguirá ser amigo de uma bruxa. Ela nunca lhe contará sobre suas experiências mágicas e certeiras. A magia nada mais é que a canalização de energia para um determinado ponto. Enfeitiçar não é privilégio só das bruxas, qualquer um pode ter esse poder que vai da sedução à vingança, da bondade à maldade. Eis aí o maior de todos os seus dilemas: escolha como será na hora que desprender tal energia de si. E saiba que mais cedo ou mais tarde ela voltará bem mais ampliada do que quando saiu”.
    Bom, diante de tudo isso, concluo o seguinte e fico a pensar num velho ditado espanhol: “No Creo en las brujas, pero que las hay, las hay”.  

Por favor, deixe um comentário, pois essa ação fortalece o blog nos mecanismos de busca do Google. Isso fará com esse texto chegue para mais pessoas, algumas que talvez precisam dessas palavras.

   Se você gosta e valoriza esse tipo de trabalho poderá contribuir com qualquer quantia via Pix. 
Essa é uma forma de incentivar o escritor a dedicar tempo e horas de trabalho na produção de novos textos. Agradeço a todos que lêem, incluindo os que possam ou não contribuir com esse humilde servo da escrita. Novamente muito obrigado por ter chegado até aqui.

Chave Pix: 11994029570 

ABC Da Vida

      Pois é, gente. Cá estou novamente com o velho papinho de sempre – momento que considero muito interessante para compreendermos, ou ...