terça-feira, 24 de junho de 2025

Mentiras

   Durante muito tempo você se manteve em posição de defesa - foi quando o seu coração atravessou noites sem consolo. Ninguém jamais viu os seus olhos molhados no escuro do seu quarto – eram noites e noites em transe com as lembranças daquelas palavras doloridas que aos poucos iam lhe corroendo por dentro.
   Numa época à frente, livre em parte de tal desespero, sentiu que tinha forças para lutar e seguiu em busca de um alento que amparasse tantas dúvidas permanentes sobre a própria existência. Foi quando encontrou a mim pelo meio do caminho, e assim entrei por um tempo em sua vida - acho que eu estava muito a fim de descobrir se mantinha ou não a posse do meu juízo perfeito, digo, para encarar novamente um compromisso com alguém tão legal como você era à primeira vista.
     Porém, sem demorar muito, logo percebi que seu olhar era de quem praticamente estivesse à beira da loucura, guiando-se em seus exemplos por experiências malfadadas do passado - as histórias que contava eram como um labirinto de ficções intermináveis – em nenhum momento parecia dizer alguma verdade que me convencesse, mesmo de alguma questão simples – quando começava  a falar eu já sabia como terminaria e quais os fatos que citaria para dar mais ênfase ao seu ponto de vista. Rapidamente adquiriu esse hábito e dele criou um grande leque de possibilidades para a mesma história fantasiosa, que se repetia em versões mais elaboradas com o passar do tempo. Você temia tanto o confronto com a verdade, em seu modo arisco de ser, que quando uma ponta de mentira me motivava desconfiança, você fingia um acesso histérico e dava às costas pisando duro como se fosse vítima da maior ofensa.
      Muitas lacunas ficaram de nossas conversas, inclusive em discussões prolongadas que aparentemente tinham um tom de sinceridade.
    O tempo passou e você nunca mencionou alguém que gostasse em sua infância, ou uma brincadeira especial ou, quem sabe, o desejo do que queria ser quando crescesse - jamais me falou de uma rua onde pulava corda ou de um parquinho onde brincava no balanço ou escorregador. Quando um dia lhe perguntei como tinha sido sua infância, apenas me disse que nadava na piscina (até me deu uma foto daquela época feliz, lembra disso?). Nunca presenciei um vislumbre em que recordasse uma cena da qual sentisse orgulho na pré-adolescência - dando sempre a entender - na expressão sisuda - que jamais se deixaria escorregar numa emoção do passado, quando as respostas satisfatórias seriam: onde, como, ou os porquês das coisas terem evoluído assim. Várias vezes eu tentei que relembrasse, mas foi em vão. Parece que os detalhes daquele tempo lhe causavam tédio ou trauma profundo. Quando finalmente um dia relatou algo interessante, era como se fosse uma cena tirada de um folheto de viagens ou de algum livro antigo de histórias infantis.
     As reclamações do seu passado, quando no auge da vida adulta, eram sim muito marcantes. Não havia uma só pessoa de quem não falasse mal – o tempo que dispúnhamos era preenchido com reclamações de tudo quanto era tipo, fossem fatos passados ou presentes que tirariam qualquer um do sério. Nada parecia trazer mais alívio do que reclamar em tom de desabafo - demonstrando raiva e indignação - e no final quase derramar uma lágrima sentida. Tive a impressão que você se tornou outra pessoa, não era mais quem eu conheci com tanto brilho – aos poucos apodreceu e rachou ao meio. Cheguei a conclusão que depois de tudo desvendado, você imaginava que eu teria mente fraca e não conseguiria unir os pontos para observar todas as contradições pelas quais passamos juntos. O grande problema é que sempre tive excelente memória para aquilo que vejo ou escuto. Justamente por isso seria praticamente impossível que eu não reconhecesse um jogo de trapaça, ou distorção, a fim de semear uma nova ilusão em mim. Esse era o seu jogo sempre – e eu só podia me revoltar cada vez mais com esse seu mundo de mentiras e falsificações de intenções. Não é de se estranhar, portanto, que inventasse tudo para o seu próprio prazer em presenciar o meu sofrimento por te amar, e, inevitavelmente, após algumas cobranças, chegava sempre uma hora que diria do alto da sua imponente sabedoria: “Você não passa de uma pessoa patética!”. Não se cansou de demonstrar que eu não era suficiente, pelo menos em sua visão turva, para participar do seu mundo - às vezes chegava ao cúmulo de dizer que minhas perguntas e observações eram tão insignificantes que não mereciam sua atenção. O pior de tudo é que nunca se arrependia do que fazia. Isso era muito triste!
     Pois é, infelizmente, são essas coisas que rompem o encanto.
    Você insistiu tempo demais nessa combinação diabólica, habilmente mascarada por ações inocentes, que me fazia acreditar que o mal era eu. Não podia ser eu, pois você sempre se mostrou imune a todo mal que viesse de fora mantendo-se inatingível.
     Sei que se nesse momento soubesse da minha reflexão solitária, novamente estaria me desejando o pior. Motivo, talvez, pelo qual imagina que pode seguir pela vida como se passa entre labaredas sem se chamuscar. Uma hora, quando menos esperar, esse fogo poderá se rebelar e lhe causar queimaduras com cicatrizes permanentes. E, algum dia, em seu rosto torcido pela dor, lembrará que mentir, enganar e torcer as coisas ao seu bel prazer não leva a lugar algum.
     Nós dois sabemos que jamais admitirá abertamente que tudo isso aconteceu assim, digo, na minha versão, quando afirmo que mentia sempre, com ou sem motivo. Mentia inclusive dizendo que era meio vidente e conseguia ver o avesso das pessoas descobrindo o mal dentro delas para se proteger. Mentiras dirigidas, com um objetivo certo de intimidar reações. Garanto que seria mais simples, por exemplo, dizer que eu não era interessante e você não tinha vontade de prosseguir. Ao invés disso, encompridava as mentiras e inventava historias para exagerar as dificuldades em estarmos juntos e felizes. Porém, saiba que não foi o mal-feito que fortaleceu minha ira a cada dia, porque acredito que todo mal vindo da perversidade deve ser destruído; esse tipo de coisa fez a sua vida perecer aos poucos, e não a minha; mesmo que aparentemente mantivesse o sorriso e a impressão de tudo certo.
      Daí veio a total consciência do quanto uma estabilidade emocional pode ser colocada à prova em nome de um bem maior – talvez por cegueira ou a teimosia em prosseguir apesar das consequências. No entanto reconheço que o mundo de enganos e encantamentos que me levou até você, foi para que eu colhesse bons frutos de tudo que passou, e ao final você apenas seguisse adiante em seu mesmo passo.
    Nesse momento, no final do monólogo - antes tão constante em nossa relação - estou finalmente fora do mundo que criamos juntos, um mundo obsessivo, um mundo que eu erroneamente julgava de direito e beleza, um mundo de esperança. E se de verdade um dia tive uma esperança sincera é por que existe alguém lá em cima que gosta muito de mim, ainda que você tenha se esforçado ao máximo para mina-la aos poucos com o seu silêncio intenso e aquele profundo desprezo por belas sensações e nobres sentimentos.

segunda-feira, 23 de junho de 2025

Coração Puro

     Menina do meu sonho, nós um dia nos encontraremos para outro passeio, com o pensamento luminoso e o coração puro. Nós passamos poucos meses juntos, mas eu amei tudo aquilo. Minha vida parecia um furacão com tantas idas e vindas, e você sabe que eu não tinha paz.
     Quando nos vimos pela última vez, você sequer imaginou como as coisas terminariam. E ficamos longe, você fugiu.
      Hoje, olhando você assim tão bonita e vestida nesses trajes diferentes, aliás, nada parecidos com os daquela época, lembrei-me de muitas coisas.
      Sabe a sua timidez? Ela ainda persiste e acho que você a herdou de alguém para a vida toda. Apesar disso, você está muito melhor agora, e poucos veem isso, por que você se refugiava em seus dramas.
      Quanto a mim, você sabe: para muitos eu sempre fui ácido e sarcástico, mas era tudo defesa. No fundo das minhas polêmicas e reivindicações sempre esteve um cara assustado e insatisfeito com a vida. E, diga-se de passagem, eu me intoxiquei de muitas coisas, principalmente das minhas razões e certezas absolutas. E se hoje eu sei disso, entendo com clareza que era tudo para fugir de mim mesmo. A minha vida era como flashes luminosos que necessitavam de admiração.
       Você sabe que em nossos momentos bons eu fui criativo, já nos maus, eu era destrutivo.
       Tenho total consciência que ainda hoje você vem vivendo sob o peso da minha sombra, mesmo depois de todos esses anos de incerteza. Eu entendo que você não merece isso, por que agora é uma pessoa melhor do que eu. Alegro-me em imaginar a sua vida bela completamente refeita, e sei que não partirá tão cedo da terra.
     Quero que saiba que não tenho raiva de nada.
     Quando a minha ilusão foi derrubada, o meu corpo sentiu e meu coração se partiu em pedaços, mas isso não me matou e nem matou a minha inspiração.
     Ahh. Eu ainda recebo tantas coisas boas daqueles que se compadeceram comigo. E essa energia me faz cada vez mais transformar as minhas palavras em sensações reconfortantes, talvez por isso a criatividade nunca acabe.
     Se agora eu pudesse, seguraria a sua mão como antes, e caminharíamos abraçados, admirando com empolgação o céu de estrelas. A vida pode não nos permitir isso nesse momento, mas as palavras me levam ao infinito e me fazem sonhar essas coisas.
      Eu sei que compreenderá bem o que há aqui, por que você tem bom coração. Tenho certeza que na ocasião certa falaremos sobre tudo isso, talvez seja durante o sono do seu corpo ou via energia cósmica ou telepática.
      Um dia, num lugar especial, nos reencontraremos para uma reconciliação espiritual, pode esperar. Nessa ocasião eu abraçarei você e farei vários versos em sua homenagem.
      A novidade do momento é que você está tão bem vestida naquelas fotos do quintal. Continua a mesma pessoa tímida e com o olhar para o vazio, permanece em busca das coisas que nunca encontrou explicações - em busca de si mesma.
    Eu olho para as fotos e a vejo novamente como a menina do meu sonho. Uma menina do sonho que se tornou uma pessoa do bem, uma pessoa melhor do que eu. Creio que isso vale para a sua vida bem mais que a fama, o sucesso ou o reconhecimento que espera por seus esforços. Você sabe que no fundo tudo isso é ilusão.
    Menina, nós andaremos de mãos dadas novamente como antes, e isso será maravilhoso. Você me sentirá com o seu coração e não mais com a cabeça, e então você verá a luz. Mesmo que permaneça de olhos fechados você saberá que sou eu, como se fosse um raio rasgando a noite para guiar os seus passos. Por que, um dia, eu aprendi como fazer a palavra virar luz. É como se fosse um presente para você.
    Menina do meu sonho não pense em mim no passado, pois eu estou no seu presente e torço por sua vida refeita e iluminada. Amo você mais do que nunca, e a sua imagem estará para sempre guardada em meu coração, bem juntinho daquela nossa canção especial.
    Desejo que aquela trilha de estrelas que sempre salpicou de luz o nosso caminho na escuridão, agora guie o seu. E jamais se esqueça que para voltarmos a passear juntos, basta que o pensamento seja luminoso e o coração puro.

domingo, 22 de junho de 2025

Pequena Prosa Filosófica Em Tempos Difíceis

   
Finalmente!!!! O ciclo está se completando e tudo ficando às claras. 
    O que era extremamente previsível para alguns segue por direções opostas. 
   Aqui e agora, por um lado, representa todo o sofrimento e por outro a glória de se manter vivo. É o grande processo do encontro de um sonho de uma vida melhor com o choque de realidade - a vida de cada um retratada em uma notícia nova com discurso antigo no jornal. Ou em uma frase perdida que lateja na mente dos inconformados.
         Todos os anseios, necessidades, impotência, desilusões e desejos estão representados nessa trama nada fictícia. Dela poderia surgir a divina fonte de sabedoria em busca de reconhecimento através de sacrifícios e da força do pensamento daquilo que é justo. 
       Das profundezas escuras da mente chega toda a riqueza de detalhes desses anseios. E por mais que haja uma inaptidão ao encarar a cruel realidade, essa de carne e osso em que vivemos dia após dia, sempre irá prevalecer o lindo mistério em busca de um mundo diferente. Um mundo de terra firme onde todo o encanto se refaz, em vez de ser sequestrado e torturado até definhar pouco a pouco. Talvez não seja fácil relembrar momentos bons do passado ou fazer as pazes com esse presente machucado. No entanto a grandeza do desafio parece a melhor hipótese para seguir com pensamento positivo. Isso  por saber que todo aquele que busca uma causa justa, a qual se devota ou se sacrifica literalmente, recebe a recompensa em vida ou reconhecimento depois dela. É isso que cria o êxtase do qual os covardes nunca participam. Pois a tendência a se integrar consumando o ciclo dessa virtude é para poucos. Pois tudo que nasce morre e tudo que se cria acaba, mas alguns não percebem essa seqüência natural exige nobreza de espírito. 
     Ao ligar todos esses elos; vemos com surpresa todas evidências que demonstram que o nosso pensamento pertence ao cosmos e derivam pela atmosfera agindo em uma sutil comunhão, quando grande parte da população que se sente afetada por injustiças pensa igual. Os mais profundos sentimentos mudam todo o tempo através dessa “simbiose” entre a imaginação do que seria certo e o desejo do que é objetivo na realidade. Vemos nisso um elemento fortemente teatral que desafia a mente e rege o espírito quando nos defrontamos com opiniões muito parecidas com as nossas, mas que não tem um elo que leve até uma ação em conjunto de fato. No entanto o bicho-de-sete-cabeças pode ser muito simples de lidar saindo da inércia. 
      Mais cedo ou mais tarde cada um terá que pagar por violações, sejam à natureza, ao outro ser humano como sendo um igual,  aos animais indefesos e, acima de tudo, aos aprisionados e torturados que pensam diferente. 
     Pois é... o ritmo da vida atual anda contra cada um de nós e a favor de quem têm o poder de determinar leis e mudanças. Por essa vida e pela luta contra quem as determina é que nos submetemos. Gritamos fortemente os desejos que alimentamos nesse incrível mundo invisível dos mandos e desmandos de quem recebeu a confiança de milhões para tal. Sobrevivemos através do esforço que cada um de nós demonstra e dos segredos que cada um deles esconde. Talvez seja isso  o que nos torna inteiros, levando nosso olhar além da escuridão que nos encobre pouco a pouco. Assim estamos e permanecemos no lugar mais difícil para ficar: a inércia. 
      Talvez, o estado de coisas atual, seja uma descoberta improvável para muitos que tinham fé. Pois cada um é fiel ao propósito de apenas pertencer a si mesmo e fazer por si, achando que desse modo faz o melhor pelos outros. Alguns, inclusive, conseguem renunciar a tudo que não seja sua própria autenticidade, sem qualquer constrangimento ao prejuízo alheio.
     E de outro modo, milhões que um dia acreditaram e mantiveram a fé em busca de algo melhor, sonharam com dias melhores - com toda a sinceridade de quem vive, sofre e compartilha dificuldades, e acredita - como se apenas sonhar fizesse surgir do nada um salvador no lugar de um tirano. 
       Essa é a história do povo brasileiro e seus mandatários. O povo que vive acreditando em seus sonhos de tempos melhores. Uma jornada que sempre foi de fé, luta, sentimentos contraditórios e conquistas. Com momentos do passado que fizeram parte da construção da liberdade que atualmente está em risco.
     Talvez em meio a essa prosa filosófica em tempos difíceis apareça um momento de lucidez em alguém, ou em toda a nação, para mudar o estado de inércia desse povo.


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terça-feira, 10 de junho de 2025

Coração Puro

   





 Um dia, novamente nos encontraremos para um passeio, com o pensamento tranquilo e o coração puro. 

 Nós caminhamos por muitas ruas e estradas, e eu amei tudo aquilo. Minha vida parecia um furacão com tantas idas e vindas, e você sabe que eu não tinha descanso.
     Quando nos vimos pela última vez, você sequer imaginou como as coisas terminariam, e depois disso tudo se foi.
      Hoje, olhando você assim tão presente na internet, vestindo trajes diferentes, fico feliz por parecer tão bem.
      Sabe a sua timidez? Ela ainda persiste e acho que é para a vida toda. Apesar disso, você está melhor agora, e poucos vêem isso, por que, lá atrás,  você se refugiava em seus dramas.
      Quanto a mim: eu sempre fui diferente, mas era tudo defesa. No fundo das minhas polêmicas e reivindicações sempre esteve a pessoa assustada com a possibilidade do amor. E, diga-se de passagem, eu me intoxiquei de muitas coisas, principalmente com minhas razões e certezas absolutas. E, se hoje eu sei disso, entendo com clareza que era tudo para fugir da realidade, porque minha vida era como flashes luminosos que necessitavam de admiração.
       Você sabe que em nossos momentos bons havia criatividade e nos maus era destruição.
       Tenho total consciência que ainda hoje você vive sob o peso da minha imagem na lembrança, mesmo depois de todos esses anos. Eu entendo que você não merece arrastar isso, porque agora é uma pessoa melhor que eu, e fico feliz em imaginar a sua vida  completamente refeita.
     Quero que saiba que não tenho raiva de nada.
     Quando a minha ilusão foi derrubada e meu corpo sentiu, o coração se partiu em pedaços, mas isso não me matou e nem matou a minha inspiração.
     Posso afirmar que ainda recebo  coisas boas daqueles que se compadeceram comigo. E essa energia me fez transformar palavras em sensações reconfortantes, talvez por isso a criatividade nunca acabou.
     Se agora eu pudesse, seguraria a sua mão e caminharíamos abraçados, admirando com empolgação o céu salpicado de estrelas. A vida não nos permite isso novamente, mas as palavras me levam ao infinito e me fazem sonhar essas coisas.
      Eu sei que compreenderá com parcimônia o que há aqui, pois tem bom coração. Tenho certeza que na ocasião certa falaremos sobre tudo isso - talvez durante seu sono ou via energia cósmica.
      Um dia, num lugar especial, nos reencontraremos para uma reconciliação espiritual, pode esperar. Nessa ocasião eu lhe abraçarei, citarei versos do livro que lhe dei e você nunca leu.
      A novidade do momento é que você está tão bem nas fotos do quintal. Continua a mesma pessoa tímida e com o olhar para o vazio, permanece em busca das coisas que nunca encontrou - em busca do seu Eu.
    Creio que isso vale para você bem mais que a fama, o sucesso ou o reconhecimento que espera por seus esforços. Você sempre soube que no fundo tudo é ilusão.
    Nós andaremos de mãos dadas novamente como antes, e isso será maravilhoso. Você me sentirá com o seu coração e não mais apenas com a cabeça, e então você verá a luz. Mesmo que permaneça de olhos fechados você saberá que sou eu, como se fosse um raio rasgando a noite para guiar seus passos. Por que, um dia, eu aprendi com você como fazer a palavra virar luz de forma espontânea.
    Não pense em mim no passado, pois eu estou no presente e torço por sua vida refeita e iluminada. Amo você mais do que nunca. Sua imagem estará para sempre guardada em meu coração, bem juntinho daquela nossa canção especial, a canção do refrão apaixonado.
    Que aquela trilha sonora de estrelas, que sempre salpicou de luz o nosso caminho, continue guiando o seu. E jamais esqueça que para voltarmos a passear juntos, basta um pensamento luminoso e um coração puro.


sexta-feira, 30 de maio de 2025

A Luz Fraca Do Abajur

   Os seus olhos estão vivos, praticamente com uma vivacidade doentia. Neles se vê que tudo já está decidido – é basicamente o que se pode notar em certo momento diante da luz que brilha fraca no abajur. Há alguma doçura em sua postura soberba, talvez até uma magia estritamente sedutora. O sorriso é um sorriso sem dentes, algo meramente contido e reprimido pelo entusiasmo do que virá a seguir. Ela ainda vive, quase que permanentemente, uma evidente excitação inconformada pelo momento mais sublime da entrega na noite passada, que não foi lá grande coisa, muito menos pela expectativa criada. Talvez quisesse viajar pelas nuvens ou qualquer lugar onde mais nada importasse além do seu sonho de felicidade. Ainda assim abre bem os olhos para não perder de vista suas feridas do passado. Infelizmente ela nunca teve coragem de se desenlaçar de tudo, e relembrar é como se a morte estivesse presente. Mas ela não treme e nem fraqueja mesmo com o coração sangrando.
    Ela nunca imaginou que o amor não era eterno, e viveu cada sensação como se aquele tempo fosse inacabável. Mas tudo tem seu preço na escalada do destino, e ela sabe que em breve sentirá a razão de cada nuance da vida na mente e corpo sofridos por pancadas. Seus lábios queimam e seu pensamento ainda arde com um tipo de desejo incontrolável - quase uma mistura da espiritualidade com o êxtase sexual e a frustração. Isso deixa sua mente alerta e o corpo vivo com uma desenvoltura ingenuamente aflorada. Ela novamente se despe com naturalidade e despreocupadamente para se deitar na posição correta. Em seus olhos ainda se notam as olheiras da noite anterior vivida em fúria, quando seus cabelos foram beijados de maneira cuidadosa e em seguida puxados e enrolados por um punho firme, ao mesmo tempo que o cinto de couro marcava o ritmo como um chicote em chamas em cada palmo de suas costas.
     Com o toque dos dedos penetrando seu sexo sente no rosto a lágrima solitária desenhando o caminho já marcado por outras tristezas que vão além das marcas na carne, segue assim num labirinto sem o fio de regresso que faz aos poucos a mente vaguear pedindo misericórdia e desemboca num prazer doído.
    Foi-se no decorrer de um segundo, por uma angustia tardia e desesperadora, que algo se tornou visível em seu delírio de paixão.
    Ela já conhecia bem essa força de vontade de seguir em frente através do poder advindo do prazer da carne e da devassidão do corpo nas solitárias lutas noturnas e secretas, e aos poucos suspira e sorri por sonhos bons e eróticos - único momento em que se permite para o prazer sem culpa.           
    Mais uma vez ela respira fundo e se  prepara para nova batalha contra si mesma e seus instintos. Finalmente toma coragem e vai, segue em sua imaginação um a um com olhos sedutores e corpos suados aos quais se permite devorar. Fica horas a fio criando situações e posições, num eterno tom de suspiro e esquecimento de tudo.
    Ela sabe que um dia houve um punhal enfiado em seu coração e ficou fincado ali. E daquele momento em diante caiu uma névoa espessa em sua vida anteriormente regrada. E do seu último sacrifício de luxúria e prazer trouxe consigo o desejo real: a inspiração para continuar experimentando e se tocando mais, até sentir-se completamente saciada. Ela manteve a vontade de faze-lo repetidamente por um tempo sem fim, até que um dia conseguisse finalmente o verdadeiro alivio emocional – o que de verdade só viria com a recompensa do ato a dois. Em seu olhar vivo ainda há o silencio da morte sentimental prematura. Nada sobreviveu além do rancor que existe em sua visão a respeito do mundo e das paixões eternas. Há muito tempo se mantém assim, quando o seu único desejo aparente é o da busca incansável. A sua atitude causa em si mesma repulsa e não há uma explicação lógica que possa salvar sua mente da dor. Ela sente a realidade meio entorpecida e geme como se fosse uma criança inocente num sonho profundo - a noção não é perfeita, pois o seu prazer foi maculado pela degradação numa entrega sem mistério ou delicadeza; uma ação tida como ordinária. Em todos esses momentos há o prazer momentâneo e a dor sem fim. Existe a imagem de algo que a distancia do pensamento e a aproxima da lembrança da última fatalidade no dia em que chorou em desespero. Em sua desgraça permanente sente o efeito do remédio que criou para acalmar a própria mente que nunca se cansa de pedir justiça, - em seus lampejos brilham focos de saudade logo que a mão pousa sobre seu ventre amplo e desnudo - revela-se assim todo o mistério e delicadeza de um corpo exteriormente são. E as memórias vão se tornando remotas a cada dia passado nessa mesma rotina.
   Presa dentro da gaiola que criou se debate como um pássaro agonizante. Delira em seu maior momento de força interior e resistência moral. Mas aquele sentimento obscuro é maior e ela busca o desligamento - consente a si mesma matar os resquícios de consciência de um passado surrado, vivido na ignorância do conhecimento dos fatos. Com esse rancor na alma, persiste na dor mais intensa, a dor da perda do mais valioso bem; o que a torna irreconhecível diante de si mesma e de quem testemunhou sua vida no momento de felicidade.
    Nas trevas vive seu transe humano enquanto seu tecido carnal se rasga, estica e cria vincos. As manchas roxas aparecem pelo corpo. Em cada mancha a noção da armadilha cruelmente atroz contra si mesma. A vida não se expande conforme o seu desejo mais intimo e qualquer coisa se torna um martírio sem fim. O ódio misturado com ressentimento infiltrava-se mais uma vez em seu cérebro evoluído, tornando-o uma máquina de produzir ideias destrutivas, e seu corpo parece um corpo sem sentidos quando todas as vozes do mundo gritam em seus ouvidos e vão além, ecoando distante para outros que se identificam com a situação.
    Em mais uma falsa excitação macera desespero num choro interior, fica distante de tudo que parece puro e novamente se sente tão só como em nenhuma outra oportunidade da vida. Assim permanece por horas e horas cumprindo seu percurso sem fim. Momento em que aquele que desejar poderá ser dono do seu corpo inerte pelo tempo que quiser.
    Ao focar novamente em seus olhos ela emite um olhar que não sei se é de loucura mansa ou de ar de ausência. O seu coração parece pacificado numa ressonância profunda que emana calores e suspiros, como a última sensação de um adeus anunciado em que o cheiro impregna sua pele e se firma na ponta dos dedos depois de um tempo. A poeira e o suor se misturavam à lembrança do cheiro acre natural da excitação e o perfume finalmente vai se esvaindo da pele, ela torna-se tão distante que mais nada se sabe sobre a sua verdade por tantos desejos. Por isso ela continua e em cada novo toque o prazer a consome por dentro. E pergunta a si mesma: “O que fazer agora?”.             
    As manchas amarelas continuam no lençol, o colchão manchado por sêmen na noite anterior foi virado ao contrário. E ela mais uma vez, com o coração leve por alguns instantes, flameja em lamentação interior e arde por dentro como a chama mais quente do inferno, carregando consigo as culpas da sua falta de sintonia e entendimento da situação.
    Mais uma vez levanta-se devagar, absolutamente entediada de tanto sexo solitário e aborrecido, num cenário em que os vermes rastejam nus pelos bastidores da sua imaginação. Aos poucos oferece encorajamento a si mesma com um simples pensamento, pois o seu desgosto parece tão grande que não consegue expressar de outra forma tanta tristeza. Em plena escuridão se deita novamente e dá sequência ao velho vicio - faz automaticamente enquanto imagina olhos arregalados tentando admirar os seus seios pequenos e suas pernas se apertando uma a outra. Aos poucos fecha os olhos enquanto um corpo grande e suado balança por cima em um ritmo alucinado fazendo os quadris se mexerem juntos. O pensamento mergulha nos mais loucos devaneios esquecendo tudo o que de verdade acontece ali. Do nada, toda a fúria se interrompe de repente e ela relaxa! Tudo acaba e nova maratona se inicia com o mundo desaparecendo sobre suas vistas. Em sua mente um membro duro e grosso rasteja e esfola num vai e vem continuo e permanente de bate estaca. Ela não sente dor quando braços fortes a apertam com mais força, mais calor, mais emoção, e ela naturalmente se mexe para cima e para baixo no momento da estocada mais forte em que só as bolas dele ficam de fora. Ela parece cada vez mais molhada e escorregadia ao sentir as contrações e deseja desesperadamente alguém para beijar seus lábios ou tocar os bicos dos seus seios. Os seus olhos brilham no escuro e ela sorri ao perceber que algo muito intenso jorrou lá de dentro. Ela sabe que em algum momento os seus olhos saltaram da órbita e alcançaram os céus - é fascinante poder sentir prazer sem dar a menor importância à coisa alguma. Ela acha tudo muito bom, esquenta o sangue, aguça a fúria e adoça o instinto mais primitivo enquanto o suco ainda flui entre as pernas. Então essa coisa louca fez com que se lembrasse de outra; aquela que motivou esse momento e a fez agir como se tivesse tirando algo da sua consciência machucada. O mundo inteiro parece estar pronto para ser mudado do mal para o bem instantaneamente, mesmo que seja por alguns segundos em seu desejo único e exclusivo, por que ninguém está olhando e ela pode fazer o que quiser sob a luz fraca do abajur.

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quarta-feira, 14 de maio de 2025

Equívocos Acontecem...

               Na tez pesada, com ar determinado e cruel, olhos negros, frios, redondos e fixos.
        Ergo-me do tombo e depois, como se tivesse me decidido pelo silêncio, viro a cabeça e vou. 
        Sigo através da rua escura, sinto sonolência e admiro cada ponta de estrela no céu.
        No pequeno pensamento reconheço bem, e naturalmente, o que foi secretamente agradável, e  quase me convenço que estou livre de todas as culpas.
        Uma voz interior explica as razões. Mas ainda não me soa convincente.
        Então do nada a voz diz: “Você é um imbecil!”
        Toda a vida reluz, todo o sentido da emoção revive, lateja e pesa sobre os ombros que arquejam e eu choro.
      
        Sou como todos aqueles que têm sofrimentos e misérias privadas nas escolhas erradas e vivem num mundo sem esperança carregando a culpa.
        É nessa hora que todos os acontecimentos ressurgem e são enfiados goela abaixo do ego ferido, num baque na vaidade.

        Apenas mais um passeio pelas mesmas ruas noite após noite até a desesperança tomar conta da mente insana...
       
        De vez em quando, com sombria satisfação, eu penso em outro modo de vida.
        Imagino se faria alguma diferença agir de outro jeito.
        O ciclo chegou ao fim em algum lugar que não sei exatamente onde.
        Esse fim que me fez desacreditar em toda a obrigação com amores, ódios, preconceitos, armações e rebeldia. 
        Aprendi a ser só, único, ego próprio, com a esperança do entusiasmo renascer para viver todo o tempo que ainda tenho - o que poderia  trazer ideias brilhantes com sugestões exequíveis, sem os antigos espasmos, reflexos, retrações e dúvidas cruéis que me sufocaram a cada suspiro.
        Não pareço nada além de um ser humano comum e cansado, um ser vivente e pensante. Uma falha da natureza em seu mais lindo esplendor de perfeição, como o  princípio de todas as coisas incompreensíveis que usando da sagaz visão impõe a si a condescendência.

        Quem tem uma ideia,pondo-a em prática, rege a perfeição.
        Ouvi a pergunta: “Você já fez isto antes?” 
        Quanto mais faço, mais desdenhoso me torno.

        Quantas observações imprecisas no decorrer da vida tornaram evidente essa minha filosofia particular?

        Pura ingenuidade pensar que estive certo...
        O diabo agora sorri para mim com seu hálito quente e olhar hipnótico.
        Sigo pela rua escura, caminho caótico e me guio pela ponta da última estrela que cruza o céu.
        Fico tão impaciente com tantas teorias para explorar ao desabafar toda esta porcaria que tenho dentro do peito.
        Serei eu meu único e melhor ouvinte?
        Se assim for fico sem sentimento de culpa ou constrangimento, exercitarei livremente a mais pura sensação de limpeza da alma, do espírito, do corpo e da aura iluminada.
        É mais uma tentativa do que ainda não compreendo na essência.
        Sei que há algo putrefato na retina cega da incompreensão nesse medo da solidão profunda que chega através do monólogo e na repetição cada vez mais frequente da mesma emoção que persiste indefinidamente.
        Seria uma junção da minha futilidade com minha insegurança ou uma paixão estropiada e mal explicada na justa razão dessa ação?
        Amoldando a atitude e renovando as esperanças, todas as coisas ficarão quentes e confortáveis novamente nesse coração.
         Eu tenho que acreditar que realmente preciso disto, desse jeito, dessa forma especial.
         O meu presente é algo que devo receber com graciosidade e gratidão.
         Quanto maior importância eu der a tudo que passou, menos usufruirei do que vier.
         O que me mata é às vezes não saber me expressar com exatidão. Uma exatidão firme, devoradora e explícita.
         Talvez eu não me importe tanto com o que aconteça de agora em diante - seja a tristeza, a perversidade ou a indiferença. Acho que nem fracasso me impressiona mais.
          Gostaria tanto de juntar coragem, ter a força e a decisão que demonstro com todas as minhas fraquezas ao expor minhas entranhas e meus pensamentos nas reações incoerentes.
          Mas uma maldita coisa me corrói por dentro e dói no pensamento ao querer o diferente. O diferente de tudo que já passou...
           Essa minha inaptidão me revolta e minha falta de senso me condena a cada palavra, fazendo de mim mais um divagante perdido no lodo da vida...
            Mas acima de tudo sei que equívocos acontecem e sigo adiante assim mesmo...

quinta-feira, 8 de maio de 2025

Poeira Nos Olhos

Lembrar de tudo: fatos desnudados.
A verdade: coisa longe da realidade.
Era o que eu queria acreditar.
Mágoas: lembrança distante.
Caindo no mesmo erro: se recompondo.
Engano trágico: desconfiança.
Outra desilusão na doçura do tempo.
Subjetividade: limite do entendimento.
Em respostas imediatas: destino calculado.
Movimento estranho e cruel; sem data ou local.
Por um instante: poeira nos olhos.
Caminho inóspito com cheiro de folhagem.
Barreiras naturais: pedras, buracos..
Árdua caminhada; rumo perdido.
Viagem acidentada em dias sossegados.
Sintonia silenciosa; disposição maliciosa.
Conflito de personalidade, comportamentos distintos.
Coração com escudo; armas empunhadas;
no olhar da verdade: revelações...
Sequência:
ato de hostilidade em defesa do nada.
Fatos de outra época: humilhação.
Punição: 
fisionomia fechada, olhar altivo.
Pairou sob a luz da tarde:
uma estrada sem fim. 
Pose irredutível; pensamento demorado...
Pausa mansa, tudo se foi devagar.
Persistiu: 
raiz amarga no fundo do pensamento.
O coração colheu o chamado;
envenenado por mentiras e prazeres imediatos.
Excitação sexual: um belo sentir.
Cegueira e luta com ardor.
Cavando uma trincheira: suor escorrendo...
Propósito inglório; tudo ficando pior...
Satisfação atroz no sexo.
Sentimento bom: prazer pela desgraça.
Ações num disfarce,
momentos incontroláveis: medo.
Angústia: um ser confuso.
Doloroso demais, momento de desespero.
Atos diferentes do discurso.
Pedido de justiça: confronto de pensamentos.
Ideais descumpridos.
Insulto e desabafo.
Uma advertência!
Espelhos da vida destruídos.
Estilhaços: imagens perdidas no tempo;
um grande quebra-cabeça.
Falta de virtude: risada cínica.
Tempo de terror, frustração e dor.
O sentimento bom agonizou...
Um sorriso: defesa astuta.
Fatos desnudados: julgamento!
Timbre tosco, voz diferente:
caminho para loucura.
Fracasso!
O veneno do delito.
Culpa: uma mente doente.
Ferida incurável.
Morte lúcida.
Secura: poeira nos olhos.
Ultimo olhar: piedade.
Tempo: único apelo.
Palavras: juras falsas.
Recompondo o amor próprio:
grito de liberdade.
Livrando-se das culpas.
Justiça: momento de lucidez.
Coração bate normal: sanidade.
Continua assim.
Cheiros: coisa degradante;
mofo na memória viva.
Sentimento estéril...
Existência abandonada.
Condenação sumária: poeira nos olhos.
No íntimo o saber:
tudo perdido desde o principio.
Decisão interior: entrega à solidão.
Exílio!
Nada o que se possa alcançar:
mente turva.
Olhos em silêncio:
indagações no pensamento.
Momento de busca:
apenas um corpo.
Lamento: morte.
De joelhos:
uma imagem; pecados e omissões.
Tentando entender...
Cinzas: ausência.
Salvação: choro.
O resto dos dias.
Final de tudo.
Apodrece: a vida floresce.
Pensamento: poeira...
Olhos: para sempre cerrados...


Instinto Carnal

     Todas as nossas dores prosseguem com suas asas estendidas feito as  palavras que deixamos para trás num lamento. Motivos daquelas frase...