Estou cá nessa correria, ajustando uma
coisinha aqui e outra ali do jeito que posso.
Putz... Ninguém aguenta mais viver nessa
cidade maluca – eu não aguento mais tanta neurose no trânsito e filas para tudo!
Até para ir ao banheiro tem fila - quase é necessário pegar senha em lugares
públicos.
Olha... São enormes as filas em
supermercados ou em qualquer shopping Center da vida – desde os mais chiques
até os mais populares, ou da Rua 25 de março (nessa rua e região, então, nem se
fala).
Vou todos os dias conformadamente tentando
seguir por ruas e avenidas congestionadas ao sol de quase 30 graus na cachola;
o que sempre me dá muito tempo para pensar na elaboração do tema de hoje.
Vou
contar... Um dia desses me senti como sendo um personagem do livro “Não verás
país nenhum – Ignácio de Loyola Brandão”, quando é narrado o notável congestionamento
que parou a cidade para sempre. Começou aos poucos com horas que viraram dias; e
que depois se transformou em semanas, meses e anos de uma espera sem fim com
todos parados na pista. E os motoristas, por apego aos seus veículos, passaram a
viver dentro deles enquanto os parentes traziam comida e água – tudo feito na
esperança que um dia o trânsito andasse e a vida voltasse ao que era antes. É claro,
as avenidas viraram um depósito de ferro velho, ferrugem e esqueletos
debruçados sobre os volantes dos carros. Uma história de caos e fim dos tempos
em que o povo era guiado por governantes medíocres e muito distantes da
realidade dos que ficam aqui embaixo (essa ficção se parece muito com os dias
atuais, não é mesmo?).
Well... O tema de hoje se baseia em
alguns comentários do texto anterior. Duas palavras em especial nestes
comentários despertaram a minha vontade de destrinchar um pouco mais o assunto.
Vamos lá!
As palavras “merda e vingança” marcam um
grande simbolismo na referência que se faz no caso de relacionamento mal
sucedido. Então vou abordar esse tema de duas maneiras muito peculiares, - claro
que em seus sentidos mais abrangentes - e que no final trará entendimento da
ideia principal que estou tentando passar a vocês.
Não há o que temer quando se age com
correção, certo? Mas tem gente que não se dá conta disso. Triste demais quando tudo
é descoberto depois de ter acreditado piamente na pessoa.
Dito assim; lá vamos nós adiante ao
cerne da questão.
Quando uma pessoa acusa alguém de
vingança, ou pensa que tal relacionamento deu merda, é porque já sabe que o que
fez não foi certo em algum tempo da caminhada a dois.
A merda (no ventilador) e a vingança
nunca surgem espontaneamente; elas vêm por alguma motivação, e na maioria dos
casos, por um conjunto de atitudes inconsequentes – geralmente abusos e
excessos de uma das partes que se sente mais independente ou segura de si; de uma
forma assoberbada.
Ao abusar da sorte mentindo, enganando e
ignorando o outro se corre um sério risco, cedo ou tarde, do revés.
Cada um sabe onde o calo aperta – como dói
e qual o tamanho da dor. E quando há menosprezo pela capacidade, inteligência e
sentimento do outro – isso através de atitudes rudes ou de contrassenso –
cria-se a atmosfera propícia ao desabafo e até ao descontrole emocional – o que
culmina na chamada vingança.
Existem vários tipos de vingança. A pior
de todas é a física: é quando o individuo persegue o outro sem dar trégua e,
tomado por forte emoção, tentar agredir ou até matar.
O outro tipo de vingança é feita com
ardis psicológicos. A pessoa, aos poucos, vai isolando, excluindo e
menosprezando a outra, no intuito de enfraquecer a autoestima da mesma, até que
ela se sinta completamente fragilizada e presa à situação de impotência.
Quando isso acontece a vítima
(chamaremos assim para um entendimento melhor da situação) busca um tipo de
esforço sobrenatural para encontrar os pontos fracos de quem a está machucando
ou machucou – nunca temos uma real noção do mal que causamos ou que recebemos
com os nossos atos, e tudo passa meio desapercebido no primeiro momento da
situação.
Geralmente o revés acontece quando a
pessoa, autora dos atos de superioridade, menos espera. E pode acontecer de receber
a mesma dose que usou e com os mesmos métodos, ou por acaso, outros bem mais
inspirados e criativos para doer mais; e que podem causar um enorme efeito devastador na
imagem desta pessoa perante aos seus próximos.
Então, não fazer ao outro o que não se
deseja que a nós seja feito, se torna a melhor de todas as lições a seguir.
Entender
por que deu merda, ou o motivo de alguma vingança, é uma coisa que geralmente
cabe apenas aos dois – e só eles sabem como se trataram no decorrer do
relacionamento, - o que deram e o que receberam em troca – o quanto houve, ou
não, de dedicação, empenho e admiração. Quem está de fora apenas se comove ou
fica indignado com a situação, porém, sem reconhecer a fundo o que motivou o
ato em si. Como
diria uma das comentaristas no texto anterior: “É muito fácil dizer isso ou
aquilo, quero ver evoluir...”.
Ambos (nesse caso específico) são
vítimas, como já foi dito. E a única chance que existe é seguir adiante sem
olhar para trás. Mas, algumas conseqüências ficam e ecoam por muito tempo,
mesmo que a gente não queira. É disso que sempre falo aqui.
Nessa área de relacionamento existem
tantas traições, tantas loucuras e desprazeres.
O que acontece é que parece que algumas
pessoas perderam a capacidade de amar e se entregar; ou de ter uma descarga
orgástica plena.
Muitas vezes uma pessoa deturpa essa
energia sexual e sai em busca desse “algo mais” de forma errônea, usando as pessoas
como objeto do seu prazer. Ela é motivada a agir assim por que em alguma época
ficou traumatizada com uma desilusão amorosa no passado.
O trauma ficou registrado e a pessoa
acaba com a tendência à generalização ao dizer: “Estou fechada (o). Não quero
mais me envolver, só usar. Os homens são todos iguais, ou, todas as mulheres
são iguais. Homem só pensa nisso. A mulher só pensa naquilo. Os homens não
prestam”.
Ela acaba com medo de passar outra vez
pela mesma sensação de trauma.
O inconsciente começa a mandar
mensagens diferentes das usuais e enxerga o que não é verdadeiro por pura
defesa; ele generaliza as informações de forma torta pelo aprendizado
traumático anterior.
O trauma que não foi processado vira
um problema sério no elo de interpretação e posicionamentos na troca de fluxos
emocionais com o outro - o medo se torna presente a todo instante por que
aquilo que mais se deseja é o que mais se teme.
O que provoca esse medo é a carga de
excitação; um misto de ansiedade e prazer.
A pessoa que não foi acostumada desde
a infância a ter uma carga alta de excitação pelas coisas, acaba se boicotando
e interrompendo o fluxo desse prazer. Talvez em algum momento da sua vida a tal
pessoa tenha sido severamente proibida de sentir essa plenitude. Então,
carrega a culpa por se sentir plena em alguma situação, e o seu passo seguinte
é boicotar quando tudo vai dar certo. A pessoa arruma mil e uma desculpas para
dar fim em algo (alguém) que sinta atração, ou cria apenas um jeito simples de
tudo dar errado. São reações mentais que evitam a plenitude de prazer e um
possível sofrimento numa escala maior. Ela prefere ficar num nível baixo de
excitação e entusiasmo por que já sabe que se subir muito a queda pode ser
fatal.
Ela está certa disso por que a primeira
vez que tentou subir o mais alto que pôde foi traumatizada e a queda foi dura, e não processou o fato direito durante anos a fio - nos céus do amor, da
paixão e da plenitude da felicidade se decepcionou amargamente. Viveu
aquilo como se fosse o maior luto de toda a sua vida; como a criança que perdeu
o brinquedo preferido e chora com uma profundidade dolorosa.
Quando alguém roupe um namoro de
entrega e paixão, logo, no primeiro momento chega um pouquinho dessa dor
infantil, e na sequência a resignação com explicações mentais do tipo: “Assim
foi melhor. Ou, Deus quis assim. Foi um livramento!”. Isso causa estagnação na
interação e interpretação de sinais de laços emocionais com outras pessoas, o
que pode durar meses e até anos.
Nesse mês de dezembro temos uma época
muito apropriada para averiguar e descartar tudo o que ficou parado na vida.
É tempo de se livrar daquelas
coisinhas que foram varridas para debaixo do tapete da consciência e que podem
virar, no futuro próximo, um problema de pele, uma depressão, um infarto (o
coração literalmente partido) ou um trauma psicológico para toda a vida.
É tempo de limpeza de todas as dores,
traumas, cobras e lagartos escondidos.
É preciso ter coragem para mexer em
certas questões que ainda maltratam. As experiências emocionais bem ou mal
sucedidas interferem na qualidade de vida.
Tem gente que não entende que certas reações
emocionais de assuntos mal resolvidos podem matar no decorrer do tempo.
O nosso principal cérebro emocional é
o intestino.
Quando estamos na iminência que algo
bom ou ruim vai acontecer, sentimos um frio na barriga. O intestino percebe
situações de cunho emocional antes que o cérebro registre o que está
acontecendo. As células do intestino têm a mesma natureza sensitiva das células
cerebrais.
Quando o intestino está parado por má
alimentação, metabolismo lento ou a falta de exercícios forma-se um bolo fecal
que pode alcançar até uns 12
metros de comprimento. São 10 quilos, ou mais, de massa
fecal venenosa parada e que pode conter substancias cancerígenas, cadavéricas e
botulínicas; causadoras de problemas variados de pele, ou de ordem
respiratória, e até de apetite sexual – o sangue que corre nas veias está sujo,
gorduroso, lento, e dificulta a estimulação das zonas erógenas de todo o corpo.
Certas substâncias como, por exemplo, as
moléculas do chocolate parafinado de má qualidade, podem demorar até 8 meses
para serem eliminadas. O nível de gordura e toxidade dessas delícias é muito
alto; vira uma gosma que gruda nas paredes do intestino formando uma borra, e você
percebe que não consegue mais defecar direito.
É preciso limpar o intestino para
evitar o envelhecimento precoce. Estudar métodos eficazes para isso não custa
nada. É primordial à manutenção da boa saúde.
Saiba que todo teor emocional mal
resolvido, juntamente com a alimentação mal processada, faz parar o intestino;
o que gera cansaço, mudança de humor e até do famoso senso crítico.
Quando você se alimenta com comidas sem
energia ou daquelas que provocam putrefação, vai impregnando o organismo de uma
forma que acaba emperrando a “máquina”.
A alimentação e a excreção são os
carros chefes da boa saúde. Quando isso não existe na dose certa, o organismo
se vinga da gente de uma forma muito dolorosa, sofrida e cruel. E muitas vezes
sem salvação.
Tem gente que se preocupa em colocar
gasolina podium ou V-power no carro, mas se alimenta com as maiores porcarias
disponíveis na grande indústria dos fast foods, tipo: esse McDonald´s da vida com
suas batatas fritas, muito ketchup, mostarda, refrigerante e outros venenos
acrescidos ao pacote.
O alimento cura. Ele é o antídoto certo
ou o veneno lento e fatal. A escolha é sua.
É preciso aprender comer para viver
bem e se relacionar melhor ainda com as pessoas.
A alimentação muitas vezes é o
principal motivador da mudança da personalidade de uma pessoa azeda, carrancuda
e pouco tolerante.
Todas as pessoas que estão com depressão
severa, colesterol alto, relacionamento interpessoal ruim e dificuldade de
raciocínio lógico, devem pensar nisso direitinho e tentar mudar na essência os seus
maus hábitos. O hábito faz o monge. Não é assim o ditado?
Pois bem, saibam que o mau hábito faz o
enfermo - seja por alimentação inadequada ou na forma de tratar as pessoas.
Diante disso é melhor pensar em tudo que
pode virar merda e ser excretada, e se ela for para o bem, então, que seja
bem-vinda.
Espero ter atendido a expectativa ao
falar de merda e vingança no sentido figurado e literal das duas palavras.
E viva a vida!
Fico
por aqui. Desejo a todos um feliz natal.