sexta-feira, 14 de setembro de 2018

O Pecado Capital Parte 11

                              EPISÓDIO 11 (Hedonismo)

     A poucos metros de distância, numa tranquila rua de chão batido, quase toda tomada por vegetação de ambos os lados, encontramos a pousada totalmente na escuridão. Um local modesto, com chalés que mais pareciam casas térreas de um condomínio de classe baixa. Ao tocarmos a campainha do portão principal, a mulher que nos atendeu deu a entender que devido a nossa demora desistiu de nos esperar naquela noite, ainda demonstrando um certo mau humor por ser acordada do primeiro sono. Ela parecia uma bruxa de pijamas com cabelos desalinhados, e seus  olhos tentando se adaptar à escuridão na dificuldade em desenroscar a corrente e o cadeado do portão. Pediu que estacionássemos uns metros à frente, próximo do salão de café da manhã, e nos deu papel e caneta para preenchermos a ficha com nossos nomes, telefones, RG e CPF. Entregou-nos a chave do chalé 8 apontando o caminho e acrescentando que se tratava de uma acomodação muito boa, pois já morara nesse chalé com marido e filhos. Seguimos, passando diante dos outros chalés que estavam totalmente escuros e quietos, pareciam desocupados. 
    Tudo o que se podia imaginar de uma estrutura básica para um local bem modesto estava ali: cozinha com 2 quartos grandes e banheiro. Havia geladeira, fogão de quatro bocas, mesa com quatro cadeiras, microondas antigo em cima da geladeira, talheres, pratos, travessas, copos de vidro e de plásticos, abridor de lata e garrafas e vasilhas de Tupperware de vários tamanhos e formatos em cima de uma bancada em L. Também: detergente, esponja de lavar louças, inseticida, rolos de papel higiênico, desinfetante, sabonete liquido; tudo embaixo da pia. No quarto da frente: cama de casal com 2 criados-mudos, guarda-roupas com cabides de plástico, cobertores, travesseiros, lençóis, edredons e almofadas. No outro quarto: 2 beliches com 2 colchonetes para cada cama, uma cadeira giratória surrada, uma máquina de costura Elgin muito antiga, uma estante cheia de bugigangas compradas em lojas de 1,99 e uma gaiola de passarinho enferrujada pendurada no canto do teto, vazia. Suspeitei fosse esse o quarto dos filhos da bruxa. 
     Pude notar na noite da chegada, pequenos jardins retangulares nas muretas das varandas de cada chalé, o "nosso" parecia o mais bem cuidado. Lembrou-me, por alguma razão absurda, dentro das devidas proporções, o jardim da entrada da casa da minha avó. De qualquer modo, logo senti que era um lugar que passava a sensação que eu poderia sonhar. 
     Ali, olhando por alguns instantes o "nosso" jardim, e ao mesmo tempo o céu estrelado de quase meia-noite, eu sentia o ar suave e o zumbir dos insetos da noite se misturando com o farfalhar das folhagens, como o murmúrio de vozes ao longe. Isso me trouxe um intervalo para paz e sensações de introspecção, num devaneio profundo como jamais senti. Era como se meu passado se tornasse débil e sombrio; aos poucos me fazendo imaginar que estivesse ali devido a uma espécie de combinação de Dharma e Karma do universo, passando por muitas encarnações. 
     Numa fracção de segundos chegou uma deliciosa sensação de desmembramento que me dominou, eu voltei no tempo: brincando de bonecas, espreguiçando e correndo com o vento em busca do mistério do passado imaginário que foi sufocado pela realidade brutal e cruel. 
     Nesse estado de espírito, percebi Léo se movimentando e passando por mim várias vezes no vai e vem apressado, me fitando como se eu fosse uma estranha atrapalhando a passagem. De repente, senti uma mão no meu ombro. "No que tanto pensa?", eu o ouviria dizer. (Mesmo depois de tanto tempo ainda recordo como a voz dele parecia vir de longe, muito longe.) - "Pensando..." 
     - "Pensando?" 
     - "Eu não pensava em nada a respeito de nós dois, eu pensava no que ganhei e no que  perdi nesses anos".  
    Enquanto Léo ia tirando nossas coisas do carro, descarregando na varanda, eu resolvi me mexer e transportar tudo para dentro. Rapidamente terminamos e nos sentamos lado a lado na escada de três degraus de acesso à varanda. Eu percebi que ele ria timidamente, respirando fundo pelo cansaço da viagem e daquela mão de obra das bagagens, tentava aos poucos disfarçar, como se nada cansativo tivesse acontecido. Abafei sua risada com beijos e com minhas mãos deslizando em seus cabelos. O beijo foi ficando quente e intenso. Ele retribuiu com um ardor tão crescente que me causou um arrepio na espinha, o que me fez perder a capacidade de raciocinar por alguns segundos. Eu senti o toque dos seus dedos por debaixo da minha blusa em busca do meu seio, enquanto seus lábios, se soltando dos meus, murmuravam meu nome bem devagar. Em seguida, com uma urgência maior, deslizou a mão até o meio das minhas pernas. Eu senti que já estava úmida e fora de controle, pois, parte de mim, já sabia que ele era uma perdição irresistível. E então - meu Deus - rolamos ali mesmo pelo chão gelado da pequena varanda. Ele rapidamente desabotoou e puxou minha calça - que saiu com calcinha e tudo - quase como se eu nem notasse ele estava dentro de mim, e por um momento tudo se modificou: a minha respiração, a respiração dele, os nossos movimentos iniciais muito desajeitados, os nossos corações em disparada. O mundo parou. Eu senti a boca dele se abrindo contra a minha, ouvindo-o inspirar e espirar, enquanto o mundo de onde viemos se dividia em porções diminutas e insignificantes. Nesse momento ele se tornara uma única coisa, nós nos tornávamos um, e eu só sentia uma coisa que importava de verdade; o amor. O que se poderia fazer quanto a isso? Nossos olhos semicerrados, as vozes ficando roucas devido ao frio, o hálito quente no pescoço de ambos, as mãos percorrendo as costas sem saber ao certo onde parar devido as sensações que não conseguíamos controlar. O sangue fervilhava e eu apenas tentava absorver a sensação de estar totalmente dominada por ele. Fechei os olhos e inspirei o cheiro másculo do suor da testa dele, querendo me transportar para o paraíso. Ahhhh, esperei tanto tempo por um momento assim..  Falei baixinho: "Eu amo você, eu amo você..."
     Depois de uns bons minutos de prazer entramos para nos proteger do frio que apertava. Eu perguntei se seria melhor prepararmos um chá quente ou abrirmos aquela garrafa de vinho. Ele respondeu que deveríamos brindar com vinho o nosso amor e a primeira noite na pousada. Rapidamente já estávamos sentados na beirada da cama com taças cheias de vinho e petiscando quadradinhos de mussarela. Conversa solta sobre a vida e o que cada um já sabia ou imaginava do outro.
     Conforme fomos bebendo e completando as taças, a conversa foi tomando um rumo mais sério. Do nada Léo pergunta:
     - Sarah, como você se vê?
    -  Como eu me vejo? Que pergunta é essa? Acho que me vejo quase bêbada...
    - Sério.. Como você se situa nesse mundo?
    - Bem... Eu penso em mim como alguém que está em busca do queria ser. Eu fiz o que pude pela minha existência, sonhei com o diabo quando eu passava da fase de criança para a pré-adolescência e logo em seguida para adolescência - que parecia nunca acabar. Eu dizia para ele: "Se um dia você fizer de mim uma pessoa famosa e feliz, eu te darei alguma coisa de volta". Acho que ele me deu só a sexualidade e mais nada, talvez achando que seria suficiente para que eu alcançasse algum objetivo. Nesse mesmo tempo, às vezes, eu pensava coisas na escuridão, pensava em me matar, em me matar de verdade, por me sentir atraída por uma sexualidade que despertava em mim pensamentos estranhos que eu não entendia. Eu sentia como se visse imagens que fariam qualquer um vomitar... Eram diabos com tridentes em chamas e com pintos enormes balançando de baixo para cima, que iam tão alto que ultrapassavam os chifres e giravam no ar como chicotes... Algo não estava certo. Eu imaginava que se um dia eu perdesse o controle eu seria levada ao caos, ou a total ruína por causa disso.
    - Iria à ruína por causa da sexualidade e fantasias?
    - Eu achava... Eu me sentia como um animal na jaula pronto para sair e atacar o primeiro que aparecesse. Eu já sentia uma atração por sexo selvagem, bruto, porque seria a forma mais pura de entrega. Mas me reprimia. Estava dentro de mim e era isso, mas eu imaginava que talvez essa minha fúria despertasse na outra pessoa a vontade de me bater. Com o tempo aprendi que se duas pessoas consentem, é o que é, e pronto. Ninguém está forçando a nada. Se alguns tapas, cuspes, apertões e puxões de cabelo acontecem, é o que ambos estão querendo naquele momento em particular. Então... Se algumas pessoas se incomodam e são puritanas... Não façam. 
    - Nossa! Você pensa assim mesmo? Será efeito do vinho? Nunca vi você falando assim antes.
    - Não seja bobinho. Você e eu somos parecidos sexualmente. Nós pensamos da mesma forma, já percebi isso desde o começo. Nós gostamos de extrair algo inusitado um do outro, algo que não se pode ver ou medir. A maioria das pessoas, dos casais de qualquer idade, ficam excitados, fazem amor e vão cada um para sua casa, ou dormem lado a lado como se deixassem de ser casal logo após a transa. Mas nós não. Nós estamos dando algo nosso um ao outro. 
     Quando eu conheci você, vi que existia algo diferente, alguma coisa que eu poderia provocar e provar. Você já reparou que comigo nunca houve restrição para o que quisesse fazer? Quando nós transamos é sempre em alto nível e parece meio animalesco. Você, ao seu jeito, é bruto, másculo e me seduz. Você é muito mais que um pinto grande. E bota grande nisso! Quando penso em você a última coisa em que penso é no pinto. Não importa que seja bem dotado e já tenha sido admirado por causa disso antes de mim, nós estamos dez passos à frente de qualquer passado que já vivemos, justamente porque temos inteligência e perspicácia para entender nossas necessidades. Eu gosto de ser dominada e domada por você. 
     Para mim, submissão não é humilhação porque eu tenho visões pró-feministas. Como posso estar me humilhando, enquanto estou com você, se é o que eu quero sentir e se estou aproveitando? Se eu que quero fazer isso para nosso bem-estar, nunca é humilhante. Eu não quero ser humilhada. Quero apenas mostrar que sou mulher, que sou uma mulher forte. Preciso de um homem forte para fazer amor gostoso. Eu gosto que coma meu cu, apesar, com você, dói um pouco, mas eu adoro. Quero fazer isso, quero fazer aquilo, dar e receber prazer de todas as formas possíveis. Nada de fazer de conta ou  parecer bonita e recatada, quero poder praticar livremente posições de todos os jeitos e anal sem medo ou preconceito. Agindo assim e me aceitando como sou, você sempre fará de mim uma mulher empoderada. Acho que a única coisa que poderia me deixar insegura seria se a sua reação  fosse negativa - apesar de estar certa que na vida sempre haverá uma reação para tudo. 
     Eu sei muito bem que certas coisas não são socialmente aceitáveis. Se eu trepasse com vinte caras, me chamariam de puta, mas se um homem trepa com vinte garotas, ele é um garanhão.
     - Isso te preocupa?
     - Não, isso me faz querer você mais ainda.
     - Para provar algo?
     - Não, para mostrar todo o amor que sinto por você, e que a sociedade não dita regras para a minha vida. Eu traço meus limites e controlo meus desejos. Sei que não sou uma pessoa ruim. E pensar assim, e ser contra tudo o que é estabelecido, não significa que eu agiria irresponsavelmente só para demonstrar o quanto sou rebelde e contestadora. Cansei de ver e participar de falsidades e merdas só para estar dentro do contexto social, religioso e familiar. Não há nada de honesto nisso. Ninguém mais age como agíamos, não existe mais gente assim. As garotas que conheci na adolescência e que, assim como eu, hoje se tornaram mulheres maduras e mães, elas dizem o que e agem como? Algumas amigas com quem ainda mantenho contato me dizem: "Nós somos de outra época. Estamos fora do padrão atual". Elas não entendem que, independentemente da idade, nós ainda podemos ser desejadas e somos sexualmente muito mais fortes do que as mocinhas de hoje. Não pense que se trata de uma piada e nem uma teoria que mulheres da nossa geração são melhores porque são adeptas do sexo com amor, carinho e qualidade. 
     - Você se considera viciada ou dependente de sexo? Precisa disso com frequência para ficar calma?
     - Eu não me considero viciada em sexo. Por que eu seria viciada? Eu me considero normal, ainda que normal seja fantasiar fazendo um boquete com três ou quatro caras ao mesmo tempo numa viela escura. Os homens não fantasiam transar com duas ou três ao mesmo tempo? Não se imaginam numa suruba com vários casais, uns comendo os outros sem regras ou objeções? Então... Por que eu também não posso curtir minha fantasia de boquete com vários caras, ou de ser comida por um ou vários negões do basquete americano? 
    - Ah meu Deus!
    -  Léo... Não faz essa cara de quem está escandalizado e nunca ouviu ou pensou essas coisas. Você é tudo o que eu tenho nesse mundo. Às vezes é difícil ouvir você dizer: "Por que sua sexualidade é assim?". Ou a dificuldade que tem de tentar entender por que sou assim. Olha... Eu nasci assim. 
     - Poxaaaa, Sarah.... Nem tenho palavras... Eu sei e entendo que existem pessoas que são especiais. Pessoas que tem algo mais a desejar e oferecer, mas as que tem uma sexualidade tão exacerbada como a sua parecem vir de alguma situação motivadora do passado. E isso me preocupa.
     - Você está falando de abuso? Algo como estupro?
     - Não só isso, falo de tudo. Pode ser qualquer coisa. Pode até nem ser por algum estímulo sexual. Algum outro trauma...
     - Então tá... Vamos lá! Algo me aconteceu quando eu tinha de onze para doze anos, uns dois meses antes eu havia recebido a primeira "visitinha" da minha vida. Eu estava virando mulher. Nessa época nós morávamos numa pequena cidade do interior pela qual passava uma linha de trem.  Eu tinha que cruzar a linha do trem para chegar à escola. Cinco casas abaixo da nossa morava um casal de velhinhos, muito simpáticos e prestativos, para os quais minha mãe vendia Avon. Eles beiravam os 65 anos, com duas filhas adultas casadas e netos. Era muita gente que morava ali naquele quintal. O senhorzinho trabalhava como funcionário da empresa ferroviária. Ele ficava numa guarita. Quando o trem vinha ele usava um apito e abaixava a cancela para impedir a passagem de veículos e pessoas. Eu estudava de tarde e ia para escola todos os dias, por volta do meio-dia e meia. Um dia a esposa dele me pediu se eu poderia levar a marmita com o almoço dele, porque as filhas não estavam e ela olhava os netos bebês. Chegando lá, eu entreguei a marmita ao velho e ele me olhou diferente, de um modo como nunca tinha me olhado quando eu estava com minha mãe. Pediu que eu esperasse um pouco, ele ia me dar um trocado como forma de agradecimento - era para que eu comprasse algum doce - disse ele. Segui meu caminho. No dia seguinte a mulher dele novamente perguntou se eu podia levar o almoço. Aceitei, já imaginando os trocados que receberia. Chegando na guarita ele sugeriu que eu entrasse e sentasse no banquinho de madeira. No mesmo instante em que ele vasculhava o bolso do jaleco em busca de alguns trocados, ficou de pé bem perto de mim, quase encostando. Pude reparar que um volume crescia embaixo das calças. Ele, reparando que eu olhava timidamente, mas com surpresa e curiosidade, pediu que eu esticasse a mão. Em vez de colocar as moedas, ele encostou a palma da minha mão em cima da braguilha e segurou firme para que eu não tirasse rápido. A guarita tinha duas janelas laterais. Ele rapidamente, com uma das mãos, fechou uma delas e com a outra desabotoou a braguilha.  Vi saltar aquele membro enorme e latejante, com veias pulsando em destaque como se fosse sei lá o que. Era grosso, comprido, cabeça muito grande. Ele pediu que eu continuasse ali sentada e pegasse com as duas mãos massageando para frente e para trás. Era quente. Muito quente mesmo. Não era pegajoso e nem mal cheiroso. Então, ele pediu que eu colocasse só um pouquinho na boca. Eu relutei. Ele botou a mão na minha nuca e segurou em meus cabelos, puxando meu rosto para mais perto daquela coisa enorme. Atendi. Notei que ele fechava e abria os olhos e tremia as pernas cada vez que eu passava a língua pelo orifício do pau. Olha... O pau dele era tão grande e gordo que não cabia direito na minha boca, estou falando só da cabeça. Ele então usou de nova tática: passou o dedo indicador por debaixo da minha saia azul marinho e esticou o elástico da calcinha com o dedo, até sentir que eu estava toda molhada. Passou suavemente a ponta do dedo naquele meladinho e trouxe à boca. Ele lambia os dedos como uma criança que se lambe depois de enfiar a mão na massa de bolo. Em poucos minutos consegui me desvencilhar e saí calada em direção à escola. No dia seguinte a mesma coisa, na semana seguinte foram pelo menos mais duas ou três vezes. Tudo igual como da primeira vez. Eu me sentia bem com aquilo. Um belo dia, indo à escola, notei a guarita fechada e vazia. Voltei à casa dele e havia muita gente do portão para dentro... Perguntei do velho a um desconhecido parado na porta. Ele respondeu que o senhorzinho havia sofrido um ataque cardíaco fulminante na noite anterior, o enterro seria naquele mesmo dia às 16h. É isso. O velhinho do pau igual ao seu se foi...
    - Ufa... Estou novamente sem saber o que dizer. Nunca imaginei...  
    - Não tenho vergonha de falar essas coisas para você. Atualmente, no meu dia a dia, eu procuro ser forte e independente para levar minha vida numa boa. E quando nos encontramos e transamos eu quero entregar meu ser a você de corpo e alma; sempre repetindo em pensamento: "Tome, assuma o poder!". "Assuma a situação para que eu possa relaxar e gozar com a nossa transa perfeita"!
      É um prazer quando estou submissa, sabendo que posso entregar o controle do mundo que me cerca todos os dias para outra pessoa, a você. Então, no momento que transamos, eu me sinto totalmente livre do peso que carrego. 
     Na minha vida sempre foi muito raro encontrar um homem que tivesse uma mente mais forte que a minha - o que sempre necessitei para poder entregar o poder a essa pessoa. Então encontrei você, Léo, minha vida, meu docinho.
     - Assim você me faz rir. Saiba que você também é super importante para mim. Mas agora eu gostaria que me explicasse uma coisa: "O que de verdade se passa em sua cabeça? Por que sempre dificultou tanto as coisas para mim e para si mesma, dizendo: "Quero que faça assim, esse é o jeito que eu gosto. Quando eu atendia, você dizia não querer mais, porque ainda não estava estimulada o suficiente?".
    - Era para deixar você mais bravo. Eu queria ouvir de você a frase: "Fico com mais tesão quando você dificulta as coisas". 
    - Putz... Você estava usando psicologia comigo? Você sempre joga com o psicológico das pessoas para atingir seus objetivos?
    - É... Talvez... Mas nunca entreguei o poder como faço com você. Para ninguém. Nunca!
    - E na vida fora do aspecto sexual, já entregou?
    - Na vida sim. Mas o submisso sempre tem o poder, porque ele ou ela sempre está recebendo o que quer. 
    - Então quer dizer que eu sempre fui criticado por você por ter uma postura de machão, que transa forte, dá umas palmadas no bumbum e tem uma pegada poderosa, e, no fim, eu sou apenas um escravo?
     - Sim, esse é o real da coisa, é a verdade. Os homens sempre acabam como escravos das mulheres que conseguem fazer o jogo do faz de conta, ou que estão aceitando tudo. Mas é apenas uma representação. 
     - Não sei. Quando penso nisso concordo em parte. Acho que cada novo relacionamento traz um sinônimo de mudança na vida da pessoa. E mudança significa que está expandindo a mente e os horizontes. A pessoa que não tem medo de mudar, não tem medo da vida como ela é. Uma vida cheia de novas oportunidades e aprendizados. Talvez algo em você esteja tão reprimido que não consegue ver que, para a vida mostrar diferentes facetas da personalidade, que vão além da simples submissão ou do jogo de interesses egoístas, precisa-se de algo bom e admiração, essenciais ao crescimento como ser humano. Alguns vêem assim, outros não. Talvez você não consiga enxergar porque não teve a mesma orientação que eu tive.
    - Meu bem, acontece que eu nasci mulher. Eu jamais teria a mesma orientação de um homem.
    - Sarah, presta atenção. Você tem a cabeça muito fechada. 
   - Eu tenho a cabeça fechada por não aceitar regras que impõe diferenças e privilégios aos homens? Você é que tem a cabeça fechada pensando e agindo com um tipo de machismo idiota. Raciocina direitinho, sem preconceitos. Você é como eu. No entanto, isso não faz de você uma pessoa ruim só porque pensa e gosta das coisas do seu próprio jeito. Mas, às vezes, é bom ver as ações que faz e  as que recebe, enxergar por outros ângulos e com outro espírito de liberdade. É justamente isso que nos torna diferentes, unindo ou separando ou, melhor, somando conhecimentos. E não significa que por que gosto de transar de um jeito só meu, que, por isso, serei egoísta de nem me importar com o prazer do meu parceiro. Eu sempre me doei ao máximo, mesmo quando pareci uma idiota assustando quem estava comigo. Minha sexualidade sempre foi intensa.  Desde pequena já me causava uma vontade doida de me masturbar quando via um beijo intenso e apaixonado num filme ou numa novela na tv. Eu sou assim, meu bem...


                                                                                                                                                                                                                                    Continua... 

2 comentários:

  1. Olá,Sr.Autor!Quantas emoções e revelações juntas em um só capítulo,hein?Agora fica fácil entender e confirmar o porquê de Sarah ser deixada um pouco de lado pela família.Suas atitudes,desde pequena,fizeram-na ter uma sexualidade avançada,partindo para suas buscas.Saindo dos padrões de vida que seus pais queriam.Engraçado isso...Duas irmãs,criadas igualmente e tão diferentes.Não é em vão que Sarah tem saudades de Léo.Afinal de contas,sempre tiveram a troca do fogo e da paixão,em qualquer lugar que estivessem.Gostei muito também da descrição do local que escolheram para ficar.O simples para eles,era o luxo.Porque será que um relacionamento tão intenso haveria acabado?Será que por Léo questionar Sarah em suas atitudes?Isso,acredito que nosso querido autor ainda nos falará...Meus parabéns e a cada dia,aguardo mais as revelações.Bjs...

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  2. Na continuidade do seu episodio vi que sua personagem em sua viagem observou cada paisagem, com o ambiente favorável se entrega, não importa naquele momento ela só quer é estar ao lado daquela pessoa que lhe te satisfaz plenamente. A entrega de sua personagem é total...... o que estar por vir? ...Tanto amor... me pergunto por que acabou?? Aguardo outro episódio.

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